terça-feira, 31 de julho de 2012

 

“Meus filhos, não percam o valor nem a fé em Jesus Cristo”, escreve Asia Bibi

Estas foram palavras da cristã paquistanesa Asia Bibi, condenada à pena de morte por causa da lei de blasfêmia, ao seus filhos e ao seu esposo em uma carta inédita e agora publicada no livro “¡Sacadme de aqui!”(Tirem-me daqui!), editado pela LibrosLibres na Espanha.
 
 
 
 
"Asia Bibi, cristã paquistanesa condenada à pena de morte pela lei da blasfêmia.



O livro foi escrito na prisão por Asia Bibi em colaboração com a jornalista francesa Anne-Isabelle Tollet. Na carta, a cristã dedica comovedoras palavras de amor ao seu esposo Ashiq e aos seus cinco filhos enquanto espera que seu pedido de clemência seja aceito ou que a pena seja executada. "Desde que voltei para minha cela e sei que vou morrer, todos meus pensamentos se dirigem a ti, meu amado Ashiq, e a vocês, meus adorados filhos. Nada sinto mais que deixá-los sós em plena tormenta", expressa a cristã.
¡Sacadme de aqui!”(Tirem-me daqui!)- O livro foi escrito na prisão por Asia Bibi em colaboração com a jornalista francesa Anne-Isabelle Tollet.


Entretanto, a pesar do temor, Bibi alenta sua família a manter o desejo de serem felizes a pesar que a vida não é fácil todos os dias. "Somos cristãos e pobres, mas nossa família é um sol (…). Não sei ainda quando me enforcam, mas fiquem tranqüilos meus amores, irei com a cabeça bem alta, sem medo, porque estarei em companhia de Nosso Senhor e com a Virgem Maria, que me acolherão em seus braços", afirma.
O caso da Asia Bibi se converteu em notícia mundial em 2010 quando foi condenada à pena capital em aplicação da lei de blasfêmia, que pune com a morte na forca aqueles que supostamente ofendam o islã e que se converteu em uma arma de abuso contra as minorias religiosas no Paquistão e inclusive de vingança entre muçulmanos.
Atualmente há um recurso contra sua condenação. Entretanto teve que ser isolada em uma cela sem janela nem serviços higiênicos porque os muçulmanos puseram um preço na sua cabeça, incitando seu assassinato.



A carta escrita por Asia Bibi diz:

"Meu querido Ashiq, meus queridos filhos:

(...) Desde que voltei para minha cela eu sei que vou morrer, todos meus pensamentos se dirigem a ti, meu amado Ashiq, e a vocês, meus adorados filhos. Nada sinto mais que deixá-los sós em plena tormenta.

Você, Imran, meu filho maior de dezoito anos, desejo que você encontre uma boa esposa, a que você a fará feliz como seu padre me fez.

Você, minha primogênita Nasima, de vinte e dois anos, que já tem seu marido, com uma família que te acolheu tão bem; dê ao seu pai pequenos netinhos que você educará na caridade cristã como nós educamos você.

Você, minha doce Isha, que tem quinze anos, embora siga sendo meio louquinha. Seu pai e eu sempre a consideramos um presente de Deus, você é tão boa e generosa... Não tente entender por que sua mamãe já não está ao seu lado, mas entenda que você está muito presente em meu coração, tem nele um lugarzinho reservado apenas para ti.

«Não sou muçulmana, mas boa paquistanesa, católica e patriota, devota do meu país assim como de Deus.»

Cidra, não tem mais que treze anos, e bem sei que desde que estou na prisão você é quem se ocupa das coisas da casa, você é quem cuida da sua irmã mais velha, Isha, que tanto necessita de ajuda. Nada ressinto mais que tê-la conduzido a uma vida de adulto, você que é tão jovenzinha e que deveria estar ainda brincado de bonecas.

Minha pequena Isham, de apenas nove anos, e em breve perderá sua mamãe. Meu Deus, que injusta pode ser a vida! Mas como você continuará indo à escola, você ficará bem armada para defender-se da injustiça dos homens.

Meus filhos, não percam o valor nem a fé em Jesus Cristo. Dias melhores sorrirão para vocês lá encima, quando estiver nos braços do Senhor, continuarei velando por vocês. Mas por favor, peço-lhes aos cinco que sejam prudentes, peço-lhes que não façam nada que possa ofender os muçulmanos ou as regras deste país. Minhas filhas, eu gostaria que tivessem a sorte de encontrar um marido como seu pai.

Ashiq, eu te amei desde o primeiro dia, e os vinte e dois anos que passamos juntos são prova disto. Não deixei nunca de agradecer ao céu por ter encontrado você, por ter tido a sorte de um matrimônio por amor e não arranjado, como costume em nossa província. Tínhamos os dois um caráter que encaixava, mas o destino está aí, implacável… Indivíduos infames cruzaram o nosso caminho. E aí está você sozinho com os frutos de nosso amor: guarda a coragem e o orgulho de nossa família.

Meus filhos, (...) papai e eu tivemos sempre o desejo supremo de ser felizes e de fazer vocês felizes, mesmo que a vida não seja fácil todos os dias. Somos cristãos e pobres, mas nossa família é um sol. Gostaria tanto de ter visto vocês crescerem, seguir educando-os e fazer de vocês pessoas honestas… e vocês o serão! (...)Não sei ainda quando me enforcam, mas estejam tranqüilos meus amores, irei com a cabeça bem alta, sem medo, porque estarei em companhia de Nosso Senhor e com a Virgem Maria, que me acolherão em seus braços.

Meu bom marido, continua educando nossas crianças como eu teria desejado fazê-lo junto a ti. 


Ashiq, filhos meus amantíssimos, vou deixá-los para sempre, mas os amarei por toda uma eternidade.

