sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Há um ano, Bento XVI deixava a Sé de Pedro

28 de fevereiro
     
Sou simplesmente um peregrino que inicia a última etapa da sua peregrinação nesta terra”, afirmou Bento XVI momentos antes de deixar a Sé Vacante
 
Liliane Borges
Da Redação

Há um ano Bento XVI deixava a Sé de Pedro
Momento em que Bento XVI despede-se do fiéis em Castel Gandolfo / Foto: L´Osservatore Romano
 
Há um ano, o Papa Bento XVI deixava a Sé de Pedro Vacante e retirava-se para uma vida dedicada à oração e à reflexão. Após despedir-se dos membros da Casa Pontifícia, dos colaboradores mais próximos, Ratzinger deixou o Vaticano em direção a Castel Gandolfo, onde permaneceu por alguns meses até mudar-se para o convento Mater Ecclesiae, residência atual.
 
Com  ritos desconhecidos pelos fiéis, uma vez que há 600 anos nenhum Papa renunciava, Bento XVI entregou o anel de pastor, trocou as vestes papais por um hábito branco e quebrou o selo papal.
 
O mundo se emocionou com o toque dos sinos no Vaticano que anunciavam exatamente às 20h (horário de Roma) que a Sé de Pedro estava vacante e a Igreja passava a ter um Papa emérito.
 
Momentos antes, ao se despedir da multidão que estava diante do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, de modo improvisado, o Papa alemão dirigiu breves palavras:
 
 
“Obrigado! Obrigado a todos vós!
 
Queridos amigos, sinto-me feliz por estar convosco, rodeado pela beleza da criação e pela vossa simpatia, que me faz muito bem. Obrigado pela vossa amizade, o vosso afeto! Sabeis que este meu dia é diferente dos anteriores. Já não sou Sumo Pontífice da Igreja Católica: até às oito horas da noite, ainda o sou; depois já não. Sou simplesmente um peregrino que inicia a última etapa da sua peregrinação nesta terra. Mas quero ainda, com o meu coração, o meu amor, com a minha oração, a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, trabalhar para o bem comum, o bem da Igreja e da humanidade. E sinto-me muito apoiado pela vossa simpatia. Unidos ao Senhor, vamos para diante a bem da Igreja e do mundo. Obrigado!
 
Agora, de todo o coração, dou-vos a minha Benção: “Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo”.
 
Obrigado! Boa noite! Obrigado a todos vós!”
 
Após um ano de sua renúncia, o Papa emérito teve pouco aparições públicas, sendo a última delas,  na Celebração do Consistório, no  sábado, 22, na Basílica de São Pedro. Foi a primeira participação de Bento XVI em uma Celebração oficial.
 
Francisco e Bento XVI
Francisco em visita a Bento XVI no Convento Matter Ecclesia / Foto: L´osservatore Romano
 
Em uma carta enviada ao teólogo suíço Hans Küng, em janeiro passado, Ratzinger afirma que sua  “única e última tarefa é sustentar com a oração o pontificado de Francisco”. O Próprio Papa Francisco, na entrevista durante o voo de retorno do Brasil em julho passado,  destacou a sua  amizade com  Bento XVI.
 
“Há uma coisa que qualifica a minha relação com Bento: eu o amo muito. Sempre o amei. Para mim, ele é um homem de Deus, um homem humilde, um homem que reza. Fiquei tão feliz, quando ele foi eleito Papa. Mesmo quando renunciou, foi para mim um exemplo de grandeza!”, concluiu Francisco.
 
 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Carta do Papa Francisco às Famílias – 25/02/14

 

Na íntegra

 

Brasão do Papa
MENSAGEM
Carta do Papa Francisco às Famílias
Terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
 
 
Boletim da Santa Sé
 
Queridas famílias,
 
Apresento-me à porta da vossa casa para vos falar de um acontecimento que vai realizar-se, como é sabido, no próximo mês de Outubro, no Vaticano: trata-se da Assembleia geral extraordinária do Sínodo dos Bispos, convocada para discutir o tema «Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização». Efetivamente, hoje, a Igreja é chamada a anunciar o Evangelho, enfrentando também as novas urgências pastorais que dizem respeito à família.
 
Este importante encontro envolve todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos das Igrejas particulares do mundo inteiro, que participam ativamente, na sua preparação, com sugestões concretas e com a ajuda indispensável da oração. O apoio da oração é muito necessário e significativo, especialmente da vossa parte, queridas famílias; na verdade, esta Assembleia sinodal é dedicada de modo especial a vós, à vossa vocação e missão na Igreja e na sociedade, aos problemas do matrimônio, da vida familiar, da educação dos filhos, e ao papel das famílias na missão da Igreja. Por isso, peço-vos para invocardes intensamente o Espírito Santo, a fim de que ilumine os Padres sinodais e os guie na sua exigente tarefa. Como sabeis, a esta Assembleia sinodal extraordinária, seguir-se-á – um ano depois – a Assembleia ordinária, que desenvolverá o mesmo tema da família. E, neste mesmo contexto, realizar-se-á o Encontro Mundial das Famílias, na cidade de Filadélfia, em setembro de 2015. Por isso, unamo-nos todos em oração para que a Igreja realize, através destes acontecimentos, um verdadeiro caminho de discernimento e adote os meios pastorais adequados para ajudarem as famílias a enfrentar os desafios atuais com a luz e a força que provêm do Evangelho.
 
