sábado, 20 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal: "A alegria do Céu que vem nos visitar"


Deus, em Sua felicidade infinita, vem chorar o choro do homem, para que ele, em seus gemidos, possa viver a alegria celeste.



No Natal, é comum que as pessoas se saúdem, desejando às outras um "Feliz Natal". Mas, qual o sentido dessa expressão?

Na verdade, tais votos fazem referência à felicidade do Céu que vem visitar a humanidade. São João da Cruz, em um poema sobre o mistério do Natal, escreve:

"Deus, porém, no presépio
Ali chorava e gemia;
(...)
E a Mãe se assombrava
Da troca que ali se via:
O pranto do homem em Deus,
E no homem a alegria"

Eis, nas palavras do Doutor Místico, o "admirabile commercium" de que falam os latinos: Deus, em Sua felicidade infinita, vem chorar o choro do homem, para que ele, em seus gemidos, possa viver a alegria celeste. Por isso, os anjos, desde o primeiro Natal, não cessam de anunciar aos homens "gaudium magnum – uma grande alegria": "Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é Cristo Senhor!" (Lc 2, 11). Nesta grande festa da Igreja, Deus Se inclina dos céus, como uma mãe que se inclina sobre um berço para resgatar o seu filho que, abandonado a si mesmo, estaria perdido. Inclina-Se para, como uma mãe, colocar o ser humano sob o seu regaço e dar-lhe a salvação.

Ao contemplar o presépio nesta noite, ao ver a Santíssima Virgem diante do indefeso e inerme menino Jesus, possamos enxergar aquilo que Deus fez por todos nós, quando, em Sua infinita misericórdia, veio arrancar-nos da condenação à morte e trazer-nos a alegria do Céu.

Neste tempo do Natal, não temos o direito de falar de solidão. Emanuel, Deus está conosco, Aquele que nos amou de forma perfeita está conosco. "Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança!" (Sl 22, 4). Por isso, somente por isso, o Natal pode ser feliz. Se esquecermos de Jesus, esta festa não será nada mais que um evento social. Mas, se estivermos com Ele, podemos dizer, de coração e de verdade: Um Feliz e Santo Natal!


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Nossa Senhora do Ó - Festa católica de origem espanhola


Nossa Senhora do Ó

Festa católica de origem claramente espanhola, a festa de hoje é conhecida na liturgia com o nome de “Expectação do parto de Nossa Senhora”, e entre o povo com o título de “Nossa Senhora do Ó”. Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos. A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da “bendita entre as mulheres”, que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para corredentora da humanidade. Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde hoje até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó (“Ó Sabedoria… vinde ensinar-nos o caminho da salvação”; “Ó rebento da Raiz de Jessé… vinde libertar-nos, não tardeis mais”; “Ó Emanuel…, vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus”), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de “Nossa Senhora do Ó”. É ideia grande e inspirada: a Mãe de Deus, posta à frente da imensa caravana da humanidade, peregrina pelo deserto da vida, que levanta os braços suplicantes e abre o coração enternecido, para pedir ao céu que lhe envie o Justo, o Redentor.

A festa de Nossa Senhora do Ó foi instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugênio III de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade agaliense Santo Ildefonso.

Primeiro comemorava-se hoje a Anunciação de Nossa Senhora e Encarnação do Verbo. Santo Ildefonso estabeleceu-a definitivamente e deu-lhe o título de “Expectação do parto”. Assim ficou sendo na Hispânia e passou a muitas Igrejas da França, etc. Ainda hoje é celebrada na Arquidiocese de Braga.

Nossa Senhora do Ó, rogai por nós!
 


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Não é vergonhoso ser católico na universidade


​Não há por que se envergonhar de Cristo. Estar ao lado de Deus é estar ao lado da verdadeira razão.
 
 
A vida acadêmica impõe sérios desafios aos jovens, mormente àqueles que desejam viver de acordo com os preceitos de sua fé. A estrutura universitária atual é montada para inibir a religião. Isso se mostra ainda mais flagrante quando se está a pensar no cristianismo. De fato, o posicionamento cristão — em especial o católico — dentro de uma universidade é quase como que um suicídio social. Os alunos religiosos são frequentemente intimidados — seja pelos colegas de classe, seja pelos professores — a esconderem suas opiniões, a fim de que possam sobreviver aos anos de estudo.
 
É suficiente pensar em dois casos particulares que aconteceram no Brasil há algumas semanas para se ter um panorama da situação: a arbitrária retirada de uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho da Faculdade de Direito do Recife e o aprisionamento das cartilhas "Chaves para bioética", a mando do Ministério Público, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Embora a academia seja um campo onde deve existir o livre debate e o pluralismo de ideias, a militância dita "progressista" impõe a todo o corpo universitário uma agenda ideológica e sem nenhum compromisso com a verdade. Assim, enquanto as imorais cartilhas de "educação sexual" da Unicef circulam livremente em escolas, colégios e faculdades, o Ministério Público acata o pedido de alguns professores contrários à castidade, recolhendo o material da Fundação Jérôme Lejeune, distribuído na UERJ. Reina, de fato, o que Bento XVI chamou de "ditadura do relativismo". Não existe diálogo, não existe ciência séria. Ao contrário, no mais da vezes, os cursos são verdadeiros laboratórios de doutrinação.
 
No discurso que proferiria à Universidade de Roma La Sapienza, em 2008, Bento XVI faz a seguinte consideração: "Diante duma razão não histórica que procura autoconstruir-se somente numa racionalidade não histórica, a sabedoria da humanidade como tal - a sabedoria das grandes tradições religiosas - deve ser valorizada como realidade que não se pode impunemente lançar para o cesto da história das ideias". Ora, não foi exatamente isso que fizeram o Ministério Público, recolhendo as cartilhas, a Faculdade de Direito do Recife, expurgando uma imagem histórica do prédio da instituição, e meia dúzia de professores e alunos intolerantes, ao impedir a participação do Santo Padre na abertura do ano letivo da Universidade de Roma? Jogaram na lata de lixo da história dois mil anos de sabedoria e progresso, cujo legado abarca inclusive a La Sapienza, fundada ainda no século XIII, pelo Papa Bonifácio VIII.
 
