segunda-feira, 28 de abril de 2014

Papa Francisco canoniza João Paulo II e João XXIII

 
João Paulo II e João XXIII foram inscritos no livro dos santos na manhã deste domingo, 27, festa da Divina Misericórdia
 

Jéssica Marçal
Da Redação
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Papa Francisco lê a fórmula de canonização de João Paulo II e João XXIII / Foto: Reprodução CTV
 
São João Paulo II e São João XXIII. Na manhã deste domingo, 27, festa da Divina Misericórdia, Papa Francisco canonizou os Papas beatos João Paulo II e João XXIII. A cerimônia acontece na Praça São Pedro e conta com a presença do Papa Emérito Bento XVI.
 
A cerimônia teve início às 10h (em Roma, 5h no horário de Brasílial). O rito de canonização aconteceu logo no início da Missa. O Santo Padre fez as petições, seguido do Cardeal Angelo Amato, que é o presidente da Congregação para a Causa dos Santos.
 
“Lemos nossa oração a Deus Pai, por meio de Jesus Cristo, para que por intercessão da Virgem Maria fortaleça com sua graça o que estamos para realizar”, disse Francisco.
 
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Após a leitura da fórmula de canonização, com a qual os dois beatos se tornaram santos, foi realizada a procissão das relíquias dos dois santos. O momento foi sucedido pelo agradecimento dirigido ao Santo Padre pelo Cardeal Amato, que pediu a redação da carta apostólica referente à canonização, pedido ao qual Francisco já respondeu: “Ordenamos”.
 
Após a canonização, Francisco dá sequência à cerimônia com a celebração da Santa Missa.
 
 
Leia também

.: Em Missa da Canonização: Papa destaca coragem de JPII e João XXIII

CANONIZAÇÃO DOS BEATOS JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II

Index
     

Homenagem a João Paulo II Homenagem a João XXIII
 
CANONIZAÇÃO DOS BEATOS JOÃO XXIII E JOÃO PAULO II
 
Domingo da Divina Misericórdia, 27 de abril de 2014

Praça de São Pedro, 10h
Santa Missa
 
Notificação - Livrete da Celebração

Vídeo

Homilia do Santo Padre Francisco
[Alemão, Árabe, EspanholFrancês, Inglês, Italiano, Polonês, Português]
 

Regina Coeli

[Italiano, Polonês]

Mensagem aos cidadãos de Bérgamo por ocasião da Canonização do Beato João XXIII (25 de abril de 2014)
[Italiano, Português]

Mensagem vídeo aos poloneses por ocasião da Canonização do Beato João Paulo II (25 de abril de 2014)
[Italiano, Polonês, Português]



Informações úteis: 

Mapa de serviços na área S. Pedro
www.2papisanti.org
www.karol-wojtyla.org
 

Site oficial da Canonização:        www.2papisanti.org
www.karol-wojtyla.org
 
Perfil biográfico de João XXIII
[Espanhol, Inglês, Italiano, Polonês, Português]
Perfil biográfico de João Paulo II
[Espanhol, Inglês, Italiano, Polonês]
 
Homenagem a João XXIIIHomenagem a João Paulo II

sábado, 26 de abril de 2014

Confirmado: Bento XVI concelebrará Missa de canonização

por André Cunha
  
A presença de Bento XVI na canonização deste domingo foi confirmada na manhã desta sábado, 26
 
Da redação, com Rádio Vaticano
 
 
O Papa emérito Bento XVI concelebrará com o Papa Francisco a Missa de canonização dos Papas João XXIII e João Paulo II, neste domingo, 27, na Praça São Pedro. A informação foi confirmada pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, no início da última coletiva realizada neste sábado, 26, véspera desse evento.
 
“O Papa emérito Bento XVI aceitou o convite e comunicou ao Papa Francisco que estará presente na celebração, na manhã deste domingo, e que concelebrará, ou seja, será também concelebrante. Isso não quer dizer que estará no altar”, destacou o porta-voz vaticano.
 
Segundo padre Federico, estarão presentes no altar os cardeais Angelo Sodano, Giovanni Battista Re, Stanislaw Dziwisz, e Agostino Vallini, e também o bispo de Bérgamo.
 