Estou a escrever-vos esta carta no dia em que se celebra a festa da Apresentação de Jesus no templo. O evangelista Lucas conta que Nossa Senhora e São José, de acordo com a Lei de Moisés, levaram o Menino ao templo para oferecê-Lo ao Senhor e, nessa ocasião, duas pessoas idosas – Simeão e Ana –, movidas pelo Espírito Santo, foram ter com eles e reconheceram em Jesus o Messias (cf. Lc 2, 22-38). Simeão tomou-O nos braços e agradeceu a Deus, porque tinha finalmente «visto» a salvação; Ana, apesar da sua idade avançada, encheu-se de novo vigor e pôs-se a falar a todos do Menino. É uma imagem bela: um casal de pais jovens e duas pessoas idosas, reunidos devido a Jesus. Verdadeiramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade… Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho.
 
Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade. A proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor.
 
Vaticano, 2 de Fevereiro – festa da Apresentação do Senhor – de 2014.


FRANCISCUS

 
 

O primeiro Consistório do Papa Francisco


Consistório para a criação de novos cardeais conta com a presença marcante do Papa emérito Bento XVI


No último sábado, dia 22, o Papa Francisco convocou um Consistório Extraordinário para a criação de novos cardeais para a Igreja. A celebração, que aconteceu na Basílica de São Pedro, criou 19 cardeais e contou com a presença marcante do Papa emérito Bento XVI, que assistiu a toda a cerimônia junto do Colégio Cardinalício.

Antes da solene procissão para o início do Consistório, era possível ouvir o pedido, feito em vários idiomas, de acompanhar a entrada do Santo Padre “evitando os aplausos”, “a fim de conservar um clima de recolhimento e oração”.

Comentando trecho do Evangelho de São Marcos – “Jesus caminhava à frente deles” (10, 32) –, o Papa destacou que “Jesus não veio para ensinar uma filosofia, uma ideologia... mas um ‘caminho’, uma estrada que se deve percorrer com Ele”.

Esse caminho, disse o Papa “não é fácil, não é cômodo, porque a estrada que Jesus escolhe é o caminho da cruz”. Falando da surpresa e do medo que os apóstolos sentiram ao ouvir o anúncio de Sua Paixão, o Papa encorajou os fiéis presentes na Basílica de São Pedro: “Nós, ao contrário dos discípulos de então, sabemos que Jesus venceu e não deveríamos ter medo da Cruz; antes, é na Cruz que temos posta a nossa esperança. E, contudo, sendo também nós humanos, pecadores, estamos sujeitos à tentação de pensar à maneira dos homens e não de Deus”.

Depois, dirigindo-se particularmente aos purpurados da Igreja, o Santo Padre pediu-lhes empenho ao anunciar a Palavra: “A Igreja precisa da vossa coragem, para anunciar o Evangelho a tempo e fora de tempo, e para dar testemunho da verdade”. E lembrou-os do valor da oração: “A Igreja precisa da vossa oração pelo bom caminho do rebanho de Cristo; a oração – não o esqueçamos! – que é, juntamente com o anúncio da Palavra, a primeira tarefa do Bispo”.



Entre os escolhidos pelo Papa Francisco para receber a honra do barrete cardinalício estavam o secretário de Estado do Vaticano, monsenhor Pietro Parolin, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Gerhard Müller e o arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta. Também foi criado cardeal – não-eleitor, por conta da idade – o monsenhor Loris Capovilla, secretário pessoal do bem-aventurado Papa João XXIII, que será canonizado em abril deste ano.


Por Equipe Christo Nihil Praeponere
 
 
 
 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Trabalhar pela unidade da Igreja, pede Papa no Angelus


Palavras de Francisco

Jéssica Marçal
Da Redação

Trabalhar pela unidade da Igreja, pede Papa
Após celebrar Missa com novos cardeais, Francisco rezou o Angelus com os fiéis neste domingo, 23 / Foto: Reprodução CTV
 
No Angelus deste domingo, 23, Papa Francisco referiu-se aos novos cardeais, com quem celebrou a Missa nesta manhã. Ele destacou que a Igreja confia hoje aos novos cardeais o testemunho do estilo de vida pastoral de que falava São Paulo: a unidade na Igreja, a unidade entre os fiéis.
 
Acesse
: Íntegra das palavras do Papa antes do Ângelus

Partindo da segunda leitura do dia, Francisco destacou o problema que São Paulo enfrentava na época: as divisões na comunidade de Corinto. São Paulo explica, disse o Papa, que as divisões são erradas, porque a comunidade não pertence aos apóstolos; são os apóstolos que pertencem à comunidade e toda a comunidade pertence a Cristo.
 