Mamãe".
Formações

Maria, humana como nós
Ela foi a pessoa que melhor realizou a vontade de Deus
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O gênero humano possui duas naturezas: a corporal e a espiritual. (CIC, 2337). Uma bonita característica desta realidade é que tudo aquilo que somos neste mundo têm como finalidade última revelar a nossa identidade eterna, como disse o Papa João Paulo II em uma de suas catequeses: “O corpo, de fato, e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível. Foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério oculto desde a eternidade em Deus, e assim ser sinal d’Ele (Teologia do Corpo, nº 19, de 20/02/1980).

Até a essência humana do "Homem-Deus" teve esse propósito: “a pessoa humana do Cristo pertence 'in proprio' à pessoa divina do Filho de Deus, Sua vontade e inteligência têm como primazia a revelação do ser espiritual da Trindade (CIC, 470).

Podemos identificar uma mostra disso ao checar a vida dos santos, aqueles que já alcançaram a glória junto ao Altissímo, mas que, desde sua vida terrena, enquanto peregrinos neste mundo, demonstravam habilidades, carismas e dons que faziam parte da identidade eterna a respeito deles.

Perceba que aqueles que foram elevados aos altares, os mais conhecidos, são tidos como padroeiros e intercessores de causas específicas conforme suas experiências vividas em sua passagem aqui na terra. Dom Bosco, hoje no céu, continua intercedendo pelos jovens; São Lucas, médico (cf.Cl 4,14), é padroeiro destes profissionais da medicina; Santa Cecília, musicista, é auxiliar espiritual dos músicos, e assim por diante.


Assista também: "Somos da descendência de Maria", com padre Paulo Ricardo


 Neste contexto, destacamos Maria Santíssima. Ela foi a pessoa humana que realizou, da maneira mais perfeita, a obediência da fé (CIC, 148), por isso está acima de todos os santos. Ela teve, em sua humanidade, a dádiva de ser mãe como maior incumbência e a mantém na eternidade. Tudo nela diz respeito à maternidade.

Aquilo que conhecemos a seu respeito, proclamado pela Igreja em seus títulos, já tinham um traço, uma característica que ela desenvolveu em sua vida neste mundo. A personalidade, a alegria, o silêncio, o serviço, a feminilidade, a prontidão, o ser educadora, a intimidade, o modo particular de ser mãe, correspondem ao cuidado que Cristo desfrutou e que, ainda nos tempos de hoje, nós também podemos obter de Maria. Nisso tudo, ela antecipava o ser “Auxiliadora”, “Rainha de Paz”, distribuidora de “Graças”, “Medianeira”, mulher “das Dores" etc.

Nela, o “dom da maternidade” atinge seu significado mais profundo e perfeito desde sempre e para sempre.

Maria, a mãe de Jesus, é e sempre será a mãe de toda a Igreja. Sem nenhuma exceção, aqueles que são gerados no Cristo herdam a filiação do Pai das Misericórdias e também dessa Mãe Dulcíssima, que nos acolhe e nos ama, pois, somos membros do Corpo Místico de Jesus, no qual Sua dimensão física foi gerada por Maria.

Ela é o modelo de mãe que concebe o corpo e também cuida para que o filho alcance a plenitude da vida espiritual e da vontade de Deus a seu respeito.

Ao vislumbrar o rosto humano da Virgem de Nazaré, seremos impulsionados a aumentar nosso amor, nossa devoção e entrega a Nossa Senhora, como também será uma provocação, partindo dos exemplos de Maria, a encontrar a iniciativa do Senhor no sentido de nossa própria existência, conhecer o que Deus pensou a nosso respeito para esta vida e para a eternidade.

Maria, mãe da ternura, rogai por nós!




Sandro Ap. Arquejada
blog.cancaonova.com/sandro

Membro da Comunidade Canção Nova, formado em Administração, colunista do Portal Canção Nova, autor do livro: "Maria humana como nós".

Santo do Dia

Santo Inácio de Loyola

31 de Julho


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Neste dia celebramos a memória deste santo que, em sua bula de canonização, foi reconhecido como tendo "uma alma maior que o mundo".

Inácio nasceu em Loyola na Espanha, no ano de 1491, e pertenceu a uma nobre e numerosa família religiosa (era o mais novo de doze irmãos), ao ponto de receber com 14 anos a tonsura, mas preferiu a carreira militar e assim como jovem valente entregou-se às ambições e às aventuras das armas e dos amores. Aconteceu que, durante a defesa do castelo de Pamplona, Inácio quebrou uma perna, precisando assim ficar paralisado por um tempo; desse mal Deus tirou o bem da sua conversão, já que depois de ler a vida de Jesus e alguns livros da vida dos santos concluiu: "São Francisco fez isso, pois eu tenho de fazer o mesmo. São Domingos isso, pois eu tenho também de o fazer".

Realmente ele fez, como os santos o fizeram, e levou muitos a fazerem "tudo para a maior glória de Deus", pois pendurou sua espada aos pés da imagem de Nossa Senhora de Montserrat, entregou-se à vida eremítica, na qual viveu seus "famosos" Exercícios Espirituais, e logo depois de estudar Filosofia e Teologia lançou os fundamentos da Companhia de Jesus. A instituição de Inácio iniciada em 1534 era algo novo e original, além de providencial para os tempos da Contra-Reforma. Ele mesmo esclarece: "O fim desta Companhia não é somente ocupar-se com a graça divina, da salvação e perfeição da alma própria, mas, com a mesma graça, esforçar-se intensamente por ajudar a salvação e perfeição da alma do próximo".