“O Papa emérito estará com os cardeais e bispos à esquerda do adro e estaremos todos felizes de contar com a sua presença”, concluiu padre Lombardi
 
 

Dom Odilo fala sobre os benefícios da canonização dos Papas


Para a festa de canonização, o Vaticano aguarda 93 delegações oficiais de diversos países e 24 chefes de estado. Aproximadamente, 150 cardeais concelebrarão com o Papa Francisco, entre eles, o arcebispo de São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Pedro que falou com a nossa equipe
 


quarta-feira, 23 de abril de 2014

É lícito fazer correntes de oração?




As conhecidas “correntes de oração” – em que as pessoas pedem que se propague a devoção a um santo, sob a pena de maldição e desgraças – saíram dos bancos das igrejas e estão nos meios eletrônicos. Ainda que se admita, benevolamente, que essa iniciativa possa ter nascido com boa intenção – a de fazer crescer o amor a determinado santo –, o que se encontra em boa parte dessas correntes é uma realidade chamada superstição.

A Trindade e os falsos deuses

Deus não é uma “brisa suave que navega no íntimo da natureza”, mas a Trindade que ama o homem e o leva à plenitude de seu ser
 
 
Os gurus da espiritualidade moderna têm constantemente relegado Deus à esfera dos sentimentos e da subjetividade. Para a "nova era" pagã, a divindade não passa de "um fluido", "um sopro", "uma brisa suave navegando no íntimo da natureza". Não é raro ouvir teólogos e pessoas aparentemente cultas apresentando uma visão maleável de Deus, visão que elas mesmas criaram e indicam aos outros como um remédio grosseiro para suas angústias.

Esses charlatões foram a causa de o Papa Paulo VI ter afirmado, com tristeza, que "a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus": "Não se tem mais confiança na Igreja; põe-se confiança no primeiro profeta profano que nos vem falar em algum jornal ou em algum movimento social, para recorrer a ele pedindo-lhe se ele tem a fórmula da verdadeira vida" [1].

Isto que o Papa identificou há mais de 40 anos continua acontecendo hoje. De fato, "não se tem mais confiança na Igreja": as pessoas têm preferido aderir às posições e ideias do mundo a ouvir o Papa e os bispos em comunhão com ele; têm preferido as próprias opiniões às palavras do Sagrado Magistério; têm se tornado, em suma, autênticos protestantes, já que, longe de acatar a autoridade da Igreja, fazem os seus próprios dogmas e leis morais. O objeto da adoração que fazem, no fim das contas, não é Deus Criador, mas eles mesmos.

Negar a Igreja, no entanto, pavimenta o caminho para uma grande Babel. O que são tantas teorias confusas a respeito de Deus senão uma negação do sobrenatural? A teologia do conhecido pastor luterano Dietrich Bonhoeffer, ao propor um modo de ser cristão "sem Deus", é uma dessas teorias. Segundo ele, seria importante tomar a coragem e a doação do "Jesus histórico" como exemplos, mas Deus mesmo não existiria, seria apenas uma explicação mágica para a resolução de um problema intelectual.

É claro, falar de Deus como de uma noção abstrata é muito conveniente. Afinal, se Ele é apenas uma centelha presente na natureza; se não se trata de um ser pessoal, que criou o mundo e amou o homem a ponto de não se apegar "ciosamente a ser igual em natureza a Deus Pai", mas assumir "a condição de um escravo, fazendo-se aos homens semelhante", então, está a se falar de algo distante, que absolutamente não diz respeito ao homem. Ao contrário, se é verdade que Ele se encarnou e, humilhando-se ainda mais, obedeceu "até à morte, até à morte humilhante numa cruz" [2], assumir isso compromete toda a existência humana. Com efeito, toda ela passa a ser encarada tão somente como resposta a esse amor de Cristo, tão "forte como a morte" [3].

Se, por um lado, é conveniente não se comprometer, as satisfações que essa opção traz são sempre inconvenientes. Só o Deus trino da religião cristã pode verdadeiramente saciar os seres humanos e, enquanto estes teimam com teorias relativistas, caminham pelo escuro, às apalpadelas. Se, além disso, eles apregoam como verdadeiras essas opções que não passam de válvulas de escape, a situação torna-se ainda mais terrível. "São cegos guiando cegos" [4], diria Jesus, olhando para o seu comportamento.

