quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Papa chama os jovens ao compromisso e às escolhas definitivas

Em discurso aos voluntários da Jornada da Juventude, Francisco pediu aos jovens coragem para ir "contra a corrente".
 

Em meio a tantos fatos e palavras durante sua visita ao Brasil, um dos mais ricos momentos da Jornada foi, sem dúvida, o discurso do Papa Francisco aos voluntários do evento, na tarde de domingo.

O Pontífice falou aos jovens sobre o tema da vocação: disse que "Deus chama para escolhas definitivas" e que "tem um projeto para cada um", cabendo a nós descobri-lo, responder ao seu chamado e "caminhar para a realização feliz de si mesmo". Isto não é exclusividade de alguns, mas um apelo à totalidade da Igreja. O Papa lembrou que, embora tenha um caminho reservado para cada um, "a todos Deus nos chama à santidade".

Muitas vezes, caímos no engano de pensar na vocação e no chamado de Deus somente na vida sacerdotal ou religiosa. Sem ignorar a particular importância destes dois serviços, pelos quais as pessoas são chamadas a se entregar ao Senhor de modo mais pleno, é preciso resgatar a dimensão do matrimônio como chamado à santificação pessoal dos esposos, à criação e educação dos filhos e a uma união indissolúvel, por toda a vida. Sem a fé e o reconhecimento destas notas essenciais do casamento, dificilmente sua relevância será recuperada.

O Papa Bento XVI estava convencido de que a crise que hoje vive o casamento está profundamente ligada à crise de fé e também a uma transformação arbitrária dos próprios fundamentos do matrimônio. Em um discurso aos membros do Tribunal da Rota Romana¹, ele disse:

"A expressão 'verdade do matrimônio' perde relevância existencial num contexto cultural marcado pelo relativismo e pelo positivismo jurídico, que consideram o matrimônio como mera formalidade social dos vínculos afetivos. Portanto, ele não só se torna contingente como podem ser os sentimentos humanos, mas apresenta-se como uma superestrutura legal que a vontade humana poderia manipular a bel-prazer, privando-o até da sua índole heterossexual."
 
A família não é um produto da vontade de nossos legisladores ou uma simples invenção cultural; não pode, por isto, ser modificada pelo Estado como ele bem entender. Ao contrário, sendo uma instituição mais antiga que o próprio Estado, é este quem deve respeitar aquela, lembrando o direito natural gravado pelo próprio Criador no coração humano. Neste sentido, o apelo do bem-aventurado João Paulo II nunca foi tão atual: "Família, torna-te aquilo que és!"

Para que este pedido seja acolhido, o Santo Padre, o Papa Francisco, conta com os jovens. "Há quem diga que hoje o casamento está 'fora de moda'. (...) Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é 'curtir' o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, 'para sempre', uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente".

Eis o sentido da "revolução" de Francisco: uma mudança de mentalidade que devolva ao mundo o senso de responsabilidade e de compromisso – seja nas comunidades religiosas, seja na vida matrimonial. Desta bela e necessária renovação dependem a vitalidade da Igreja e o próprio futuro da humanidade.



Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
 
 

Referência

  1. Discurso do Papa bBento XVI por ocasião da inauguração do ano Judiciário do Tribunal da Rota Romana


Nenhum comentário:

Postar um comentário