Com Deus, Santo Inácio de Loyola conseguiu testemunhar sua paixão convertida, pois sua ambição única tornou-se a aventura do salvar almas e o seu amor a Jesus. Foi para o céu com 65 anos e lá intercede para que nós façamos o mesmo agora "com todo o coração, com toda a alma, com toda a vontade", repetia.

Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!

O que endureceu o seu coração?
"Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Aí havia um homem cuja mão direita era seca. Os mestres da Lei e os fariseus o observavam, para ver se Jesus iria curá-lo em dia de sábado, e assim encontrarem motivo para acusá-lo. Jesus, porém, conhecendo seus pensamentos, disse ao homem da mão seca: 'Levanta-te, e fica aqui no meio'. Ele se levantou, e ficou de pé. Disse-lhes Jesus: 'Eu vos pergunto: O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar uma vida ou deixar que se perca?' Então Jesus olhou para todos os que estavam ao seu redor, e disse ao homem: 'Estende a tua mão'. O homem assim o fez e sua mão ficou curada. Eles ficaram com muita raiva, e começaram a discutir entre si sobre o que poderiam fazer contra Jesus". (Lc 6,6-11)

Diante desse Evangelho, o próprio Senhor está perguntando a cada um de nós: "O que é que secou a sua alma, o que endureceu o seu coração?" Muito mais do que nossa mão ou coração, que a nossa alma não se seque.

"Deixe-se curar naquilo que está "empedrando" o seu coração" (monsenhor Jonas)


O que o Senhor está fazendo é chamar você "para o meio", isto é, Ele quer que você coloque tudo às claras diante d'Ele, pois, diante de certas situações, trancamo-nos dentro de nós mesmos e não admitimos nossos problemas diante de Deus.

Hoje, o Senhor está procurando por você e lhe pedindo para ter coragem, porque Ele quer curá-lo. Muitas coisas podem secar a nossa alma; é o que acontece, com muita frequência, em relação às nossas mágoas. Você sente quando alguém o magoa, mas em vez de perdoá-lo, guarda isso junto com coisas antigas da sua infância. Isso ainda está dentro de você, endurecendo sua alma. O Senhor quer que você se abra diante d'Ele e se deixe curar. Ele o está conduzindo a agir dessa maneira, porque já o está curando.

Como não conseguimos recordar tudo, neste momento, pergunte-se, durante o dia, o que está "empedrando" o seu coração. Todos nós somos vítimas de situações dolorosas, porque nos decepcionamos com nosso pai, nossa mãe ou irmão, com pessoas próximas que passaram por nossas vidas.

A decepção é tóxica. Ela queima o nosso interior, e os prejudicados somos nós mesmos. Mas Deus quer que você ponha isso para fora. Quantos se decepcionaram com pessoas da Igreja, como coordenadores, animadores, pessoas que erraram com elas, de forma que houve brigas e desavenças no grupo de oração. Decepção com padre, com religioso e religiosa. O pior é que transferimos isso para a Igreja e nos decepcionamos com ela também; pior ainda: passamos isso para Deus e acabamos não rezando mais.

Nós precisamos do Senhor. Se você acabou se decepcionado com o Pai, Ele não se decepcionou com você. Muitas vezes, decepcionamo-nos com o Senhor diretamente, então, na nossa revolta, não O perdoamos. Que coisa terrível uma pessoa que não perdoa Deus!

É uma ideia totalmente errada pensar que o Senhor nos trata como se fôssemos marionetes nas mãos d'Ele, e que é Ele quem nos manda uma doença. Não, é o contrário, pois, se alguém contrai uma doença, mais do que nunca, Ele está com essa pessoa, põe-se ao lado dela. Mas a tentação nos leva a nos decepcionarmos com o Senhor e a nos mantermos longe d'Ele.

Muitas vezes, o sofrimento e a dor acabam secando nossa alma. Nós, infelizmente, permanecemos de coração "empedrado" com relação a Deus e temos a sensação de que Ele está longe de nós. Mas Ele está muito mais presente do que a dor, porque, além das dores da alma e do coração, o Senhor está mais próximo de nós.

Na cruz, nós temos ocasião de nos achegar a Deus. Se o filho está sofrendo, o Pai vem correndo e se põe próximo para socorrê-lo. O sofrimento faz parte da nossa condição humana, por isso temos de tirar da cabeça que é o Senhor quem no-lo dá.

"Cura-me, Senhor, eu preciso ser curado da minha mentalidade. Eu O olhava quase como um inimigo, mas o Senhor é o verdadeiro amigo, aquele que me ama e não manda o sofrimento para mim. Mas quando este vem, o Senhor chega antes para ser a minha fortaleza."

Para que ficar contra o seu cônjuge? Por que ele ou ela abandonou a família? Sei que isso é uma dor grande, mas Deus não quer vê-lo prostrado. Você não pode fazer como a criança que se joga no chão e esperneia. Deus não quis isso para o seu casamento, foi a pessoa quem quis. Se ela não se decide a refazer o casamento e reestruturar a família, o Senhor acaba sendo impotente diante da liberdade dela.

Tantas situações acontecem e "empedram" o coração dos filhos e filhas de Deus! Mas, hoje, nós nos rendemos ao Senhor, porque Ele é a nossa salvação. Durante todo esse dia, devemos voltar a nos perguntar: "O que está secando o meu coração?". "Quando nos vier à lembrança, precisamos entregá-las a Deus, porque não podemos continuar assim".

Meu irmão, minha irmã, deixe-se curar naquilo que está "empedrando" o seu coração.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova



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Mensagem do dia
Terça-Feira, 31 de julho 2012
As vítimas da incredulidade
 
 
Muitas pessoas se esfriaram na fé, principalmente porque enfrentaram falsas religiões ou buscaram métodos de cura e libertação em filosofias, crenças e práticas não cristãs. Esses métodos levam as pessoas a se voltarem para si mesmas, o que acaba atingindo a sua fé.