Os chamados padres da Igreja identificaram na filosofia em vigor à época — não nas religiões pagãs e míticas — as sementes do Evangelho, as quais o cristianismo teria a missão de desenvolver posteriormente. Ao início do pensamento cristão, a fé católica aparece como a continuação e o acabamento do pensamento filosófico, não como extensão da religiosidade popular. A famosa conversão de São Justino deve-se justamente a essa importância da razão dentro do cristianismo. No seu Diálogo com Trifão, ele narra como sua peregrinação em busca da verdade levou-o a Deus e à "verdadeira filosofia" [1]. Foi também o itinerário percorrido por muitos outros santos, mas sobretudo por Santo Agostinho. No cristianismo, o santo bispo de Hipona pôde perscrutar as raízes da verdade: "Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro de mim e eu estava fora, e aí te procurava… Estavas comigo e eu não estava contigo" [2].
 
Essa sede de verdade impulsionada pela Igreja e seus pensadores ao longo dos séculos teve papel imprescindível para o surgimento das universidades. O historiador Thomas E. Woods, em seu famoso livro "Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental", desmitifica a ideia de que a Idade Média foi um período de ignorância e superstição. À Igreja, diferentemente do que se costuma ensinar nos cursos de história, coube o papel de salvaguardar e desenvolver o conhecimento da humanidade. Woods comenta [3]:
 
A Universidade foi um fenômeno completamente novo na história da Europa. Nada de parecido existiria na Grécia ou na Roma antigas. A instituição que conhecemos atualmente, com as suas Faculdades, cursos, exames e títulos, assim como a distinção entre estudos secundários e superiores, chegaram-nos diretamente do mundo medieval. A Igreja desenvolveu o sistema universitário porque, com as palavras do historiador Lowrie Daly, era "a única instituição na Europa que manifestava um interesse consistente pela preservação e cultivo do saber".
 
Com efeito, o rótulo de persona non grata imposto ao jovem católico dentro da academia — principalmente quando se manifesta contrário às opiniões dominantes no círculo universitário —, resume-se tão somente a um preconceito tacanho da parte daqueles que desejam colocar a religião entre parêntesis. A contribuição da Igreja Católica à ciência, em que pese as acusações contra a Inquisição e erros pontuais na avaliação de novas descobertas, supera a de qualquer outra instituição. Dão testemunho disso os 48 prêmios Nobel da Pontifícia Academia das Ciências. Entre os nomes notáveis que figuram nessa lista estão o brasileiro Miguel Nicolelis e o inglês Stephen Hawking. Sim, dois ateus. A Igreja, ao contrário dos dogmáticos militantes anticlericais, é capaz de reconhecer os progressos da humanidade, ainda que seus idealizadores não sejam crentes.
 
Bento XVI, ao encontrar-se com os jovens em Madrid, durante a 26ª Jornada Mundial da Juventude, não deixou de animá-los a perseguir o caminho de Cristo, mesmo diante dos desafios:
 
Há muitos que, por causa da sua fé em Cristo, são vítimas de discriminação, que gera o desprezo e a perseguição, aberta ou dissimulada, que sofrem em determinadas regiões e países. Molestam-lhes querendo afastá-los d'Ele, privando-os dos sinais da sua presença na vida pública e silenciando mesmo o seu santo Nome. Mas, eu volto a dizer aos jovens, com todas as forças do meu coração: Que nada e ninguém vos tire a paz; não vos envergonheis do Senhor. Ele fez questão de fazer-se igual a nós e experimentar as nossas angústias para levá-las a Deus, e assim nos salvou.
 
Dentro da universidade, o católico é chamado a dar testemunho da verdade, infundindo, por meio do apostolado pessoal e fecundo, as Palavras do Evangelho entre os demais. É chamado, sobretudo, a contribuir para o progresso e exercício da autêntica ciência: "a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé" [4]. Não há por que se envergonhar de Cristo. Estar ao lado de Deus é estar ao lado da verdadeira razão.
 
 
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
 

Referências

 


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Rainha de todos os santos


Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Mais do que memória ou festa de um dos santos de Deus, neste dia estamos solenemente comemorando a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos.

Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.

A Igreja ocidental, que sempre muito amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.

Rapidamente a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi introduzido no calendário romano. A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”.

No dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.

A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu Sou a Imaculada Conceição”.


Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!




terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A armadilha da misericórdia




Por meio de jogos de linguagem, o mundo tem pintado a Igreja como intolerante, por não acolher as chamadas “novas famílias”. Só cedendo à sua mentalidade relativista é que os católicos aprenderiam o que é misericórdia. Mas, será que as coisas não estão de cabeça para baixo? Não é estranho que, em um passe de mágica, o mundo pareça mais misericordioso que a Igreja?

sábado, 18 de outubro de 2014

Divulgada mensagem final do Sínodo sobre as famílias


“Senhor, doa aos filhos a possibilidade de serem signo de confiança e aos jovens a coragem do compromisso estável e fiel”, rezam os bispos em mensagem

Da redação, com News.va




Os Padres Sinodais aprovaram, no decorrer da 14ª Congregação Geral na manhã deste sábado, 18, a mensagem final da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”.

O documento conclusivo do Sínodo – Relatio Synodi – será divulgado posteriormente enquanto o documento final será provavelmente publicado na forma de uma Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, em 2015, após o Sínodo Ordinário.


Acesse:
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Leia a íntegra da mensagem:

Nós, Padres Sinodais reunidos em Roma junto ao Santo Padre na Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, nos dirigimos a todas as famílias dos diversos continentes e, em particular, àquelas que seguem Cristo Caminho, Verdade e Vida. Manifestamos a nossa admiração e gratidão pelo testemunho cotidiano que vocês oferecem a nós e ao mundo com a sua fidelidade, fé, esperança e amor.

Também nós, pastores da Igreja, nascemos e crescemos em uma família com as mais diversas histórias e acontecimentos. Como sacerdotes e bispos, encontramos e vivemos ao lado de famílias que nos narraram em palavras e nos mostraram em atos uma longa série de esplendores, mas também de cansaços.

A própria preparação desta assembleia sinodal, a partir das respostas ao questionário enviado às Igrejas do mundo inteiro, nos permitiu escutar a voz de tantas experiências familiares. O nosso diálogo nos dias do Sínodo nos enriqueceu reciprocamente, ajudando-nos a olhar toda a realidade viva e complexa em que as famílias vivem. A vocês, apresentamos as palavras de Cristo: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Como costumava fazer durante os seus percursos ao longo das estradas da Terra Santa, entrando nas casas dos povoados, Jesus continua a passar também hoje pelos caminhos das nossas cidades. Nas vossas casas se experimentam luzes e sombras, desafios exaltantes mas, às vezes, também provações dramáticas. A escuridão se faz ainda mais densa até se tornar trevas, quando se insinuam no coração da família o mal e o pecado.