Assim sendo, Francisco destacou que as diferenças não podem contradizer o fato de que todos, pelo Batismo, têm a mesma dignidade: em Jesus Cristo, todos são filhos de Deus.
 
“Aqueles que receberam um ministério de guia, de pregação, de administrar os Sacramentos não devem se considerar proprietários de poderes especiais, mas se colocar a serviço da comunidade, ajudando-a a percorrer com alegria o caminho da santidade”.
 
O testemunho deste estilo de vida pastoral é confiado pela Igreja hoje aos novos cardeais, disse o Papa. Segundo ele, o consistório de ontem e a Missa de hoje ofereceram a oportunidade de experimentar a catolicidade da Igreja, bem representada pela variada proveniência dos membros do colégio cardinalício. “Que o Senhor nos dê a graça de trabalhar pela unidade da Igreja”.
 
O Pontífice convidou todos a apoiarem estes Pastores e auxiliá-los com a oração, a fim de que guiem sempre com zelo o povo que lhes foi confiado.
 
“Todos juntos, bispos, presbíteros, pessoas consagradas e fiéis leigos devemos oferecer o testemunho de uma Igreja fiel a Cristo, animada pelo desejo de servir os irmãos e pronta a ir ao encontro com coragem profética às expectativas e exigências espirituais dos homens e mulheres do nosso tempo”.
 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Francisco preside cerimônia de criação dos novos cardeais


Dom Orani é o novo cardeal brasileiro

Da redação, com Rádio Vaticano
 
Bento XVI participa da cerimônia para novos cardeais
Papa emérito participa da cerimônia para criação dos novos cardeais. FOTO: Reprodução/CTV
 
Com a presença do Papa emérito Bento XVI, o Papa Francisco presidiu neste sábado, 22, o primeiro consistório de seu pontificado, para a criação de 19 cardeais, incluindo 16 eleitores que poderão participar dos próximos eventuais conclaves.
 
Na homilia, o Papa Francisco disse aos novos cardeais: “a Igreja precisa de vós, da vossa colaboração e, antes disso, da vossa comunhão, comunhão comigo e entre vós”.
 
“A Igreja precisa da vossa coragem, para anunciar o Evangelho a tempo e fora de tempo, e para dar testemunho da verdade. A Igreja precisa da vossa oração pelo bom caminho do rebanho de Cristo; oração que é, juntamente com o anúncio da Palavra, a primeira tarefa do Bispo. A Igreja precisa da vossa compaixão, sobretudo neste momento de tribulação e sofrimento em tantos países do mundo”, prosseguiu.
 
Neste contexto, o Papa pediu proximidade espiritual às comunidades eclesiais e a todos os cristãos que sofrem discriminações e perseguições.
 
“A Igreja precisa da nossa oração em favor deles, para que sejam fortes na fé e saibam reagir ao mal com o bem. E esta nossa oração estende-se a todo o homem e mulher que sofre injustiça por causa das suas convicções religiosas”, disse o Pontífice.
 
Depois, Francisco afirmou que a Igreja precisa deste novos cardeais como homens de paz. “Precisa que façamos a paz com as nossas obras, os nossos desejos, as nossas orações: por isso invocamos a paz e a reconciliação para os povos que, nestes tempos, vivem provados pela violência e a guerra”.
 
Francisco preside cerimônia de criação dos novos cardeais
Dom Orani faz sua profissão de fé e o juramento de obediência ao Papa Francisco e seus sucessores. FOTO: Reprodução/CTV
 
Após a homilia e um profundo silêncio de recolhimento, o Papa Francisco procedeu à leitura da fórmula de criação e proclamou solenemente os nomes dos novos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito à Sé de Pedro”.
 
Em seguida, os novos cardeais fizeram a profissão de fé e o juramento de fidelidade e obediência a Francisco e seus sucessores. Um a um ajoelharam-se aos pés do Papa, para dele receberem o barrete cardinalício, “sinal da dignidade do cardinalato”, significando que todos devem estar prontos a comportar-se “com fortaleza, até à efusão do sangue”, como refere o ritual.
 
O Papa entregou depois aos novos cardeais o respectivo anel, para que se “reforce o amor pela Igreja”. Em seguida, foi atribuído a cada cardeal uma igreja de Roma (título ou diaconia) – simbolizando a “participação na solicitude pastoral do Papa” na cidade -, recebendo ainda a bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.

Dom Orani_cardeal
Dom Orani recebe o barrete e o anel cardinalício. FOTO: Reprodução/CTV
 
O brasileiro Dom Orani João Cardeal Tempesta, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, recebeu o título da igreja de Santa Maria Mãe da Providência, em Monte Verde, próxima ao Vaticano.
 
Na tarde de hoje, entre as 16h30 e as 18h30, têm lugar as visitas de cortesia aos novos cardeais, distribuídos por diversos locais do Palácio Apostólico do Vaticano e da sala Paulo VI.
 