As pessoas tornam-se vítimas da incredulidade. Tudo se reduz ao nível simplesmente humano, e, sem perceber, a fé se anula. Surgem as justificativas para a pouca oração, para não participar da Eucaristia. A morte da fé vai acontecendo de maneira muito “nobre e diplomática”.

A cura para todos esses males está na Eucaristia. Os nossos olhos também se abrirão e reconheceremos Jesus, “ao partir do pão”. Não precisará que Ele esteja visível diante de nós. Ele permanecerá oculto na Eucaristia, e a venda dos nossos olhos cairá.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eucaristia, nosso tesouro" de monsenhor Jonas Abib)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Qual a diferença entre catecismo e catequese?

Jéssica Marçal
Da Redação


Arquivo
O padre André Gustavo de Sousa, da arquidiocese
de Aparecida (SP), que explicou a diferença
entre catecismo e catequese
 
 
Neste Ano da Fé, o Catecismo da Igreja Católica completa 20 anos. O livro refere-se à doutrina da Igreja católica e é um instrumento para as diversas formas de evangelização, em especial a catequese. Mas é comum encontrar pessoas que confundem os termos “catecismo” e “catequese”, atribuindo a ambos o mesmo significado.

Para além da diferença entre catecismo e catequese, existe complementaridade entre eles. Isso é o que diz o assessor da Comissão para Animação Bíblico-Catequética da arquidiocese de Aparecida (SP), padre André Gustavo de Sousa.

Ele explicou que durante um longo período na história da Igreja, a era da cristandade, utilizou-se o termo “catecismo” para se referir ao tempo de preparação para a recepção dos sacramentos da Iniciação Cristã. Mas, na verdade, o Catecismo é o livro que apresenta as verdades fundamentais da fé cristã.

“Com o fim da era da cristandade e com a crescente descristianização, há necessidade de repensar os diversos componentes da atividade catequética. Com isso nasce e desenvolve-se o Movimento Catequético, que busca ser um florescer da Catequese para um tempo novo. Assim, passa-se a utilizar o termo Catequese para o processo de educação da fé”, disse.

Ao longo desses 20 anos, o sacerdote disse que o Catecismo enriqueceu e muito esse processo de educação na fé. Ele conta, porém, que mudou a forma de trabalhar com esse compêndio da fé católica. “Se antes o processo era mais de memorização, através de perguntas e respostas, hoje, busca-se fazer interação fé e vida, ou seja, uma catequese doutrinal sólida (fundamentada no Catecismo), mas também mais celebrativa e vivencial”

A catequese hoje

Padre André explicou que esse entendimento do catecismo como “aula” chegou ao fim com o Concílio Vaticano II, que veio propor a revisão de alguns pontos essenciais referentes à catequese: Palavra de Deus, fé e Igreja. “Propõe (o Concílio) a busca de novos caminhos e a criatividade; enfatiza-se a centralidade da Bíblia, a dimensão antropológica e sócio-política da catequese”.

O sacerdote lembrou ainda que a catequese está em constante avanço ao longo do tempo, mas não perde o essencial, que é sua missão evangelizadora. “A palavra ‘catequese’, de origem grega, quer dizer: ecoar. A catequese é serviço ao Evangelho, educação sistemática e permanente da fé, e por isso mesmo, é prioridade indiscutível em nossas comunidades eclesiais”.

Sem perder sua essência, o padre defende que a catequese deve sim ser dinâmica e atrativa, o que inclui a incorporação de novos elementos, criatividade e discernimento crítico à luz do Evangelho. Isso, porém, exige boa preparação daqueles que se propõe a assumir a missão evangelizadora da catequese.

Formação dos catequistas

Com uma tarefa importante a ser desempenhada, o sacerdote defende que é necessário investir sempre mais na formação dos catequistas para que eles possam ser pessoas maduras na fé e testemunhas confiáveis da Boa Nova de Jesus Cristo.

“Catequese também é testemunho e o catequista, como testemunha, se torna lugar privilegiado de encontro com Cristo, pelo seu jeito de ser, de amar, de acolher, de educar na fé. Por isso a formação deve contemplar as competências: ser, saber e saber fazer do catequista”.

O padre acredita que, além de saber utilizar recursos dinâmicos, o catequista precisa ter sensibilidade, capacidade de acolhimento e saber incentivar os processos de aprendizagem, com especial atenção à comunicação da fé.

“Tudo isso requer planejamento: o grupo de catequistas deve construir um bom planejamento catequético e colocá-lo em prática, contando com os recursos que favoreçam e facilitem a compreensão dos catequizandos”.

Desafios
A boa catequese, no entanto, não depende apenas da boa formação dos catequistas, mas envolve também o interesse dos catequizandos e aí está um grande desafio. Padre André explicou que a catequese deve contemplar em sua metodologia as diferenças de cada fase do desenvolvimento da pessoa.

“Portanto, para os jovens uma catequese jovial: mostrar o rosto jovem de Jesus Cristo, a partir daquilo que é próprio da realidade do jovem cristão (música, teatro, redes sociais, etc.), suscitando o seu protagonismo no processo catequético”.

Essa dinamicidade não é diferente com o conteúdo do Catecismo, que precisa ser abordado de forma a atrair a atenção dos catequizandos. Um auxílio nesse processo é o YouCat, Catecismo Jovem da Igreja Católica.

“Recentemente, fomos presenteados com o Youcat, que traz toda a estrutura do compêndio numa linguagem mais jovem, com questionamentos que muitos jovens trazem consigo a respeito da fé, da doutrina cristã, com ilustrações e um visual muito interessante. Recomendo à juventude que tenha em mãos o Youcat, utilizem nas pastorais juvenis, nos grupos, nos encontros de preparação para Crisma”.