Existe, antes de tudo, os grandes desafios da fidelidade no amor conjugal, do enfraquecimento da fé e dos valores, do individualismo, do empobrecimento das relações, do stress, de um alvoroço que ignora a reflexão, que também marcam a vida familiar. Se assiste, assim, a não poucas crises matrimoniais enfrentadas, frequentemente, em modo apressado e sem a coragem da paciência, da verificação, do perdão recíproco, da reconciliação e também do sacrifício. Os fracassos dão, assim, origem a novas relações, novos casais, novas uniões e novos matrimônios, criando situações familiares complexas e problemáticas para a escolha cristã.

Entre estes desafios queremos evocar também o cansaço da própria existência. Pensemos ao sofrimento que pode aparecer em um filho portador de deficiência, em uma doença grave, na degeneração neurológica da velhice, na morte de uma pessoa querida. É admirável a fidelidade generosa de muitas famílias que vivem estas provações com coragem, fé e amor, considerando-as não como alguma coisa que é arrancada ou infligida, mas como alguma coisa que é doada a eles e que eles doam, vendo Cristo sofredor naquelas carnes doentes.

Pensemos às dificuldades econômicas causadas por sistemas perversos, pelo “fetichismo do dinheiro e na ditadura de uma economia sem rosto e sem um objetivo verdadeiramente humano” (Evangelii Gaudium 55), que humilha a dignidade das pessoas. Pensemos ao pai ou à mãe desempregados, impotentes diante das necessidades também primárias de suas famílias, e aos jovens que se encontram diante de dias vazios e sem expectativas, e que podem tornar-se presa dos desvios na droga e na criminalidade.

Pensemos também na multidão das famílias pobres, àquelas que se agarram em um barco para atingir uma meta de sobrevivência, às famílias refugiadas que sem esperança migram nos desertos, àquelas perseguidas simplesmente pela sua fé e pelos seus valores espirituais e humanos, àquelas atingidas pela brutalidade das guerras e das opressões. Pensemos também às mulheres que sofrem violência e são submetidas à exploração, ao tráfico de pessoas, às crianças e jovens vítimas de abusos até mesmo por parte daqueles que deveriam protegê-las e fazê-las crescer na confiança e aos membros de tantas famílias humilhadas e em dificuldade. “A cultura do bem-estar anestesia-nos e (…) todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espetáculo que não nos incomoda de forma alguma” (Evangelii Gaudium, 54). Fazemos apelo aos governos e às organizações internacionais para promoverem os direitos da família para o bem comum.

Cristo quis que a sua Igreja fosse uma casa com a porta sempre aberta na acolhida, sem excluir ninguém. Somos, por isso, agradecidos aos pastores, fiéis e comunidades prontos a acompanhar e a assumir as dilacerações interiores e sociais dos casais e das famílias.

Existe, contudo, também a luz que de noite resplandece atrás das janelas nas casas das cidades, nas modestas residências de periferia ou nos povoados e até mesmos nas cabanas: ela brilha e aquece os corpos e almas. Esta luz, na vida nupcial dos cônjuges, se acende com o encontro: é um dom, uma graça que se expressa – como diz o Livro do Gênesis (2,18) – quando os dois vultos estão um diante o outro, em uma “ajuda correspondente”, isto é, igual e recíproca. O amor do homem e da mulher nos ensina que cada um dos dois tem necessidade do outro para ser si mesmo, mesmo permanecendo diferente ao outro na sua identidade, que se abre e se revela no dom mútuo. É isto que manifesta em modo sugestivo a mulher do Cântico dos Cânticos: “O meu amado é para mim e eu sou sua…eu sou do meu amado e meu amado é meu”, (Cnt 2,16; 6,3).

Para que este encontro seja autêntico, o itinerário inicia com o noivado, tempo de espera e de preparação. Realiza-se em plenitude no Sacramento onde Deus coloca o seu selo, a sua presença e a sua graça. Este caminho conhece também a sexualidade, a ternura, e a beleza, que perduram também além do vigor e do frescor juvenil. O amor tende pela sua natureza ser para sempre, até dar a vida pela pessoa que se ama (cf. João 15,13). Nesta luz, o amor conjugal único e indissolúvel persiste, apesar das tantas dificuldades do limite humano; é um dos milagres mais belos, embora seja também o mais comum.

Este amor se difunde por meio da fecundidade e do ‘gerativismo’, que não é somente procriação, mas também dom da vida divina no Batismo, educação e catequese dos filhos. É também capacidade de oferecer vida, afeto, valores, uma experiência possível também a quem não pode gerar. As famílias que vivem esta aventura luminosa tornam-se um testemunho para todos, em particular para os jovens.

Durante este caminho, que às vezes é um percurso instável, com cansaços e caídas, se tem sempre a presença e o acompanhamento de Deus. A família de Deus experimenta isto no afeto e no diálogo entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs. Depois vive isto ao escutar juntos a Palavra de Deus e na oração comum, um pequeno oásis do espírito a ser criado em qualquer momento a cada dia. Existem, portanto, o empenho cotidiano na educação à fé e à vida boa e bonita do Evangelho, à santidade. Esta tarefa é, frequentemente, partilhada e exercida com grande afeto e dedicação também pelos avôs e avós. Assim, a família se apresenta como autêntica Igreja doméstica, que se alarga à família das famílias que é a comunidade eclesial. Os cônjuges cristãos são, após, chamados a tornarem-se mestres na fé e no amor também para os jovens casais.

O vértice que reúne e sintetiza todos os elos da comunhão com Deus e com o próximo é a Eucaristia dominical quando, com toda a Igreja, a família se senta à mesa com o Senhor. Ele se doa a todos nós, peregrinos na história em direção à meta do encontro último quando “Cristo será tudo em todos” (Col 3,11). Por isto, na primeira etapa do nosso caminho sinodal, refletimos sobre o acompanhamento pastoral e sobre o acesso aos sacramentos pelos divorciados recasados.