Para solucionar toda essa confusão, a única saída chama-se fé. Deus não é o "espírito de luz" que a modernidade moldou, mas a Trindade santa que Cristo revelou e deixou estampada na Cruz. Ainda que permaneça um mistério e que não caiba na cabeça humana, assim é o Deus que falou a Israel e se mostrou em Jesus Cristo. Construir outras ideias de divindade, ainda que aparentemente lógicas, equivale a confeccionar para si imagens de barro, que "têm boca e não podem falar, têm olhos e não podem ver; tendo ouvidos, não podem ouvir, nem existe respiro em sua boca". "Como eles" – adverte o salmista – "serão seus autores, que os fabricam e neles confiam!" [5].



Por Equipe Christo Nihil Praeponere
 
 

Referências bibliográficas

 
  1. Omelia di nella Solennità dei Santi Apostoli Pietro e Paolo, 29 giugno 1972
  2. Fl 2, 6-8
  3. Ct 8, 6
  4. Mt 15, 14
  5. Sl 135, 16-18

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Mensagem de Páscoa

Celebremos a vitória da Páscoa, do Bom Pastor que deu a vida por suas ovelhas
 



Santo Tomás de Aquino, ao analisar a paixão de Cristo, o Seu sofrimento, o Seu amor e tudo quanto Ele teve de suportar em Sua humanidade, chega à conclusão de que Cristo sofreu mais por Sua compaixão que por Sua paixão:

"A dor da compaixão foi maior que a da paixão e o motivo é que: 1. a caridade, com a qual ele sofria os nossos males, era preponderante sobre o equilíbrio do seu complexo psicofísico, com o qual sofria pela sua paixão; 2. além disto, para ele era mais preciosa a honra divina, que fora ofendida pelas nossas culpas, por quanto dependia de nós, do que a sua vida física; e, como sinal disto, suportou aquela dor a fim de eliminar esta [ofensa]." [1]

"A dor da compaixão foi maior que a da paixão", isto é, o sofrimento que Ele experimentou em sua humanidade não foi tão grande quanto aquele que sofreu movido pela caridade, pelo amor por nós. Jesus sofreu ao ver-nos perdidos e abandonados no pecado. Por isso, em Sua compaixão infinita, "desceu aos infernos" de nossa miséria; como Bom Pastor, desceu conosco ao "vale da sombra da morte" [2].

Eis o grande dom da Páscoa. Cristo entra nos cenáculos de nossa vida e deseja: "A paz esteja convosco!" [3]. Apaziguando os nossos corações, Ele diz que não precisamos ter medo. O Bom Pastor deu a vida por suas ovelhas, desceu ao vale tenebroso para resgatar-nos; em sua grande compaixão, Ele – que não precisava – sofreu a paixão de suas ovelhas; e, agora, Ele mesmo carrega-nos em seu regaço.

Eis a vitória da Páscoa, a paz que podemos encontrar no coração de Cristo. "Se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele [4]": se com Ele descemos ao "vale da sombra da morte", agora temos a esperança de estar com Ele, um dia, na glória do Céu.

Uma feliz e santa Páscoa a todos!

Referências

 
  1. Comentário sobre as Sentenças, Livro 3, Distinção 15, Explicação do texto
  2. Sl 22 (23), 4
  3. Lc 24, 36; Jo 20, 19
  4. Rm 6, 8

Cristo Ressuscitou verdadeiramente Aleluia!

 
 
 
Solo 1- Exulte o céu e os anjos triunfantes/ Mensageiros de Deus, desçam cantando/
Façam soar trombetas fulgurantes/ A vitória de um Rei anunciando.  
Solo 2- Alegre-se também a terra amiga/ Que em meio a tantas luzes resplandece/
E, vendo dissipar-se a treva antiga/ Ao sol do eterno Rei brilha e se aquece.  

Solo 1- Que a mãe Igreja alegre-se igualmente/ Erguendo as velas deste fogo novo/
E escutem reboando de repente/ O aleluia cantado pelo povo.  

Solo – O Senhor esteja convosco!
Todos – Ele está no meio de nós!
Solo – Corações ao alto!
Todos – O nosso coração está em Deus!
Solo – Demos graças ao Senhor nosso Deus!
Todos – É nosso dever e salvação!

Solo 1- Sim, verdadeiramente é bom e justo/ cantar ao Pai de todo o coração/
E celebrar seu Filho Jesus Cristo/ tornado para nós, um novo Adão.