Neste domingo, 23, o Papa presidirá à Missa com os novos cardeais, a partir das 10h, também na Basílica de São Pedro.
 
Com os novos purpurados, o Colégio Cardinalício passa a ter 218 cardeais vindos de 68 países (53 com cardeais eleitores).
 
No final da celebração, Francisco foi saudar o Papa emérito Bento XVI.
 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Formações - O ato de fé pode não significar nada

 

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O ato de fé pode não significar nada

O demônio também professa a fé em Jesus

Nesses dias, participando de um curso com os bispos, no Rio de Janeiro – aliás, foi uma belíssima experiência de reflexão e partilha –, fui tomado por um pensamento que me deixou preocupado.

Foi meditando o texto do evangelista Marcos, quando narra o endemoninhado dizendo: “Vendo Jesus de longe, o endemoninhado correu, caiu de joelhos diante dele, e gritou bem alto: Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus altíssimo? Eu te conjuro por Deus, não me atormentes! Com efeito Jesus lhe dizia: Espírito impuro, sai deste homem”! (Mc 5,6-8).

Chamou-me à atenção, porque o demônio acredita, tem fé. Reconhece o Filho de Deus e conjura por Ele. Por que, então, ele faz isso e continua fazendo o mal, atormentando as pessoas? Por que faz um ato de fé e nada muda em sua vida? Nunca muda de caminho, está sempre na contramão da história?

Fiquei pensando e me veio um certo temor. O demônio reconhece Jesus, professa a fé n'Ele, mas não O segue e continua sempre pela própria estrada.

Jamais será diferente, porque sabe quem é Jesus: o Filho de Deus. Mas a sua convicção não interfere no seu modo de agir. É fácil professar a fé, o complicado é deixar essa fé transformar o modo de agir e pensar. Por isso o maligno continuará sempre maligno, porque a fé não tem nada a ver com a vida concreta. A diferença está na fé que me faz, verdadeiramente, ser discípulo de Jesus; caso contrário, eu fico parecendo o demônio, que acredita, faz um ato de fé, mas continua sendo o rei da maldade e do pecado. Vive fazendo de conta que não acredita em Deus.

Confesso que essa reflexão me causou um certo temor e me fez repensar o meu seguimento, enquanto escolhido para a vinha do Senhor e chamado a colaborar com ela.

Entendi melhor a expressão de Jesus: “O único pecado que não tem perdão é o pecado contra o Espírito Santo”. Esse é o pecado, professar com os lábios e negar com as atitudes, ou seja, não deixar Deus agir em nós, porque é Ele que vem ao nosso encontro.

Não fomos nós que amamos Deus, foi Ele quem nos amou primeiro. Negar a iniciativa do Senhor, fechar-se em si mesmo, colocando-se no lugar de Deus, é negar toda e qualquer ação do Espírito Santo. Esse é o pecado que não tem perdão.

Não que Deus não perdoe, mas porque não acreditamos no perdão. Como o Papa Francisco repetiu várias vezes: “Deus não se cansa de perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão”. O caminho de seguimento a Jesus é um caminho de perdas e ganhos. Perco o meu "jeitão" de ser e aceito o "jeitão" do Mestre e Senhor da minha vida. Serei discípulo se for capaz de assumir a disciplina do Mestre. Não basta dizer "eu creio", porque a fé sem obras é morta.

No caminho do seguimento do Senhor, ser astuto como a serpente e simples como a pomba são atitudes primordiais para não cairmos na tentação do demônio. É como nós rezamos sempre no Pai-Nosso: "não nos deixeis cair na tentação". A tentação é exatamente a incoerência do nosso falar e do nosso ser.

Somente quem está em Deus é uma criatura nova, ou seja, renovada, disposta ao seguimento de Jesus como verdadeiro discípulo. Não tenho dúvidas de que o demônio existe; também não duvido de que ele nunca para de trabalhar, principalmente, para nos fazer professar a fé e viver como se Deus não existisse. Orar sempre, professar sempre, viver sempre na luz da fé; assim, nada será inútil; a vida terá outro sentido.

Que Deus abençoe a nossa semana!


 
Veja também a homilia do Papa Francisco  - Uma fé sem obras são só palavras
 
 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)

"Minha Bela Mulher": comercial tailandês destaca a grandeza da maternidade


Três mulheres de vida aparentemente ordinária transformam-se em testemunhos a partir da doação e do sacrifício da maternidade
 
Uma série de comerciais produzidos pela empresa Wacoal chamou a atenção por dar valor à autêntica beleza feminina: aquela que vem de suas virtudes. O projeto tailandês – de nome “Minha Bela Mulher” – traz à luz a história de três mulheres reais, que abandonaram reputação, carreira e a própria integridade para se doarem a outras pessoas, fazendo da máxima do Evangelho: “o que perder a sua vida (...), irá salvá-la” (Mc 8, 35) um verdadeiro propósito de vida.