Nós, Padres Sinodais, vos pedimos para caminhar conosco em direção ao próximo Sínodo. Em vocês se confirma a presença da família de Jesus, Maria e José na sua modesta casa. Também nós, unindo-nos à Família de Nazaré, elevamos ao Pai de todos a nossa invocação pelas famílias da terra:

Senhor, doa a todas as famílias a presença de esposos fortes e sábios, que sejam vertente de uma família livre e unida.

Senhor, doa aos pais a possibilidade de ter uma casa onde viver em paz com a família.
Senhor, doa aos filhos a possibilidade de serem signo de confiança e aos jovens a coragem do compromisso estável e fiel.

Senhor, doa a todos a possibilidade de ganhar o pão com as suas próprias mãos, de provar a serenidade do espírito e de manter viva a chama da fé mesmo na escuridão.

Senhor, doa a todos a possibilidade de ver florescer uma Igreja sempre mais fiel e credível, uma cidade justa e humana, um mundo que ame a verdade, a justiça e a misericórdia.



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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Seis dicas para um casamento feliz

À luz da história, é possível dizer que o casamento “nasceu” em crise. Cristo, no entanto, veio redimir o homem - e também o matrimônio.



Não há dúvidas de que a família está em crise. À luz da história, no entanto, é mais exato dizer que a família nasceu em crise. O plano primordial do Criador para o homem e a mulher - que vivessem o amor, como imagem do amor com que Deus os criou -, infelizmente, foi perturbado pelo pecado original. O Catecismo da Igreja Católica destaca que, “desde sempre, a união de ambos foi ameaçada pela discórdia, pelo espírito de dominação, pela infidelidade, pelo ciúme e por conflitos que podem chegar ao ódio e à ruptura” [1].

Mas, como é verdade que “Deus todo-poderoso (...), sendo soberanamente bom, nunca permitiria que qualquer mal existisse nas suas obras se não fosse suficientemente poderoso e bom para do próprio mal, fazer surgir o bem” [2], Ele mesmo enviou, na plenitude dos tempos, o seu Filho, para redimir não só o homem, mas também todas as suas relações, de que se sobressai a união entre o homem e a mulher. Elevando o matrimônio à dignidade de sacramento, Nosso Senhor fez da aliança conjugal um sinal de Seu amor pela Igreja e um meio para a santificação e o crescimento mútuo dos esposos.

Se o seu casamento começou do jeito certo, com a graça do sacramento e a bênção da Igreja, meio caminho já foi andado. Agora, é preciso conformar-se ao dom recebido e educar-se a partir da moral católica e da cartilha dos santos, para transformar a sua família em uma autêntica Igreja doméstica. Seguem, abaixo, algumas breves dicas para continuar bem o caminho ou, quem sabe, colocar o seu relacionamento no eixo. São palavras da sabedoria de dois mil anos da Igreja, que com certeza ajudarão na construção do seu lar.

    1. Ninguém pode saciar plenamente o seu coração

    A primeira advertência pode parecer desalentadora, mas é, sem dúvida, a mais importante de todas: ninguém - absolutamente ninguém - pode saciar o seu coração. Muitas pessoas hoje se casam para “serem felizes”, com a esperança de que os seus esposos e as suas esposas as completem e montem para elas um “pequeno paraíso” nesta terra. Após um tempo, quando elas caem em si e percebem que o paraíso prometido não veio - e nem virá -, bate o desespero e a desilusão: afinal, o que deu errado?

    O casal que entra nessa crise deve entender que nenhuma criatura pode saciar a sede de infinito do homem. Este só se realiza plenamente quando encontra o único Outro que o transcende: Deus.

    “Fizestes-nos para Vós, Senhor, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em Vós” [3], reza Santo Agostinho. Mais do que ser companheiro para uma pessoa do sexo oposto, o ser humano foi “constituído à altura de ‘companheiro do Absoluto’” [4], como ensinou São João Paulo II. Mais do que um pacto matrimonial, o homem foi feito para uma aliança eterna com Deus.

      2. Homens e mulheres são real e profundamente diferentes

      Nenhuma ideologia pode obscurecer este fato inscrito na natureza humana: homens e mulheres são real e profundamente diferentes.

      Para explicar a diferença entre os sexos, o escritor norte-americano John Gray chegou a colocar homens e mulheres em planetas diferentes. Em seu famoso best-seller “Os Homens São de Marte, as Mulheres São de Vênus”, ele conta que “marcianos” e “venusianas” viveram por muito tempo em paz, até que “os efeitos da atmosfera da Terra assumiram o controle, e certa manhã todos acordaram com (...) amnésia” [5]: tinham esquecido que vieram de planetas diferentes e, por isso, passaram a viver constantemente em conflito.

      Pela história da Criação, nós sabemos que Deus criou o homem e a mulher no mesmo planeta, mas com as suas diferenças, e que a “amnésia” que iniciou o referido conflito nada mais é do que o pecado original, que “teve como primeira consequência a ruptura da comunhão original do homem e da mulher” [6].

      Não se pode, porém, restaurar a harmonia entre o casal negando as diferenças evidentes entre os sexos, como em uma atitude de rebeldia contra o Criador. Mais do que uma história dos contos de fadas, o cavaleiro que, com sua armadura reluzente, mata o dragão e liberta a princesa do alto do castelo, é uma bela imagem de como o homem, por exemplo, é chamado à bravura. Na vida ordinária, isso significa enfrentar o mundo, trabalhando e provendo o sustento da casa e a segurança da família.

      Para a mulher, a figura de mãe não é menos heróica. Significa a doação de amor para que os seus filhos vivam e recebam uma boa educação. Infelizmente, o feminismo tem introjetado na cabeça das mulheres que ser mãe é uma desgraça e que elas só serão felizes quando forem “iguais” aos homens. A realidade, porém, é que, após o tão sonhado “empoderamento” das mulheres, estas não encontraram a felicidade, mas tão somente a desilusão e a frustração de uma vida reduzida ao serviço do mercado e do próprio egoísmo. Como disse G. K. Chesterton, “o feminismo trouxe a ideia confusa de que as mulheres são livres quando servem aos seus empregadores, mas são escravas quando ajudam os seus maridos” [7].

        3. Ame o seu cônjuge como Cristo amou a Igreja

        Em sua Carta aos Efésios, São Paulo exorta os maridos a amarem as suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela [8]. Com isso, demonstra que o amor não é um “sentimentalismo barato”, baseado no fundamento instável das emoções, mas uma determinação viril, baseada na rocha sólida da vontade. O pacto matrimonial é uma aliança de sangue, pela qual os esposos dizem um para o outro: “Eu derramo o meu sangue, mas não desisto de você”. Não sem razão o autor do Cântico dos Cânticos canta que “o amor é forte como a morte” [9].