Solo 2- Foi Ele quem pagou do outro a culpa/ quando por nós à morte se entregou/
Para apagar o antigo documento/ na cruz todo o seu sangue derramou.

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira.

Solo 1- Pois, eis, agora a Páscoa, nossa festa/ em que o real Cordeiro se imolou/
Marcando nossas portas, nossas almas/ com seu divino sangue nos salvou.

Solo 2- Esta é Senhor, a noite em que do Egito/ retirastes os filhos de Israel/
Transpondo o Mar Vermelho a pé enxuto/ rumo à terra onde corre leite e mel.

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira    
Solo 1- Ó noite em que a coluna luminosa/ as trevas do pecado dissipou/
E aos que crêem no Cristo em toda a terra/ em nosso povo eleito congregou!

Solo 2- Ó noite em que Jesus rompeu o inferno/ ao ressurgir da morte vencedor/
De que nos valeria ter nascido/ se não nos resgatasse seu amor?  

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira

Solo 1- Ó Deus, quão estupenda caridade/ vemos no vosso gesto fulgurar/
Não hesitais em dar o próprio Filho/ para a culpa dos servos resgatar.

Solo 2- Ó pecado de Adão, indispensável/ pois o Cristo o dissolve em seu amor/
Ó culpa tão feliz que há merecido/ a graça de um tão grande Redentor.  

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira

Solo 1- Pois esta noite lava todo o crime/ liberta o pecador dos seus grilhões/
Dissipa o ódio e dobra os poderosos/ enche de luz e paz os corações.  

Solo 2- Ó noite de alegria verdadeira/ que prostra o faraó, e ergue os hebreus,
Que une de novo o céu e a terra inteira/ pondo na treva humana a luz de Deus.  

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira      

Solo 1- Na graça desta noite o vosso povo/ acende um sacrifício de louvor/
Acolhei ó Pai santo, o fogo novo/ não perde ao dividir-se o seu fulgor.

Solo 2- A cera virgem da abelha generosa/ ao Cristo ressurgindo trouxe a luz/
Eis de novo a coluna luminosa/ que o vosso povo pra o céu conduz.

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira.

Solo 1- O círio que acendeu as nossas velas/ passa esta noite toda fulgurar/
Misture sua luz à das estrelas/ cintile quando o dia despontar.

Solo 2- Que ele possa agradar-vos como o Filho/ que triunfou da morte e Vence o mal.
Deus que ascende no seu brilho/ e um dia voltará sol triunfal!    

Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira.


 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Liturgia da Semana Santa




A Semana Santa marca o momento mais importante do calendário litúrgico da Igreja Católica. Os seminaristas da Canção Nova contam como é feita a preparação da liturgia para este momento e quais são os destaques de cada celebração.

Veja a programação para esta Semana Santa em Itambé PE! (2014)

 
 
Não deixe de participar e vivenciar todos os Atos Litúrgicos desta semana. Vivamos intensamente a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo!
 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Pátio dos Gentios é realizado nos Estados Unidos


Diálogo entre crentes e não crentes
O Pátio dos Gentios é organizado pelo Pontifício Conselho para a cultura e foi criado em 2011, por incentivo de Bento XVI
 
Da Redação, com Agências
Pátio dos Gentios é realizado nos Estados Unidos
Evento é realizado pela primeira vez na América do Norte / Cartaz de Divulgação
 
O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, deu início  nesta terça-feira, 8, a uma nova edição do Pátio dos Gentios, desta vez nos Estados Unidos.
 
O debate entre crentes e não crentes terá como tema “Fé, cultura e bem comum”, e segundo o Cardeal, será uma reflexão sobre a relação entre sociedade e Estado.
 
“O elemento mais significativo é certamente a novidade: é a primeira vez que o Pátio vai aos EUA, país referência da cultura globalizada, que oferece mil questionamentos aos crentes e não crentes”, destaca o Cardeal.
 
A contribuição de religiões e culturas diversas no enriquecimento da vida civil e democrática e a colaboração do poder legislativo e da mídia com o bem comum estão entre os temas na agenda da edição.
 
O Pátio dos Gentios é uma iniciativa do Papa emérito Bento XVI, organizada pelo Pontifício Conselho para a Cultura desde o ano de 2011. O primeiro foi realizado em Paris na França, nos dias 24 e 25 de março.
 