Leia mais
.: YouCat é um grande presente de Bento XVI aos jovens

"Eucaristia é encontro do homem com Deus", salienta Bento XVI

Nicole Melhado
Da Redação


Reuters
Bento XVI fez a proclamação do Angelus Domini da
sacada do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo
 
 
Na proclamação da oração mariana do Angelus, deste domingo, 29, o Papa Bento XVI falou sobre a Eucaristia, “permanente grande encontro do homem com Deus, no qual o Senhor se faz alimento, dá a Si mesmo para nos transformar Nele”.

O Santo Padre salientou que Cristo é quem sacia a fome do homem, a fome de algo profundo, a fome de orientação, de sentido, de verdade, a fome de Deus.

“Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor que nos faça redescobrir a importância de nos nutrir do corpo de Cristo, participando fielmente e com grande consciência da Eucaristia, para estarmos sempre mais intimamente unidos a Ele”, disse Bento XVI.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Angelus de Bento XVI - 29/07/2012

Ao mesmo tempo, o Pontífice pediu que todos rezassem para que jamais falte a ninguém o pão necessário para uma vida digna e sejam abatidas as desigualdades não com as armas da violência, mas com a compartilha e o amor.

Aos fiéis e peregrinos reunidos no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, o Papa falou também sobre o milagre da multiplicação dos pães, descrito no capítulo 6º do Evangelho de João. Nesta passagem, vem destaca também a presença de um garoto, que, diante da dificuldade de alimentar tanta gente, coloca em comum o pouco que tinha: cinco pães e dois peixes (cfr Jo 6,8).

“O milagre não se realiza do nada, mas de uma primeira e modesta partilha daquilo que um simples garoto tinha consigo. Jesus não nos pede aquilo que não temos, mas nos faz ver que se cada um oferece aquele pouco que tem, o milagre pode sempre acontecer: Deus é capaz de multiplicar o nosso pequeno gesto de amor e nos tornar participantes do seu dom”, destacou Bento XVI.
Mensagem do dia
Segunda-Feira, 30 de julho 2012
Leve as pessoas a receber o derramamento do Espírito

Jesus voltará para restaurar todas as coisas. Ele precisa limpar este mundo. Retirar o trigo do meio do joio. Ele já esperou demais. Ele anseia pela hora de vir e buscar Sua Esposa: nós, Sua Igreja. Nestes tempos urgentes, de preparação da noiva para o “Esposo”, a evangelização que fazemos não pode ser uma evangelização qualquer. Não é contar historinhas ou simples reflexões. A grande graça, hoje, é dar o Espírito Santo. É levar as pessoas a receber o derramamento do Espírito, a graça que Jesus anunciou dizendo:

“Vós, é no Espírito que sereis batizados” (At 1,5).

Quem está cheio do Espírito Santo, deve levá-Lo para os outros. Uma vela acesa pode levar fogo para muitas outras. É assim que se passa o fogo. É assim que se passa o Espírito Santo de Deus! Essa é a missão que cabe a nós. Hoje a Igreja, que é a noiva, precisa urgentemente dessa graça. Ela acabou sendo acometida por doença, e o remédio eficaz que Deus lhe deu é o Espírito Santo; Ele precisa curar Sua noiva; é urgente libertá-la e prepará-la para o Esposo que está chegando.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" de monsenhor Jonas Abib)

domingo, 29 de julho de 2012

Liturgia e Homilia (17º Domingo Comum) 29-05-2012

Primeira leitura (2º Reis 4,42-44)

Domingo, 29 de Julho de 2012
17º Domingo Comum

A-A+
Leitura do Segundo Livro dos Reis:

Naqueles dias, 42veio também um homem de Baal-Salisa, trazendo em seu alforge para Eliseu, o homem de Deus, pães dos primeiros frutos da terra: eram vinte pães de cevada e trigo novo. E Eliseu disse: “Dá ao povo para que coma”.
43Mas o seu servo respondeu-lhe: “Como vou distribuir tão pouco para cem pessoas?” Eliseu disse outra vez: “Dá ao povo para que coma; pois assim diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”.
44O homem distribuiu e ainda sobrou, conforme a palavra do Senhor.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.


Salmo (Salmos 144)

Domingo, 29 de Julho de 2012
17º Domingo Comum

A-A+

— Saciai os vossos filhos, ó Senhor!
— Saciai os vossos filhos, ó Senhor!

— Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem,/ e os vossos santos, com louvores, vos bendigam!/ Narrem a glória e o esplendor do vosso reino/ e saibam proclamar vosso poder!
— Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam/ e vós lhes dais no tempo certo o alimento;/ vós abris a vossa mão prodigamente/ e saciais todo ser vivo com fartura.
— É justo o Senhor em seus caminhos,/ é santo em toda a obra que ele faz./ Ele está perto da pessoa que o invoca,/ de todo aquele que o invoca lealmente. 
 
Segunda leitura (Efésios 4,1-6)

Domingo, 29 de Julho de 2012
17º Domingo Comum

A-A+

Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios:

Irmãos: 1Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes; 2com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor.
3Aplicai-vos a guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
 
 
Evangelho (João 6,1-15)

Domingo, 29 de Julho de 2012
17º Domingo Comum

A-A+

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 1Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades.
2Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes.
3Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com seus discípulos.
4Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5Levantando o olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”
6Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer.
7Filipe respondeu: “Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”.
8Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9“Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isto para tanta gente?”
10Jesus disse: “Fazei sentar as pessoas”. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.
11Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
12Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido.
14Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: “Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
15Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.
 
 
 
 
 


- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor. 