        De fato, o próprio Deus, no ato mais extremo de amor, morreu pelos nossos pecados. Seguindo o seu modelo, todo casal que sobe ao altar deve pensar que está subindo o Calvário, a fim de oferecer a Deus o sacrifício de si mesmo, pela salvação do outro. Para o bem da pessoa amada, na verdade, tanto o homem quanto a mulher devem fazer o que for preciso, mesmo que a isso custe fazer o que não se quer. Muitas contendas entre os casais começam justamente porque um não é capaz de “dar o braço a torcer” em favor do outro. Sacrificam-se, então, a paz e a harmonia entre os dois, para satisfazer as próprias veleidades, ao invés de se sacrificar a própria vontade em favor do outro.

        Também para o casamento vale o chamado de Nosso Senhor: “Quem alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me” [10].

          4. Deus deve ser o centro de suas vidas e de seus dias

          Não adianta morrer um pelo outro se, primeiro, não se ama a Deus. Por isso, Ele deve ser o centro de suas vidas e de seus dias.

          Para amar alguém, primeiro, é preciso conhecê-lo. O que se diria de um casal de noivos que, estando prestes a se casar, não soubessem nada um do outro e não fizessem o mínimo esforço para se conhecerem? Com razão se poderia chamá-los de loucos, pois querem permanecer unidos até o fim da vida a quem nem mesmo conhecem. Ora, se para o casamento terreno, que finda com a morte, é preciso preparar-se com cuidado e empenho, quanto mais para o encontro com Deus, a quem estaremos unidos não por um dia ou uma vida, mas por toda a eternidade!

          Por isso, é importante estudar as verdades de nossa fé, contidas principalmente no Catecismo da Igreja Católica e nos Evangelhos, sem jamais descuidar da oração, pela qual o próprio Deus Se revela e Se comunica a nós.

          Uma vez conhecido o grande amor com que Deus nos amou, então, é preciso que o casal O ame de volta, mudando toda a sua rotina e a sua vida para colocá-Lo no primeiro lugar de tudo. Se de manhã se acordava correndo para ir ao trabalho, urge levantar um pouco mais cedo, para oferecer a Deus o que dia que começa - e, quem sabe, até participar da Santa Missa. Se à noite a família se reunia para assistir à TV e acabava vendo programas que não prestam - como são as novelas -, por que não começar a rezar o Santo Terço em família? Se o domingo tem sido tão somente o “feriado”, com passeios e viagens, está na hora de transformá-lo realmente em “dia do Senhor”, levando toda a família para um encontro com a melhor de todas as famílias, que é a Igreja.

          Lembrem-se sempre que a sua aliança matrimonial é, antes de tudo, um compromisso com Deus. Dois sozinhos não são capazes de levar adiante um casamento; ao contrário, “a corda tripla não se arrebenta facilmente” [11].

            5. O sexo não é um parque de diversões

            A Igreja, ao mesmo tempo em que valoriza a sexualidade como um dom precioso do Criador, reconhece que “a sexualidade é fonte de alegria e prazer”. Com isso, ela não pretende dar aos seus filhos uma autorização para que, depois de casados, façam o que bem entenderem um com o outro, mas que vivam o sexo de forma equilibrada, mantendo-se, na expressão do Papa Pio XII, “dentro dos limites duma justa moderação” [12].

            Infelizmente, em nosso mundo supersexualizado, o que deveria ser uma expressão de amor tem degenerado na busca do próprio egoísmo. É muito comum, por exemplo, que, saturados por múltiplas experiências com pornografia e masturbação, os homens queiram trazer o chiqueiro do mundo para o seu leito conjugal, transformando a mulher em um objeto de satisfação sexual, ao invés de amá-la e respeitá-la como pessoa e companheira. Por outro lado, as mulheres, em troca de compensação afetiva, acabam aceitando ser transformadas em “coisas” e usadas como objetos. Ao fim, o que deveria ser uma “aliança de amor” acaba se tornando um “consórcio de egoísmos”.

            Para consertar as coisas, é preciso desmascarar a ideia, que alcançou sucesso com a Revolução Sexual, de que o sexo seria como um parque de diversões, o qual se buscaria tão somente para o prazer próprio e para a satisfação dos próprios caprichos. Isso não é o sexo, mas a sua perversão. A relação sexual foi concebida por Deus para unir os esposos, mas também para gerar vidas. Por isso, sexo significa, antes de qualquer coisa, família.

            De fato, na família, todos vivem - ou deveriam viver - como em uma “ilha de paz”: a menina, por exemplo, pode andar tranquilamente por sua casa, consciente de que não será cobiçada por seu pai ou por seus irmãos. Para afastar do pensamento o adultério do coração [13], de que fala Nosso Senhor, seria sadio que os homens olhassem para as mulheres como se fossem suas “irmãs”, e vice-versa. Afinal, é nesse estado que todos os seres humanos se encontram, desde que nasceram, e que se encontrarão principalmente no fim de suas vidas, quando estiverem face a face com Deus.

            Quando seu cônjuge envelhecer, por exemplo, vão-se embora com o tempo não só o vigor da juventude, como também os atrativos físicos do outro. Se seu relacionamento está baseado só no sexo, essa é uma péssima notícia. Se desde o começo, no entanto, você foi treinado para amar - e como diz o Apóstolo, “o amor tudo suporta” [14]-, você chegará à velhice feliz por ter sido casto e fiel.

              6. Estejam sempre abertos ao dom dos filhos

              Esta dica é indissociável da anterior: estejam sempre abertos ao dom dos filhos. Quando um casal deliberadamente se fecha à transmissão da vida, inicia um círculo de egoísmo e morte que destrói pouco a pouco a si mesmo.

              Para entender a imperiosidade deste ensinamento, basta olhar para a natureza do ato sexual, que foi concebido pelo Criador tanto para unir os esposos quanto para torná-los participantes de Seu poder criador, na geração dos filhos. Se separar essas duas dimensões fora do matrimônio significa falta de compromisso, separá-las dentro do próprio casamento não deixa de ser uma manifestação “mais refinada”, por assim dizer, de egoísmo e falta de amor. Por isso a Igreja condena os métodos contraceptivos, que vão contra a própria verdade do sexo. Como ensina São João Paulo II, “o ato conjugal destituído da sua verdade interior, porque privado artificialmente da sua capacidade procriadora, deixa também de ser ato de amor” [15].