O encontro tem como principal objetivo o diálogo, em clima de grande respeito, entre crentes, agnósticos e ateus, por meio do debate sobre os principais temas culturais e sociais.
 
O termo “Pátio dos Gentios” faz referência  ao  antigo Templo de Jerusalém, que possuía um espaço que permitia a entrada  de  não judeus, os chamados gentios.
 
 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Formações - O Noé do filme não é o Noé da Bíblia

 

Imagem de Destaque

O Noé do filme não é o Noé da Bíblia

Estreou, há poucos dias, nas telas do cinema do Brasil, o filme 'Noé'. A película gerou muita expectativa pela divulgação e pelos atores que atuaram na produção. Eu não sou crítico de cinema nem especialista no assunto, mas, como se trata de um filme com temática bíblica, sinto-me na obrigação de manifestar minha opinião sobre o que observei quando assisti a ele.

Do ponto de vista teológico, bíblico e doutrinário, o filme é uma frustração do começo ao fim. Ele não se preocupa, em nenhum momento, em ser fiel à narração bíblica ou se aproximar dela. Pelo contrário, procura distorcer e apontar uma visão de fé totalmente contrária à visão judaico-cristã. Uma mistura de concepções filosóficas anticristãs, tentando levar as pessoas a uma concepção de Deus e da revelação divina totalmente deturpada. Por isso, é importante afirmar que o Noé do filme não é o Noé da Bíblia nem o Criador, apresentado pelo filme, corresponde ao Deus da revelação bíblica.

O texto sagrado nos apresenta Deus como aquele que sempre toma a iniciativa de salvar ou purificar a criação como obra de Suas mãos. A missão de construir uma arca não é fruto de um delírio, de sonhos ou de alucinações de Noé. Deus foi ao seu encontro e lhe confiou esta missão. Noé personifica os homens tementes ao Senhor desde a criação do mundo. Ele não é um alucinado, muito menos um fanático religioso sem consciência e sem maturidade, como deseja apresentar o filme. A arca, diferente da Torre de Babel, não nasce de nenhuma pretensão humana, mas é uma iniciativa divina para renovar a humanidade.

Um dos ingredientes de mau gosto do filme é querer apresentar a figura de anjos decaídos como grandes bonecos de pedra, feitos com alta tecnologia digital, como os defensores de Noé, guardiões da arca e combatentes contra os pretensos invasores dela. Essas criaturas, na concepção do filme, ajudam Noé na construção da arca. Os elementos são sem fundamentos e distorcem o sentido da revelação bíblica. Nenhum anjo decaído ajudou Noé nem pode ajudar nenhum de nós. Ele não teve o auxílio desses fantasiosos guardiões. A luz, a força e o auxílio que conduzem Noé é a mão de Deus, Criador de todas as coisas.

A visão hedonista do filme apresenta um dos filhos de Noé como um jovem impelido a possuir a mulher de qualquer um a qualquer custo. Noé, como um obcecado religioso, opõe-se ao fato de seu filho ter uma esposa. Ainda pior: quando sua nora engravida, dentro da arca, Noé, em nome de Deus, fica irado com a gravidez dela e se propõe matar a criança se ela for uma menina. O texto bíblico é muito claro ao dizer que Noé entrou na arca com sua mulher, seus três filhos e a esposa de cada um deles. E eles, depois, iriam povoar a terra.

O filme tem muitas outras coisas de mau gosto e interpretações sem nenhum fundamento religioso ou bíblico. Penso que o autor da obra poderia ter respeitado, pelo menos, o essencial da narração do texto bíblico e criado muitas coisas belas a partir daquilo que foi inspiração bíblica para criar o filme.

A verdade é que o longa-metragem é uma afronta e uma distorção da beleza da revelação divina. Ele não merece ser visto nem apreciado por quem tem a Bíblia como um Livro Sagrado, fonte da revelação divina e inspiração primeira de fé. Existem filmes mais sérios e de roteiros mais qualificados.

 
Padre Roger Araújo
Missionário da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Mulheres falam contra o aborto na Câmara dos Deputados

Seminário no Congresso Nacional, comemorando o Dia da Mulher, apresenta vozes femininas contrárias ao aborto e à Cultura da Morte
 
Como parte das comemorações pelo Dia da Mulher, a Câmara dos Deputados, no Distrito Federal, abriu suas portas para o Seminário “Mulher, Família e Gênero”, no dia 11 de março de 2014. O evento se deu no Auditório Nereu Ramos e foi promovido pelo Partido Social Cristão juntamente com o Observatório Internacional de Biopolítica.