 
Mensagem do dia
Domingo, 29 de julho 2012
A graça de ler e entender a Palavra de Deus
 
 
É muito interessante que apareça no Credo essa expressão: “padeceu sob Pôncio Pilatos”. Significa que Jesus sofreu na carne para nos salvar. Mas, como Ele mesmo prometera várias vezes, ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus. Está agora à direita de Deus Pai, com o mesmo poder dele. De onde há de vir e julgar os vivos e os mortos. Virá como Rei, como Senhor. É nesse Jesus que acreditamos. É Ele que testemunhamos!

Necessitamos do derramamento do Espírito Santo para crescer em fé e conhecer a Palavra de Deus, pois só é possível conhecer e assimilar a Palavra de Deus através do poder do Espírito Santo. A grande graça que o Senhor está nos dando hoje é esta: ler e entender a Palavra de Deus.

Vou um pouco além: nesses tempos, precisamos conhecer a doutrina da Igreja. Para isso, temos a graça do Catecismo da Igreja Católica, que o papa João Paulo II quis tanto que fosse elaborado. Hoje ele está ao nosso alcance. Mais do que nunca, precisamos estar firmes na fé e, assim, testemunhar esse Único Jesus, o Cristo, o Filho de Deus Vivo.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "O Espírito sopra onde quer" de monsenhor Jonas Abib)

sábado, 28 de julho de 2012

Formações

O homem tem medo da verdade
Mas ela tem espaço e destino certo
A+A-



“A humanidade não aguenta muita realidade”. T. S. Eliot (1888-1965)
Dom Quixote é um personagem bem conhecido na ficção, criado no século XVI pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes. Seu clássico romance leva o nome desse personagem. Nessa história, Dom Quixote enche sua mente com lendas e fábulas sobre corajosos cavaleiros vestidos com armaduras reluzentes, salvando donzelas em perigo. Logo, começa a imaginar que ele mesmo é um nobre cavaleiro.

Em um famoso episódio, Dom Quixote ataca um grupo de moinhos de vento, acreditando que são um bando de gigantes perigosos. Achando que está servindo aos interesses de Deus por matar esses gigantes, ele acaba sofrendo completa humilhação.

Por que Dom Quixote de la Mancha é um dos romances mais lidos do mundo? Possivelmente, porque o herói só se deixa governar pela fantasia. Nós nos identificamos com o personagem, porque ele não quer saber da realidade, desconhece inteiramente o limite entre o imaginário e o real.

Escreve a psicanalista e escritora Betty Milan: “Os personagens de romance encontram soluções mágicas para os seus dramas. Já nós somos obrigados a aceitar a realidade”.


Assista: "Religião sem fé", com padre Paulo Ricardo


A ilusão, a fantasia, a sedução da luxúria, o engodo pelo capital e a imaginação gananciosa, tudo isso está no contexto da arte do engano. Teologia da prosperidade, astrologia, reencarnação, cartomantes, bruxarias, amuletos, simpatias, paranormalidades, objetos voadores não identificados, pseudociência e rezas supersticiosas. Tudo isso desvia a pessoa para a idolatria e para o falso sistema religioso. Os profissionais líderes da arte do engano sabem que estão servindo seus interesses e os enganados são roubados e humilhados.

Os novos movimentos religiosos têm se constituído em uma indústria sectária financeira. As atuais seitas são empreendimentos capitalistas assustadores! Elas controlam seus fiéis por meio da alienação doutrinária herética. Nenhum ator no mundo desempenha um papel tão excelente como os líderes religiosos sectários no teatro da hipocrisia. Esses tais líderes sofrerão humilhação e condenação. Não é fácil viver a realidade com a verdade, principalmente na atual babel religiosa.

A internet legitima a vida virtual, parcial, superficial e infernal. A pós-modernidade agrega muito bem a face oculta da personalidade doentia e criminosa. Engabela-se com erros refinados na era da globalização. Dizia Santo Agostinho: “os que não se deixam vencer pela verdade serão vencidos pelo erro”.

O mundo é tremendamente ilusório e fantasioso, porque a realidade é dura demais. No entanto, a verdade tem seu espaço garantido e seu destino certo.



Padre Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Para ser feliz é preciso ter coragem de vencer a si mesmo


Felipe Aquino
Foto: Maria Andrea/cancaonova.com
Quem não tem fé e não acredita em Deus corre o risco de cair na tristeza da ausência da esperança. Porque se a vida não tem sentido, então para que iremos viver? Se tudo está fadado a morte e ela realmente é o fim, por que então continuar lutando neste mundo?

A primeira condição para a felicidade é acreditarmos que Deus nos criou para sermos felizes. E se hoje não somos plenamente felizes, é porque o pecado entrou no mundo e manchou tudo aquilo que estava reservado para nós.

Deus nos quer participando da sua felicidade, em comunhão com Ele. Por isso, o principal motivo da nossa existência é participar da vida bem aventurada do Nosso Senhor. E o melhor caminho para atingirmos a meta que Deus traçou para nossa vida é seguir Suas leis, porque se Ele nos ama a ponto de dar Seu Filho para a remissão dos nossos pecados, não há como negar que a felicidade está reservada para aquele que é temeroso a Deus.

O Papa João Paulo II disse que o homem atual vive como se Deus não existisse, e classifica isso como o ateísmo teórico, pois mesmo não expressando isso em palavras, ele vive como se não desse importância para as consequências de suas atitudes.
Da mesma forma que uma máquina não funcionará corretamente, caso não sigamos as instruções do manual, nós também não iremos viver uma felicidade plena se não seguirmos o manual que nos foi deixado por Deus: a Sagrada Escritura.

Nós precisamos sim de coisas materiais, como o dinheiro para providenciar o sustento para nossa família, manter nossa saúde e manter nossas necessidades básicas. Mas não podemos deixar que os bens materiais sejam o guia de nossas vidas, porque quando menos esperarmos estaremos reféns dessas coisas.