              Todo casal deveria perguntar com sinceridade se a sua decisão de evitar filhos não vem mais de uma atitude de egoísmo por parte dos dois do que de uma razão realmente grave e justa. E, para quem argumenta que “filho dá despesa”, o Catecismo da Igreja Católica responde dizendo que “o filho não é uma dívida, é uma dádiva” [16]. Basta lançar um olhar às numerosas famílias de alguns anos atrás, que, embora não vivessem imersas em luxo, eram muito mais felizes que as minúsculas e egoístas famílias de hoje.

              O salmista diz que “os filhos são a bênção do Senhor” [17]. Mesmo que a sociedade de hoje os veja como uma maldição, as palavras do Espírito Santo permanecem. Continua valendo a pena esperar de Deus o número de filhos que Ele quiser, ao invés de reduzirmos o número de crianças à medida do nosso comodismo.

              __________________

              As dicas acima pretendem ser alguns curtos conselhos. Mas, não custa nada lembrar, de novo, que a plena felicidade o ser humano só alcançará no Céu, quando celebrar o matrimônio com o único e verdadeiro Esposo de nossas almas: o próprio Deus.


              Por Equipe Christo Nihil Praeponere


               

              Referências bibliográficas

               
              1. Catecismo da Igreja Católica, 1606
              2. Santo Agostinho, Enchiridion de fide, spe et caritate. 3. 11: CCL 46, 53 (PL 40, 236)
              3. Confissões, I, 1: PL 32
              4. Audiência geral, 24 de outubro de 1979, 2
              5. John Gray, Homens são de Marte, mulheres são de Vênus, Rio de Janeiro: Rocco, 1995, p. 19
              6. Catecismo da Igreja Católica, 1607
              7. G. K. Chesterton, Social Reform versus Birth Control, 1927
              8. Ef 5, 25
              9. Ct 8, 6
              10. Lc 9, 23
              11. Ecl 4, 12
              12. Catecismo da Igreja Católica, 2362
              13. Cf. Mt 5, 28
              14. 1 Cor 13, 7
              15. Audiencia general, 22 de agosto de 1984, 6
              16. Catecismo da Igreja Católica, 2378
              17. Sl 127, 3

              sábado, 4 de outubro de 2014

              O laicismo e a perseguição à religiosidade do Brasil


              O laicismo ideológico tem mostrado sua cara no Brasil e perseguido a religiosidade que faz parte da cultura deste país. Será o início de uma perseguição religiosa na Terra de Santa Cruz?
               
              Nos últimos anos, o Brasil vem assistindo a uma série de atos que visam excluir a religião e o discurso religioso das esferas públicas. Logo que aparece uma discussão na sociedade como o aborto, a política, o casamento homossexual, um pequeno – mas barulhento – grupo de ideólogos, dizem: “o Brasil é laico, a religião deve ser algo privado e não pode interferir nestes assuntos”.
               

              Dr Aleksandro Clemente "Estado laico não quer dizer laicista"
               
              Sim, o Brasil é um Estado laico, mas isso significa que a religião está excluída de debater e interferir no que acha essencial para a sociedade?
               
              “Nós não podemos confundir Estado laico com laicista. Estado laico significa que ele não confessa uma religião e não é regido por normas religiosas. O contrário disso é o laicismo, uma espécie de ideologia que prega o racionalismo, ou seja, tudo o que não é racional ou possui um pouco de expressão religiosa é desprezado”, diz o advogado Aleksandro Clemente, membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB/SP, professor de Bioética e Biodireito.
               
               
              O laicismo tem emergido em muitos lugares do mundo como uma afronta ao Cristianismo e, muitas vezes, assumindo formas hostis de perseguição. No Brasil, ele tem avançado e estendido seus tentáculos por meio de pequenos grupos ideológico-políticos, como por exemplo a Liga Brasileira de Lésbicas que, em março de 2012, pediu à justiça do Rio Grande do Sul (RS) a retirada de crucifixos dos prédio públicos – decisão acatada pelo mesmo órgão – com o argumento de que o Estado brasileiro é laico.
               
              Veja a reportagem sobre Estado laico x laicista


              “Quando se fala de Estado laico não significa negar a cultura religiosa de seu povo. O Brasil tem uma cultura impregnada de religiosidade. Basta vermos o nome de nossas cidades e Estados como São Paulo, Santa Catarina, São João da Boa Vista e tantos outros. Será que teríamos que demolir o Cristo Redentor, símbolo cristão?”, diz Aleksandro.
               
              Para o advogado, a decisão de retirada de símbolos religiosos de repartições públicas é uma grave ofensa à democracia do nosso país, uma clara ação do laicismo que quer implantar sua doutrina em terras brasileiras. “Num Estado democrático, o poder emana do povo; e numa sociedade, na qual a maioria se diz religiosa, este sentimento deve ser respeitado, portanto, ter um crucifixo num órgão público não é um desrespeito a quem não acredita, mas expressa o sentimento religioso da maioria. Tirar o crucifixo como o fez a Justiça gaúcha é uma ofensa gratuita ao sentimento religioso desta maioria da população”, conclui Aleksandro.

               
              Veja mais sobre os cristãos perseguidos:
               
              O desafio de ser um jovem cristão na modernidade

              terça-feira, 23 de setembro de 2014

              DNJ 2014 em Itambé PE!

               

              O DNJ (Dia Nacional da Juventude) de nossa Diocese acontecerá na cidade de Itambé PE no próximo dia 19 de Outubro de 2014 e contará com a presença de nosso Bispo diocesano D. Severino Batista de França OFM cap., o Clero e os jovens de toda nossa diocese. Com muita oração, louvor, adoração e verdadeira demonstração de fé Católica esse evento será com certeza um verdadeiro Pentecostes em nossa diocese.
              A juventude nos dias de hoje precisa encontrar o sentido real de sua vida e tudo começa a partir do encontro pessoal com Nosso Senhor Jesus Cristo, por isso vejo este evento (DNJ) como porta aberta que proporciona esse momento a nossos jovens.
              Jesus é o Caminho, a Verdade e a vida (Jo 14, 6) e é Nele, por Ele e com Ele que encontramos o verdadeiro sentido de nossas vidas.