O seminário contou com “especialistas nas áreas de Direito, Saúde e Humanidades, os quais discutiram a origem da problemática moderna sobre o aborto, seu desdobramento nos anos recentes e suas principais fundamentações teóricas”, informou o site da Câmara.

Trata-se de um evento único, no sentido de que são vozes dissonantes ao pensamento quase hegemônico e tido até mesmo como natural de que tanto a descriminalização do aborto quanto o avanço da cultura da morte no país acontecem sob uma perspectiva de “evolução dos tempos”. Nada mais falso. Desde a primeira palestra, proferida pela Dra. Renata Gusson, tomamos conhecimento de que a implantação da cultura da morte no mundo e, atualmente no Brasil, obedece a uma agenda milimetricamente pensada com esse objetivo.




Para tanto, os promotores dessa funesta cultura, tão denunciada pelo Bem Aventurado Papa João Paulo II e sucessores, utilizam-se até mesmo de manipulação de dados, conforme brilhantemente expõe a Dra. Isabela Mantovani.



A terceira palestra disponível foi proferida pela Professora Fernanda Takitani que trouxe à tona os antecedentes históricos e filosóficos da questão do gênero. Atualmente há uma intensa discussão acerca da chamada “ideologia de gênero” e, assim, a fala precisa da professora traz não só informações sobre o tema, mas sólido embasamento argumentativo para combatê-la.



Por fim, deve-se considerar que a presença de tais mulheres - todas católicas, casadas, mães - no Congresso Nacional como uma quebra do estereótipo do que comumente lá se vê: militantes patrocinadas por ONGs, por sua vez sustentadas pelas grandes fundações. São mulheres brilhantes que lutam para que a luz seja retirada de sob o alqueire e ilumine não só aquela que é a Casa do Povo, mas o restante do Brasil. Que elas sejam ouvidas.  



quinta-feira, 3 de abril de 2014

Francisco assina decreto que canoniza beato Anchieta

São José de Anchieta
    

Da Redação, com Assessoria da Canonização do Beato José de Anchieta
Francisco assina decreto que canoniza beato Anchieta
Imagem oficial divulgada pela equipe de canonização do beato Anchieta / Foto: Divulgação
 
O Papa Francisco assinou, nesta quinta-feira, 3, o Decreto da Congregação para a Causa dos Santos que canoniza o beato José de Anchieta. Com a assinatura, o beato, “Apóstolo do Brasil”, é inscrito no álbum dos santos da Igreja por meio da canonização equipolente.
 
Esse tipo de canonização é uma prática utilizada no contexto de figuras de particular relevância eclesial para as quais é atestado um extenso e antigo culto litúrgico e uma ininterrupta fama de santidade e prodígios.
 
No dia 23 de abril, está prevista uma coletiva de imprensa exclusiva para os jornalistas brasileiros. No dia 24 de abril, está prevista outra coletiva de imprensa para jornalistas internacionais. Ambas ainda serão confirmadas e divulgadas.
 
No dia 24 de abril, na Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, às 18h, acontecerá uma Missa em Ação de Graças pela canonização de São José de Anchieta, que será celebrada pelo Papa Francisco.
 
 
São José de Anchieta
 
Nasceu em 19 de março de 1534, em São Cristóvão da Laguna, Ilha de Tenerife, Arquipélago das Canárias, Espanha. Entrou na Companhia de Jesus, em 1º de maio de 1551, em Coimbra, Portugal; após ter emitido os primeiros votos, foi enviado às missões do Brasil.
 
Chegando em solo brasileiro, dedicou-se inteiramente à promoção humana e cristã dos indígenas e, mais tarde, à pastoral dos negros africanos, sempre à luz do Evangelho, perseverando incansavelmente, até a morte, nessa  multiforme atividade apostólica.
 