Correr atrás da felicidade nesta vida é como correr atrás do vento, você nunca irá conseguir pegá-lo. Se você quer mesmo sentir os efeitos do vento, pare e permita que ele venha até você. E assim é com Deus, quando buscamos incessantemente as coisas, caímos no ativismo e deixamos passar o melhor que Deus tem reservado para nós.

Não nos damos conta que a felicidade está dentro de cada um de nós e a buscamos sempre fora. Nas coisas deste mundo, muitas vezes na prostituição, na bebida alcoólica, nas drogas, entre tantas outras coisas. Isso pode até trazer prazer momentâneo, mas nunca irá saciar o nosso desejo mais ardente pela felicidade.
"Quem não acredita em Deus está fadado a tristeza" diz Felipe Aquino
Foto: Maria Andrea/cancaonova.com

Você é chamado a santidade, e ser santo não é ser triste ou ficar emburrado, mas é sim ser alegre e louvar a Deus em todos os instantes da sua vida. No hora da angústia, quando tudo parecer não fazer mais sentido, pegue seu terço reze, pois nosso Deus é um Deus de alegria.

Muitas pessoas perdem a felicidade por causa do medo, e na maior parte das vezes esse medo é fictício, não passa de pensamentos colocamos em nossa cabeça pelo maligno.

Acreditar que Deus é Pai e na sua providência é se entregar, verdadeiramente, aos Seus cuidados. Se você realmente deseja alcançar a verdade felicidade e contemplar todas as promessas feitas por Deus, é preciso ter fé no Pai, porque Ele não nos pede nada sem que antes dê a graça para que sejamos capazes de realizar.
 
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza
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Felipe Aquino

felipeaquino@cancaonova.com Formado em Matemática, tendo concluído o Mestrado e o Doutorado em Engenharia Mecânica. É pregador de Retiros de Aprofundamentos, em todo o país.
Mensagem do dia
Sábado, 28 de julho 2012
A Eucaristia é fonte de cura
 
 
Permita que Jesus cure você pelo anúncio da Palavra. Dessa maneira, Ele o levará para a Eucaristia, como fez com os discípulos de Emaús.

A Eucaristia é fonte de cura. Para beber dessa fonte é preciso passar pelo Sacramento da Penitência. Se não buscamos esse sacramento há muito tempo, é preciso deixar Jesus trabalhar o nosso coração, para despertar em nós o arrependimento. Jesus inicia a cura do coração com o Sacramento da Penitência e a conclui pela Eucaristia.

O livro Imitação de Cristo nos ensina: “É preciso recorrer com frequência à fonte da graça e da misericórdia divinas, à fonte de toda bondade e pureza. É o meio de curar o mal que está em ti e aumentar tua força e tua vigilância contra todas as tentações e astúcias do diabo. Sabendo que na comunhão se dispõe dos maiores frutos e dos melhores remédios, o inimigo se esforça, por todos os meios e em todas as ocasiões, por reter ou impedir, graças à sua superioridade os fiéis de a ela aceder” (Imitação de Cristo, livro IV).

A salvação e a força para resolver qualquer situação estão na Eucaristia: ela nos cura, nos liberta, nos dá forças para tomar a nossa cruz de cada dia e seguir rumo ao Pai.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eucaristia, nosso tesouro" de monsenhor Jonas Abib)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Formações

Um menino, cinco pães e dois peixes
O Cristianismo aprendeu a partilhar desde cedo
A+A-



A Igreja reza pedindo que Deus redobre, “multiplique” Seu amor para conosco, a fim de que, conduzidos por Ele, usemos de tal modo os bens que passam, podendo abraçar os que não passam. A administração dos bens sempre foi um desafio para a humanidade, tanto que os sistemas econômicos, a partir de visões diferentes, alternam-se ou se complementam numa busca incansável das respostas adequadas às necessidades humanas. No Evangelho, Jesus se ocupa, em Seus ensinamentos, parábolas ou milagres, do tema dos bens a serem cuidados pela humanidade.

O fato da multiplicação de pães e peixes, milagre realizado por Jesus e narrado pelos quatro evangelistas, é carregado de ensinamentos, fonte inesgotável para a vida cristã em todos os tempos. São João no-lo descreve com grande riqueza de detalhes (Jo 6,1-15), reportando, no mesmo capítulo em que o descreve como um dos “sinais”, o discurso a respeito do Pão da Vida, no qual o Senhor confronta Seus próprios discípulos com a escolha decisiva que também orientará a vida de todos os homens e mulheres que viessem a acolher a Boa Notícia do Evangelho no correr dos séculos. De forma muito clara, abre ainda as mentes e os corações para o milagre cotidiano, com o qual o Senhor se faz presente na Eucaristia.

Dentre tantas riquezas da multiplicação de pães, podemos voltar os olhos para aquele menino que ofereceu a “contrapartida” para que o Senhor realizasse o milagre. As crianças nem eram contadas, tanto que o número de cinco mil homens pode ser multiplicado, pelas mulheres e crianças certamente presentes ao episódio da multiplicação. Jesus acolhe quem nem mesmo vale para a sociedade de seu tempo, recolhe o pouco que pode ser oferecido e multiplica. Desde cedo, o Cristianismo aprendeu com o seu Senhor e Mestre a verdade da partilha, ponto de partida para a intervenção da graça que, efetivamente, multiplica o que se pode oferecer, do menor ao maior, para chegar a todos que podem entrar, cada dia numa igreja, ter os olhos voltados para o altar e ali aprenderem a lição perene da multiplicação.