My Beautiful Woman: A escolha de uma mãe



My Beautiful Woman: O segredo de Jane



My Beautiful Woman: A demissão de uma funcionária



As histórias exibidas são contadas por pessoas próximas a elas: um esposo, um empregador e um amigo. As três, de aspectos físicos aparentemente ordinários, têm em comum o fato de terem aceitado renunciar e sacrificar a si mesmas para exercer o dom da maternidade – o que torna as suas vidas realmente extraordinárias.

As propagandas de Wacoal – uma empresa de lingeries – vão na contramão das peças publicitárias modernas, que tendem à vulgarização do corpo feminino e ao menosprezo da identidade de mãe, a qual toda mulher é chamada a assumir. Como ensina Dom Aquino Corrêa:

“A mulher não é apenas uma formosa estátua de carne. Tem outras belezas muito mais excelentes e nobres: a beleza da sua inteligência, a beleza dos seus sentimentos e, sobretudo, a beleza da sua virtude e do seu caráter”[1].

Em uma sociedade onde a beleza física acaba mais valorizada do que a beautiful inside [“beleza de dentro”], são dignos de aplausos não só os exemplos dessas nobres mulheres, como a coragem dos publicitários que produziram esses vídeos. Eles não temeram nadar contra a corrente e expuseram ao mundo um grande testemunho de humanidade.

Ao final das peças, a frase “Todas as mulheres foram criadas para ser belas” lembra que a beleza verdadeira é atingível. Cooperando com a graça de Deus, toda mulher pode elevar-se e ascender de fato aos céus, tomando como exemplo máximo a bem-aventurada Virgem Maria. Permanecem válidas ainda hoje as sábias palavras de São Pedro às mulheres: “ Não seja o vosso adorno o que aparece externamente: cabelos trançados, ornamentos de ouro, vestidos elegantes; mas tende aquele ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, o que é tão precioso aos olhos de Deus” (1 Pd 3, 3-4).



Por Equipe Christo Nihil Praeponere | Informações: LifeSiteNews.com

 

Referência

  1. Dom Aquino Corrêa. Concursos de beleza, 27 de dezembro de 1930. In Discursos (v. II, t. II). pp. 68-69. Brasília, 1985.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

As revelações de uma clínica de abortos


Vídeo filmado em uma clínica de aborto no Arizona revela os métodos cruéis dos aborteiros para matar seres humanos
 
Uma investigadora secreta da organização pró-vida Live Action arrancou confissões reveladoras de empregadas em uma clínica de aborto tardio nos Estados Unidos. Em um vídeo divulgado na Internet, as assistentes do lugar admitem, sem nenhum remorso, que deixariam morrer um recém-nascido lutando pela vida após um aborto malsucedido.



A primeira pessoa com a qual a equipe conversa é Laura Mercer, que explica com detalhes os procedimentos para matar a criança de quase 24 semanas de gestação. O primeiro recurso é uma injeção (chamada de digoxin): "Nós fazemos a injeção, que é uma picada rápida na sua barriga, e isso para o coração fetal", diz a mulher, com frieza. "Se eles não usarem o digoxin, eles vão apenas, uh, sugarem o bebê e é possível que haja movimentos enquanto eles estão tirando o feto". A descrição, que ela diz carecer de detalhes, é assombrosa: "Nós usamos uma combinação de sucção e, então, instrumentos reais para, literalmente, pegar e puxar os pedaços para fora".

Para convencer a "cliente" a ir adiante, a "doutora" recorre à desumanização do feto: "Ele não está totalmente desenvolvido. (...) Nem se parece com um bebê ainda."

As cenas filmadas por uma câmera secreta da Live Action revelam os escombros mais sujos por trás de toda fachada abortista de progresso e evolução. De fato, tem-se tornado comum ouvir as pessoas falando do aborto como uma agenda de "avanço", a ponto de as próprias Nações Unidas intentarem uma redefinição do termo "direitos humanos", tencionando incluir entre eles um malfadado direito ao aborto. A realidade por trás de todo o discurso de "direito sobre o próprio corpo", porém, é que todo abortamento significa a destruição direta de um ser humano inocente – com material genético, órgãos e sistemas totalmente autônomos.

Nenhum eufemismo, bem como nenhuma lei positiva ou sentença judicial, podem reduzir a gravidade deste crime horrendo. Nos Estados Unidos, o aborto até 24 semanas é legal desde 1973, quando do famoso caso "Roe versus Wade" – uma farsa cujos efeitos trágicos se fazem sentir até hoje na sociedade americana. A letra da lei, no entanto, não pode mudar a crua realidade dos fatos. A indústria abortiva tem as mãos sujas de sangue, já condenada pelos múltiplos requintes de crueldade de que se serve para levar a cabo seus projetos.