               
              Com o lema: "Feitos para sermos livres, não escravos". (CAPYM, 430) o DNJ contará com várias atrações voltadas aos jovens, contudo isso ainda não é a melhor parte (Lc 10, 38-39). O mais importante é Jesus Cristo no meio de nós, escutá-lo e por em prática seus mandamentos (Lc 8, 21) e a partir desse momento sermos homens e mulheres novos para Glória de Deus Pai.

              As camisas do evento estão sendo confeccionadas por encomenda e vendidas pelo Grupo Jovem (JUJEM) ao preço de R$ 15,00 (Quinze Reais).


              A paróquia Nossa Senhora do Desterro de Itambé PE convida todos os jovens a participar conosco desse grande retiro espiritual.
               
              Deus abençoe a todos!


               
              Jorge Barbosa
               

              sexta-feira, 19 de setembro de 2014

              Existem homens e mulheres criados para a política

               
              Deus deu a alguns homens e mulheres os dons e as características necessárias para ocuparem cargos públicos.
               
              No mês de agosto, a Igreja dedica um olhar especial às vocações. Entre as tantas vocações para as quais o Senhor convoca Seus filhos a servir, encontramos uma que sofre grandes golpes em nossa atualidade: a vocação à política. Talvez, soe como novidade para alguns encarar esse ramo como uma vocação, mas para a Igreja ela é real, tanto que, em suas orações litúrgicas, encontramos várias vezes a intercessão pelas autoridades e pelos governos.
               
              O termo “política” denomina arte ou ciência de organização; muito mais que isso, o Papa Paulo VI afirmou que “a política é uma forma sublime do exercício da caridade”. Se observarmos, em todos os tempos, Deus suscitou homens para guiar Seu povo. Foi assim ao escolher Moisés, Elias, Eliseu, Samuel, Saul, Davi… Enfim, em cada etapa que o povo de Deus se encontra, detectamos um líder, e por que não dizer, um político.
               
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              Claro que podemos encontrar diversas características que podem divergir na ideia de se comparar líderes do povo de Deus aos políticos da atualidade. Mas, ao fazermos tal comparação, podemos observar que o Senhor dá a alguns homens os dons e as características necessárias para organizar, dar diretrizes e criar normas para que os direitos de cada pessoa sejam atendidos e para que também os deveres sejam realizados. A partir disso, compreendemos o que Paulo VI disse ao ligar a vocação do político à virtude da caridade, ou seja, seu papel está em servir e não em ser servido.
               
              No Evangelho de João 6,5-12, Jesus pergunta a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?”. Vemos, então, que o discípulo fica perdido, pois não sabe a solução para o problema. Como ele, pobre e sem alimento até mesmo para si, poderia alimentar aquela multidão? O Evangelho relata que Jesus disse isso para testar Filipe, pois Ele sabia muito bem o que ia fazer.
               
              Esse Evangelho expressa a vocação do cristão: viver a caridade. A política constrói o cenário ideal para que esse Evangelho possa ser praticado. O desejo de Deus é que os líderes das nações tenham um espírito cheio de amor e compaixão pelo povo, de maneira especial pelos mais pobres, e que tragam o coração inclinado para a renúncia, prática sem a qual não conseguiriam viver com plenitude o papel que lhes cabe.
               
              O que Deus espera de Seus líderes, comparado ao que vemos nos governos de hoje em nosso país, nos leva a perceber que nem sempre esse papel é bem exercido. Se existem pessoas portadoras de dons e características dadas pelo próprio Deus para exercer em tais funções, o que há de errado com esses cargos?
               
              Podemos encontrar na frase do Papa Pio XII uma boa resposta: “Onde faltam homens honestos, outros vêm ocupar-lhes o lugar para fazer da atividade política arena das suas ambições, uma corrida aos ganhos próprios e de sua classe”. Vemos hoje uma política suja e vendida aos que corrompem e desonram o cargo que ocupam. Não são em sua totalidade, mas é notável a carência de opções na hora de escolher um candidato para ocupar um cargo público. Torna-se inaceitável que nós cristãos possamos escolher para o governo pessoas que discursam contra os princípios fundamentais da vida humana deixados por Cristo.
               
              Papa Pio XII deixa claro, em sua frase, que há a necessidade de pessoas comprometidas com o Evangelho engajadas na política. Precisamos de representantes tementes a Deus, que possam se colocar a serviço do povo, com desejo de agradar ao Senhor. Também precisamos de eleitores que, na hora de escolher um candidato, sejam atentos e conscientes, pois um homem que não é movido pelo Espírito de Deus não tem a capacidade de conduzir uma nação para uma verdadeira caridade.
               
              A omissão dos bons ocasionou o domínio dos corruptos. Os homens confiantes em Deus poderão levar para o meio do povo o milagre feito por Jesus.
               
              Quem aí tem cinco pães e dois peixinhos para ofertar?
               
               
              Veja mais:
               
              :: Como podemos agir nesta sociedade de disputa?
              :: Devem ser priorizadas a justiça e o gosto pela verdade


              Paulo Pereira

              José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN


              terça-feira, 16 de setembro de 2014

              Candidatos à presidência confirmam participação em debate promovido pela CNBB

               
               
              Hoje, 16 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove o debate com presidenciáveis, com início às 21h30, no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho, no Santuário Nacional de Aparecida. Organizado pela TV Aparecida, o debate será transmitido por oito emissoras de inspiração católica, 230 rádios e portais católicos. Oito candidatos confirmaram presença. São eles: Aécio Neves (PSDB),  Dilma Rousseff (PT), Eduardo Jorge (PV), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB),  Luciana Genro (PSOL),  Marina Silva (PSB) e pastor Everaldo (PSC).
               
              De acordo com o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis, o debate é uma oportunidade para que as pessoas conheçam as propostas e projetos dos candidatos à presidência do Brasil. “Desta forma, o evento oferecerá elementos para que o eleitor possa discernir em quem vai votar, não apenas pensando em seus benefícios pessoais, mas no bem comum. Desejamos que o nosso eleitor exerça seu direito de cidadania com liberdade, responsabilidade e consciência, pensando no bem do país”, explicou.
               