Fundou o Colégio São Paulo de Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo, e esteve presente na fundação da cidade do Rio de Janeiro. Também se deve a ele a fundação de outras cidades brasileiras. Ordenado sacerdote em 1556, em Salvador (BA), dois anos mais tarde foi designado Provincial de todos os jesuítas do Brasil, cargo em que, durante dez anos, se notabilizou pelas suas qualidades de superior providente e chefe admirável. Nessa função, enviou os primeiros jesuítas para Assunção, no Paraguai, criando as raízes das famosas Reduções.
 
Escreveu, na língua Tupi, uma gramática e, depois, um catecismo, assim como diversas peças teatrais com finalidade lúdica e catequética. Destaca-se dentre sua vasta obra literária o famoso poema à Virgem Maria, escrito durante seu cativeiro junto aos índios Tamoios, em Iperoig, hoje Ubatuba (SP). Dedicou toda sua vida à evangelização do Brasil e foi agraciado com o título de Apóstolo do Brasil. Faleceu, no domingo, 9 de junho de 1597, em Reritiba, hoje Anchieta (ES).

 
A Canonização Equipolente
 
A praxe adotada para a canonização de Beato José de Anchieta é aquela da canonização “equipolente”, prática utilizada no contexto de figuras de particular relevância eclesial para as quais é atestado um extenso e antigo culto litúrgico e uma ininterrupta fama de santidade e prodígios. A mesma praxe foi adotada por Papa Francisco para as canonizações de Angela Foligno (9 de outubro de 2013) e de Pedro Fabro (17 de dezembro de 2013).
 
Formulada pelo Papa emérito Bento XVI, na sua obra De Servorum Dei beatificazione et de Beatorum Canonizatione,  tal prática é regularmente adotada pela Igreja, mesmo que não com tanta frequência. Neste tipo de canonização, o Papa estende respectivamente a toda a Igreja o culto de um servo de Deus que ainda não foi canonizado, mediante a inserção de sua festa, com Missa e ofício, no Calendário da Igreja. Trata-se, portanto, de uma sentença definitiva do Papa sobre a santidade do servo de Deus, sentença expressa não com a tradicional fórmula de canonização, e sim por meio de um decreto que determina que a Igreja venere aquele servo de Deus com o culto reservado aos santos canonizados.
 
Como explicado recentemente pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, em um artigo publicado no jornal vaticano “l’Osservatore Romano”, para este tipo de canonização “são necessários três requisitos: a prova antiga do culto, atestado constante e comum de dignidade histórica de fé sobre as virtudes ou o martírio e a ininterrupta fama de prodígios”.
 
Caso essas condições sejam suficientes, “o Sumo Pontífice, por sua autoridade, pode proceder à canonização equipolente, ou seja, à extensão à Igreja do recitamento do ofício divino e da celebração da Missa sem qualquer sentença formal definitiva, sem ter cumprido nenhum processo jurídico, sem ter cumprido as consuetas cerimônias”.

 

terça-feira, 1 de abril de 2014

O último desejo de João Paulo II


Em um dos últimos documentos de seu pontificado, João Paulo II exortou a Igreja a celebrar corretamente o sacrifício eucarístico
 

Há exatos 10 anos, a Congregação para o Culto Divino, seguindo as disposições do então papa João Paulo II, publicava a Instrução Redemptionis Sacramentum[1]. O documento tinha por objetivo esclarecer alguns aspectos sobre a correta celebração da Eucaristia, e pôr termo à maré de abusos litúrgicos que se insurgia dentro da Igreja. Sendo a Santíssima Eucaristia o depósito "no qual está contido todo o bem espiritual da Igreja"[2], a preocupação do Santo Padre, exposta solenemente nessa instrução e na sua última encíclica, Ecclesia de Eucharistia, era nada mais que salvaguardar a fé dos fiéis, tornando a celebração dos sacramentos um ambiente livre de rixas e brigas fratricidas, advindas de falsas interpretações do Santo Sacrifício de Cristo.

O zelo pelo augusto sacramento eucarístico faz parte da história dos cristãos. Desde a sua origem, os católicos procuraram render glórias ao Criador por meio do culto à Eucaristia, chegando, em alguns casos, até mesmo às vias do martírio. " Sine dominico non possumus" – sem o domingo, não podemos viver. Era o que diziam os mártires de Abinitas, região do norte da África, ao desafiarem a lei do império, que os proibia de prestar culto a Deus. Desse eloquente testemunho do início do século IV, podemos haurir a íntima relação que existe entre a vida ordinária dos cristãos e a sua fé eucarística. O homem só consegue viver de acordo com sua reta natureza quando põe em primeiro plano o seu dever para com Deus. É que sem a verdadeira religião, todo ser humano acaba abeirando-se de outros altares; queimando incensos para novidades muitas vezes desumanas. A lei moral depende diretamente do reconhecimento de Deus. Trata-se de um dever natural dos homens; e, por isso, dizia o Papa Pio XII, "Deus os elevou à ordem sobrenatural"[3].