Perguntada pela falsa cliente da Live Action o que aconteceria caso o bebê sobrevivesse ao aborto, Linda, uma auxiliar do centro de aborto filmado pelas câmeras, admite que eles não ajudariam o bebê a sobreviver:

Linda: Algumas vezes, eles sobrevivem, sim. Mas isso não, isso não necessariamente significa que ele vai sair inteiro. Porque eles usam a sucção e outros instrumentos, então, às vezes, os fetos não saem, você sabe, completos...
I nvestigadora: Mas e se ele sair inteiro... Quer dizer, eles vão ressuscitá-lo? Tipo, eu terei de cuidar dele?
Linda: Uh-uh... Não... Eles não ressuscitam.

No diálogo, o termo "ressuscitar" é, claramente, uma imprecisão. No caso de o procedimento do aborto falhar e a criança nascer viva, não será preciso ressuscitar ninguém – afinal, só se ressuscita o que está morto. Mas as palavras mal colocadas da mulher revelam muito: para os assassinos da clínica norte-americana, a criança continua sem direito à vida. Dentro ou fora do útero.

Abrem-se, então, as portas para o infanticídio. Infelizmente, não é a primeira vez que se escuta um discurso justificando a prática desses crimes. Um artigo recente, publicado em uma revista de ética médica, defendia que se matassem as crianças vítimas de abortos malsucedidos, ao invés de dá-las para adoção[1]. O raciocínio é: se se pode matar alguém antes de nascer, por que não depois?

A essa pergunta perversa é preciso responder inversamente: se não se pode matar alguém depois de nascer, por que sim antes? As revelações macabras colhidas nessa clínica de aborto norte-americana devem lembrar às pessoas que um homem, desde que é concebido, deve ter a sua dignidade respeitada, esteja ou não no útero materno. Como diz o Papa João Paulo II, "o ser humano, desde o momento de sua concepção até à morte, não pode ser explorado por nenhuma razão"[2].

Quando se esquece disso, quando a própria vida humana é tratada como um objeto ou como um animal que se pode abater e de que se pode abusar, não é difícil entender por que a civilização humana caminha, a passos rápidos, para o abismo.



Por Equipe Christo Nihil Praeponere | Fonte: LifeSiteNews.com
 
 

Referências

  1. After-birth abortion: why should the baby live? – Giubilini and Minerva – Journal of Medical Ethics
  2. Papa João Paulo II, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências, 23 de outubro de 1982, n. 4


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Papa convida fiéis a se aproximarem do sacramento da Confissão


Catequese

Da Redação, com Rádio Vaticano em espanhol

Papa convida fiéis a se aproximarem do sacramento da Confissão
A Confissão é sempre um abraço de Deus, disse o Papa / Foto: Reprodução CTV
 
Na catequese desta quarta-feira, 19, Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre os sacramentos, desta vez concentrando-se no da Penitência.
 
Trata-se de um sacramento, segundo o Papa, que é um “autêntico tesouro, que às vezes se corre o risco de esquecer”. Francisco recordou que o perdão dos pecados não é fruto do esforço pessoal humano, mas é um dom do Espírito Santo que purifica o homem com a misericórdia e a graça do Pai.
 
“A Confissão que se realiza de forma pessoal e privada não deve nos fazer esquecer seu caráter eclesial. Não basta pedir perdão ao Senhor interiormente; é necessário confessar com humildade os próprios pecados diante do sacerdote, que representa Deus e a Igreja”, pontuou Francisco.
 
O Santo Padre convidou todos a se aproximarem do sacramento da Penitência e receber assim o abraço da infinita misericórdia de Deus, que está sempre disposto a acolher o ser humano.
 

Encíclica de Francisco tem a marca da transição do papado

Padre comenta

Jéssica Marçal
Da Redação

encíclica lumen fidei
 
Lumen fidei – a luz da fé. Esse é o primeiro documento do Papa Francisco, uma encíclica que busca recuperar o caráter de luz específica da fé, capaz de iluminar a existência humana.
 
Uma particularidade do documento é sua autoria. Embora publicada no pontificado de Francisco, a encíclica começou a ser escrita por Bento XVI, hoje Papa emérito. Eis, então, uma novidade para a Igreja: um documento escrito por dois Papas.
 
Assessor da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB, padre Antônio Luiz Catelan Ferreira, comenta que o texto que já estava sendo preparado por Bento XVI, por isso, quando ele renunciou, gerou-se até uma expectativa de qual seria o destino do documento: se seria publicado como uma obra pessoal ou como uma reflexão. Foi, então, que Francisco, com delicadeza, resolveu assumir o texto e o publicou.
 
Segundo o padre, é possível perceber alguns elementos quando se lê a encíclica. Um deles, é a linguagem típica de Bento XVI; a marca de Francisco está clara mais na introdução e na conclusão.
 
padre antonio catelan
Padre Antônio Catelan, assessor da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB / Foto: Arquivo
 
“Eu diria que tem a marca da transição, porque é um documento elaborado por dois Papas, assumido por um. (…) É um texto que, seguramente, mais para o futuro, vai despertar a atenção de muitos estudiosos, vai se descobrir a riqueza maior desse documento”.
 