               
              Como será
               
              O debate terá duração de duas horas, com plateia composta por bispos convidados, além de padres e presença de autoridades. O mediador do debate será o jornalista Rodolpho Gamberini, recém contratado pela Rede Aparecida de Comunicação. O programa chegará a mais de 70 milhões de eleitores em sinal aberto.
               
              No primeiro bloco, os convidados irão responder a uma única pergunta elaborada pela presidência da CNBB, em ordem já definida por sorteio na presença dos representantes dos partidos. Cada candidato terá dois minutos para resposta.
               
              Já no segundo bloco, os candidatos vão responder a perguntas propostas pelos bispos indicados pela CNBB, abordando temas como saúde, educação, habitação, reforma agrária, reforma política e lei do aborto. No terceiro bloco, os candidatos irão responder a perguntas de jornalistas das mídias católicas. O quarto bloco será de embate entre os postulantes à presidência. O último bloco será dedicado às considerações finais dos convidados.
               
               
              Repercussão
               
              De acordo com informações da organização, o debate vem ganhando repercussão na mídia nacional. Diversos veículos estão noticiando o evento, além das divulgações por TVs de inspiração católicas, blogs, sites de igrejas, de dioceses e do site oficial do Vaticano.
               
               

              Sem armadilhas, diz Dom Damasceno sobre debate presidencial

              Debate promovido pela CNBB não terá armadilhas aos candidatos, afirmou o presidente da instituição, Cardeal Raymundo Damasceno
               
              André  Cunha
              Enviado especial à Aparecida (SP)
               
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              Coletiva apresentou detalhes do Debate da CNBB com os Presidenciáveis que acontecerá nesta terça-feira, 16 / Foto: André Cunha
               
              O presidente da CNBB, Cardeal Raymundo Damasceno de Assis, afirmou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 15, que o objetivo do debate promovido pela Igreja do Brasil não é criar armadilha aos candidatos, mas ser um espaço para conscientizar o eleitor sobre a importância do voto.
               
              “É uma iniciativa da CNBB para ajudar nosso eleitor no discernimento na hora do seu voto; para ouvir os projetos dos candidatos para o Brasil enquanto nação e para responder perguntas de interesse não só da Igreja, mas também nacional. Assim o eleitor poderá conhecer melhor os candidatos”.
               
              O cardeal também recordou que a Igreja não tem partido político, nem candidato preferencial, mas ao contrário, não impõe votos e não quer se tornar “curral eleitoral”.
               
              “A Igreja apenas facilita para o eleitor a tomada de decisão; não quer impor a ninguém um partido ou candidato, mas ajudar o eleitor para que o escolha livremente. A Igreja dá somente elementos e critérios para que o eleitor o faça”, disse.
               
               
              Roteiro do debate
               
              Os oito candidatos com representação no Congresso Nacional – Aécio Neves, Dilma Rousseff, Eduardo Jorge, Eymael, Levy Fidelix, Luciana Genro, Marina Silva e Pastor Everaldo -, participarão do debate promovido pela CNBB, nesta terça-feira, 16, às 21h30, com transmissão ao vivo pela TV Canção Nova, além de outros meios de comunicação de inspiração católica.
               
              No primeiro bloco, os candidatos responderão a uma pergunta geral, feita pela CNBB, e terão dois minutos para resposta. O segundo bloco será dedicado às perguntas que oito bispos farão, respectivamente, aos candidatos.
               
              “Serão oito perguntas feitas pelos bispos de várias partes do país, que trarão as realidades de suas comissões episcopais”, explicou o diretor-geral da TV Aparecida, padre Josafá Morais. Os candidatos responderão as perguntas mediante sorteio realizado ao vivo.
               
              Já no terceiro bloco, jornalistas das mídias católicas serão responsáveis por questionar os presidenciáveis. O confronto entre os candidatos ficou reservado para o quarto bloco, sendo o quinto, para as considerações finais.
               
              O mediador do debate, o jornalista Rodolpho Gamberini, também afirmou que não haverá possibilidade de armadilhas entre os candidatos. Segundo ele, as perguntas serão previamente preparadas, mas somente com sorteio ao vivo se saberá a quem serão dirigidas. “Não é possível fazer armadilha porque não se sabe quem responderá”, adiantou.
               
               
              Assuntos de interesse da Igreja
               
              Além dos assuntos sociais e econômicos, a Igreja do Brasil tem interesse em ouvir os candidatos acerca de temas que dizem respeito à moral católica, como a família e a defesa da vida.
               
              “A família é importante para nós. A questão da vida é importante para nós. Então, qual é a posição do candidato com relação a esses temas? A vida é importante para ele, desde seu começo até seu término natural, ou não? Aí entra toda uma questão complexa da segurança, da defesa da vida, da promoção da vida, da defesa da dignidade humana, dos direitos humanos. São questões, às vezes, não tão enfatizadas, embora mencionadas nos debates anteriores, mas de maneira muito rápida”, explicou cardeal Damasceno.
               
              Este é o terceiro debate de iniciativa católica. O primeiro aconteceu em proporções menores em 1989, o segundo – em São Paulo, com maior repercussão midiática –, em 2010. O diferencial deste terceiro é a sua realização nas dependências do Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo.
               
               

              sexta-feira, 12 de setembro de 2014

              Procissão do Desterro e outros vídeos da Festa de Nossa senhora do Desterro 2014:


               
              Procissão vindo das ruínas da Antiga Igreja no sítio Monge e se dirigindo a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro em Itambé PE.



               
              Fiéis organizam ciranda após a Santa Missa. Muita alegria durante todo o Novenário!
               
               

              Veja como foi a festa de Nossa Senhora do Desterro 2014 !


              Fotos do Novenário em Honra a nossa Excelsa Padroeira:


              Celebração da Santa Missa e Procissão vindo do Desterro (ruinas da Antiga Igreja de Nossa Senhora do Desterro):

               
               

               
               
               
               
               
               
               



























               
               
               

               
               
               
               
               


              Fotos dos convidados, momentos marcantes de nosso novenário e da Missa Solene em Honra a nossa padroeira: "Nossa Senhora do Desterro".


                
                
               
               

               
               


               
               
               
               
               
               
               
               
               
                
                      
               
               
                
               
               
               
               
               
               

               
               
               
               
               
               
               
               
               
               
               
               
               
              Parabéns a todos  que contribuíram para a realização desta grande festa. Que a benção de Deus pela intercessão de nossa mãe Maria santíssima chegue a todos nós. amém!