A liturgia cristã, por sua vez, não é uma invenção humana. Não se trata de uma busca de Deus às apalpadelas, como se se estivesse a construir outra Torre de Babel. Deus é quem nos ensina a forma correta de adorá-Lo. É Ele, e somente Ele, o verdadeiro protagonista de toda ação litúrgica. Com efeito, dada a missão da Igreja de guardar e ensinar a fé apostólica, cabe a ela, por direito divino, o dever de esclarecer e coibir os equívocos contra a doutrina de Deus, sobretudo no que tange à matéria sagrada do Santíssimo Sacramento – uma vez que não são poucos os que inserem princípios errôneos na celebração eucarística que, "em teoria ou na prática, comprometem esta santíssima causa, e frequentemente até a contaminam de erros que atingem a fé católica e a doutrina ascética"[4].

Quando pensamos em exemplos como o de Madre Teresa de Calcutá – que passava horas diante do altar, rogando a Deus pelo bom êxito de seus trabalhos –, ou na imagem de São Padre Pio de Pietrelcina – que muitas vezes ardia em febre pela Santíssima Eucaristia –, conseguimos compreender o que significa viver eucaristicamente. A comunhão do Corpo de Cristo provoca uma mudança em todo nosso ser. " Não é o alimento eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que acabamos misteriosamente mudados por Ele"[4], até o momento em que cada um possa repetir as palavras do Apóstolo das gentes: "já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Cfr. Gl 2, 22). No altar, mediante a oferta do sacerdote, unimo-nos ao sacrifício de Cristo na cruz. Dessa íntima comunhão, nasce a necessidade de uma presença iluminadora no meio da sociedade, a fim de que Deus possa ser tudo em todos. Dizia o Papa Pio XII:

Assistindo, pois, ao altar, devemos transformar a nossa alma de modo que se apague radicalmente todo o pecado que está nela, e com toda diligência se restaure e reforce tudo aquilo que, mediante Cristo, dá a vida sobrenatural: e assim nos tornemos, junto com a hóstia imaculada, uma vítima agradável a Deus Pai. [5]

Nesse sentido, o respeito às normas litúrgicas não deve ser encarado como uma prisão, mas como autêntica liberdade. As extremidades de um quadro não cerceiam a criatividade de um pintor; pelo contrário, são elas que garantem a existência e aplicabilidade de sua arte. Mutatis mutandis, as rubricas do missal nada mais são do que as extremidades do quadro litúrgico de Deus, a fim de que o homem possa adorá-Lo "em espírito e em verdade" (Cfr. Jo 4, 23). A missa não consiste "em criar um pequeno mundo alternativo por conta própria"[6]. Isso significaria "o abandono do Deus verdadeiro, disfarçado debaixo de um tampo sacro"[7]. A Missa é o memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. "E, a fim de que esta memória não tivesse nenhuma narrativa confusa por parte dos homens" – recorda-nos o venerável Fulton Sheen –, "Ele mesmo instituiu a maneira correta de recordá-la"[8].

Resumidamente, como disserta a instrução do Papa João Paulo II, trata-se do sacramento de nossa redenção.



Por Equipe Christo Nihil Praeponere


 

Referências:

 
  1. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instrução Redemptionis Sacramentum (25 de março de 2004)
  2. Ibidem, n. 1
  3. Pio XII, Carta Enc. Mediator Dei (20 de novembro de 1947), n. 13
  4. Ibidem, n. 7
  5. Bento XVI, Exort. Apost. pós-sinodal Sacramentum Caritatis (22 de fevereiro de 2007), n. 70
  6. Pio XII, Carta Enc. Mediator Dei (20 de novembro de 1947), n. 90
  7. RATZINGER, Joseph. Introdução ao Espírito da Liturgia. São Paulo: Paulinas, 2012, p. 16
  8. Ibidem
  9. Fulton Sheen, O calvário e a Missa