Essa duplicidade na escrita reveste o documento de um grande valor histórico, segundo padre Catelan, até mesmo por testemunhar um momento específico da história da Igreja: a transição após a renúncia. Também agrega valor o fato de que Francisco tenha decidido dar continuidade a um projeto pessoal de seu predecessor. De acordo com o sacerdote, isso mostra que a Igreja não é feita de rupturas.
 
“A Igreja é um organismo vivo, e a sucessão de Papas certamente muda um pouco o estilo, as ênfases, o tom de abordar certos assuntos, mas não é uma nova Igreja. (…) Não tem a Igreja de João Paulo, a Igreja de Bento, a Igreja de Francisco como, às vezes, a gente ouve, sobretudo na mídia, com um menor grau de informação teológica. A Igreja é uma só e o Papa que está à frente é um servidor, é o primeiro dos servidores”.
 
Padre Catelan explica ainda que, justamente por essas peculiaridades, as características do Papa Francisco não se refletem nesse primeiro documento de forma tão personalizada como acontece em outros textos, como discursos e homilias. “Ele nem teve tempo para imprimir mais o seu caráter ao documento. E acho até que ele quis respeitar o texto feito por Bento do modo como estava”.
 
A temática da fé é uma das preocupações da Igreja e é abordada de forma diversa pelos Papas. O sacerdote acrescentou ainda que ao convocar a assembleia extraordinária do sínodo sobre a família, o Papa Francisco deu continuidade à grande problemática da transmissão da fé. Isso porque o ambiente familiar é fundamental para a vivência e  a transmissão da fé.
 
 
Acesse
: Todas as matérias especiais do primeiro ano de pontificado de Francisco
 
 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A Geração Reacionária


Para surpresa do mundo liberal, católicos estão se levantando para ir às ruas defender a vida e a família tradicional
 

“O reacionário é o que se salva hoje, eu não tenho o menor pudor de ser chamado de reacionário, me chamem de reacionário”[1]. A declaração é de Nelson Rodrigues, um dos maiores ícones da literatura nacional e ferrenho opositor das teses comunistas. No país dos black blocks, dos rojões na cabeça de jornalistas e de crianças incineradas dentro de ônibus, se estivesse vivo ainda hoje, Nelson Rodrigues assistiria sem muita perplexidade à realização de uma de suas crônicas mais famosas: A Revolução dos Idiotas.

Na terra onde pisou Napoleão, porém, o processo parece sofrer um revés. Estampa a capa do semanário francês ultra-liberal Le Nouvel Observateur a seguinte manchete: A Geração Reacionária. O nome é uma forma de simplificar – e, tratando-se de uma publicação liberal, pintar no mesmo nicho várias correntes diferentes, incluindo muitas que são radicais e detestáveis, da época do século 20 – o movimento liderado por católicos, evangélicos e outros conservadores, que tomou as ruas de Paris – e está varrendo a nação da Revolução de 1789 e o terror anti-católico –, lutando por valores tradicionais como a defesa da vida e da família.

A luta desse novo grupo que, ao contrário do que se vê no Brasil, não é subsidiado por nenhum partido político, não se aplica a assuntos políticos de cunho subjetivistas, em que católicos podem prudentemente discordar, mas a uma específica defesa daqueles três temas que Bento XVI chamou de “não negociáveis”[2]:

A tutela da vida em todas as suas fases, desde o primeiro momento da concepção até à morte natural; reconhecimento e promoção da estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher baseada no matrimônio, e a sua defesa das tentativas de a tornar juridicamente equivalente a formas de uniões que, na realidade, a danificam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu caráter particular e o seu papel social insubstituível; tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos.

Essa realidade faz ecoar no coração do homem aquela certeza que nenhuma ideologia pode cancelar: a lei natural, inscrita na alma por Deus. Diante de uma “cultura relativística e consumista”, em que se nega impunemente todo e qualquer valor moral, ao ponto de confundir-se os fundamentos da humanidade, é mais do que justo que a defesa da vida – desde o primeiro momento da concepção até à morte natural, como lembrava Bento XVI –, e de outros valores igualmente importantes, se torne “o grande campo comum de colaboração” entre católicos, evangélicos, judeus etc[3]. Posto que cada um desses povos, unidos pelos laços da fé num mesmo e único Deus, sofreu na pele a perseguição anti-humana, no século passado, a união desses mesmos povos contra a destruição da família é um dever fundamental.

A luta dessa “geração conservadora” na França, por sua vez, deu-se num contexto de ataque aberto à vida e à família. Em resposta à lei do “casamento homossexual”, introduzida pelo governo socialista (chamada eufemisticamente de “mariage pour tous,” ou “casamento para todos”), uma coalizão de católicos e outras mentes conservadoras formou o “Manif pour tous” – cujos protestos multitudinários em 2013 causaram imensa aflição e embaraço para a classe política francesa. Muitos bispos também apoiaram o movimento, incluindo o mais famoso deles, o Arcebispo de Lyon e Primaz das Gálias, Cardeal Barbarin. Embora o governo tenha aprovado a infame lei, a reação popular foi o bastante para abalar a presidência do socialista François Hollande.

Como medidas ainda mais bizarras (incluindo a procriação assistida e a “barriga de aluguel” para “casais” homossexuais) estavam para ser introduzidas pelo Governo Francês, em 2014, em uma erroneamente nomeada “Lei da Família”, centenas de milhares de franceses mais uma vez foram às ruas, a 2 de fevereiro, em Paris e Lyon. Desta vez, em meio a uma onda de impopularidade, o governo cedeu; a maior vitória para a “Geração Reacionária”. A introdução de livros e programas da distorcida “ideologia de gênero” em escolas públicas está também sob uma barragem de criticismo e boicotes por pais descontentes.

Conservadores e católicos tradicionais em um dos países mais secularizados da terra estão mostrando que uma minoria motivada pode obter feitos em favor da família tradicional e da defesa da vida.


Fonte: Rorate Caeli| Adaptação: Equipe Christo Nihil Praeponere

 

Referências:

  1. Entrevista de Nelson Rodrigues a Otto Lara
  2. Bento XVI, Discurso aos participantes no congresso promovido pelo Partido Popular Europeu (30 de março de 2006)
  3. Bento XVI, Encontro e Celebração das vésperas com os Bispos do Brasil (11 de maio de 2007), n.3
  

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Edificar a família no amor que vem de Deus, pede Papa aos noivos

Encontro com noivos

Jéssica Marçal
Da Redação

Edificar a família no amor que vem de Deus, pede Papa aos noivos
Na chegada à Praça São Pedro, Francisco cumprimentou casais que se preparam para o casamento / Foto: reprodução CTV
 
No dia em que se celebra São Valentim, Dia dos Namorados na Itália e em alguns outros países, Papa Francisco participou de um encontro com noivos na Praça São Pedro. De várias partes do mundo, casais que se preparam para o matrimônio puderam ouvir as palavras do Santo Padre sobre amor, fidelidade e escolhas definitivas.
 
O tema do encontro foi “A alegria do ‘sim’ para sempre”. Esse foi, inclusive, o assunto da primeira pergunta dirigida por um casal de noivos a Francisco. O Papa recordou que, hoje em dia, muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas e, às vezes, se entende o amor somente como um sentimento. Mas é preciso, segundo o Papa, entender o amor como uma relação, uma realidade que cresce, como se constrói uma casa.
 
Acesse
.: NA ÍNTEGRA: o Diálogo do Papa com os noivos
 
“Queridos noivos, vocês estão se preparando para crescer juntos, construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não queiram fundá-la sobre a areia dos sentimentos que vão e vêm, mas na rocha do amor verdadeiro, do amor que vem de Deus. (…) Não devemos nos deixar vencer pela ‘cultura do provisório’”.
 
Edificar a família no amor que vem de Deus, pede Papa aos noivos
Papa fala a um dos casais que pediu conselhos sobre a celebração do casamento / Foto: Reprodução CTV
 
Esse medo do “para sempre” se cura, segundo o Papa, a partir da confiança em Jesus em uma vida que se torna um caminho espiritual cotidiano, feito de passos, de crescimento comum, de empenho para se tornarem homens e mulheres maduros na fé. Isso porque o “para sempre” não é só uma questão de tempo, mas é importante também a qualidade do matrimônio.
 
“Estar junto e saber amar-se para sempre é o desafio dos casais cristãos. Vem-me à mente o milagre da multiplicação dos pães: também para vós o Senhor pode multiplicar o vosso amor e doá-lo fresco e bom a cada dia”.
 
Na segunda pergunta, sobre o “estilo de vida” de um casal e a espiritualidade que se deve ter no cotidiano, Francisco voltou a enfatizar três palavras-chaves para a família: “por favor”, “obrigado” e “desculpe-me”.
 
“Todos sabemos que não existe uma família perfeita, um marido perfeito nem uma mulher perfeita. Existimos nós, pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: nunca terminar um dia sem pedir perdão, sem que a paz volte à nossa casa, à nossa família. Se aprendermos a pedir desculpas e a nos perdoar, o casamento vai durar e seguir adiante. (…) Nunca terminem o dia sem fazer as pazes. Esse é um segredo para conservar o amor.”
 
Os preparativos para o casamento também estiveram entre as preocupações dos noivos, que pediram um conselho ao Santo Padre sobre como celebrar bem o matrimônio. Francisco disse ser preciso fazer com que o casamento seja uma grande festa, mas uma festa cristã, não mundana. O que tornará o casamento pleno e verdadeiro é, segundo destacou o Papa, a presença do Senhor que se revela e doa a Sua graça.
 
“Alguns se preocupam com os sinais exteriores, com o banquete, as fotografias, as roupas, as flores… São coisas importantes em uma festa, mas somente se são capazes de indicar o verdadeiro motivo da vossa alegria: a bênção do Senhor sobre o vosso amor”, disse.
 
Antes da chegada do Papa, os noivos participaram de momentos de reflexão, música e testemunhos.