Assista também: "A Perfeição do amor!", com Dom Alberto Taveira



Muitas vezes, cantamos “sabes, Senhor, o que temos é tão pouco para dar, mas este pouco nós queremos com os irmãos compartilhar”. As desculpas são muitas, pois um não possui nem mesmo moedas, outro não tem ideias, aquele não tem coragem e a muitos falta a criatividade ou a iniciativa. O apelo suscitado pelo Evangelho é a uma mudança que se pode chamar “cultural”. A cultura cristã tem a marca do “dar” e do “receber”, capacidade de oferecer o que se tem de melhor, mesmo que sejam os pães e os peixes do menino, as duas moedas da viúva pobre, o óleo perfumado da mulher pecadora ou a vida daqueles doze homens chamados por Jesus para começar tudo. Lições de Economia, Administração, Matemática! Voltemos à velha “tabuada”.

Tabuada de um! Para Deus vale o que você tem. Uma é a vida a ser oferecida. A chance que lhe é oferecida é irrepetível. Você pode gastá-la para ser feliz, olhando para o Senhor que só sabe amar e se oferecer neste amor infinito.

Houve um homem, bem conhecido meu, aliás - meu pai -, discreto e silencioso, tímido, mas do qual soubemos, após sua morte, ter dado bolsas de estudo a muitas pessoas pobres. O que fez com a mão direita, nem a esquerda soube, mas Deus fez aparecer os testemunhos quando já tinha sido chamado para junto d'Ele.

Tabuada de dois! Olhe ao seu redor, pois é sempre possível compartilhar e, ao mesmo tempo, receber muito dos outros. Pertinho de você existem pessoas amigas, há ouvidos abertos para escutar e gente que espera uma palavra que pode ser a sua. Comece o diálogo com a pessoa que se assenta ao seu lado num transporte coletivo, ou com quem está perto de você numa das muitas filas a serem enfrentadas. Oferta, escuta, gestos, atenção, bens materiais. Saiba receber com humildade e simplicidade. Vale a pena lembrar que bastam dois reunidos em nome de Jesus, que se amem mutuamente, para que Ele esteja presente.

Tabuada de cinco! Os dons de Deus são irrevogáveis e infinitamente desproporcionais às nossas capacidades e, eventualmente, pequenas ofertas. Basta verificar a quantidade de obras sociais nascidas do Evangelho no coração da Igreja para ver o quanto os meios pobres, mas bem administrados, são orvalhados pela graça. Quantos são os filhos sem nome ou sem genitores conhecidos que foram acolhidos! E a presença no campo da educação! Escute o que têm a dizer as muitas iniciativas de caridade. Conheça o que faz a Cáritas Arquidiocesana de Belém (PA), abra seus olhos para ver que nossa pobreza se faz riqueza, para que o que tem muito não tenha sobra e o que tem pouco não tenha falta. Onde houver um cristão de verdade, esteja presente o milagre da multiplicação! Um, dois, cinco, mil. Uma contabilidade nova! As contas de Deus serão sempre maiores, porque são do tamanho da eternidade.




Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Dom Alberto Taveira foi Reitor do Seminário Provincial Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte. Na Arquidiocese de Belo Horizonte foi ainda vigário Episcopal para a Pastoral e Professor de Liturgia na PUC-MG. Em Brasília, assumiu a coordenação do Vicariato Sul da Arquidiocese, além das diversas atividades de Bispo Auxiliar, entre outras. No dia 30 de dezembro de 2009, foi nomeado Arcebispo da Arquidiocese de Belém - PA.
Mensagem do dia
Sexta-Feira, 27 de julho 2012
Abertos e disponíveis à ação de Deus
 
 
Na Igreja, o poder de Deus se manifesta por meio dos carismas. Por eles é que somos curados, libertos do mal e do pecado; para que, restaurados, toda mudança, toda transformação e todo este “virar pelo avesso” possa acontecer. Somos nós que ministramos uns aos outros. Aí está a grande graça: recebemos a ação do Espírito Santo para distribuí-la aos nossos irmãos; para sermos canais.

Precisamos ser abertos e disponíveis à ação de Deus. Buscamos nos nossos irmãos o poder do Espírito Santo e, ao mesmo tempo, nos dispomos a ser usados por Ele em todos os Seus carismas: desde o dom menor, que é o de línguas, até o dom maior, que é o Amor; passando pelo dom da cura, da ciência, da sabedoria, pelo dom central que é a fé, pelo dom da profecia, do discernimento dos espíritos... Enfim, passando por todos os dons, sem nenhuma exceção.

Os dons são ferramentas necessárias. Usamos esse instrumento do Senhor para que os nossos irmãos sejam tocados, curados, convertidos, restaurados. É preciso colocar-se em ação, porque a obra é urgente.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" de monsenhor Jonas Abib)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Formações

O que é a santidade?
Como os santos conseguem alcançá-la?
A+A-



Mais do que mirabolantes façanhas místicas ou heroísmos de faquir, a santidade consiste numa correspondência de amor. Trata-se de descobrir a presença de Deus em tudo, dando-lhe glória por meio das mais corriqueiras realidades do dia a dia.

O que é que os santos fazem para chegar à santidade? Duas coisas. Por um lado, ficam longe de tudo o que os impede de entrar pelos caminhos da graça e, por outro, dirigem-se diretamente a Deus. Mas fazem tudo isso pela glória do Senhor, não por algum proveito que possam obter. Eles são os que “buscam, antes, o Reino de Deus” – mais pelo Rei do que por eles próprios – e estão dispostos a esperar o tempo que Ele quiser até o dia em que “todo o resto lhes será dado por acréscimo” (cf. Mt 6,33).

Os santos, portanto, não tratam de fazer coisas especialmente santas (como ferozes penitências, passar noites inteiras ajoelhados, milagres, profecias, êxtases na oração); tratam de fazer tudo de um modo especialmente santo, exatamente do modo como Deus quer que o façam. Para eles, a única coisa do mundo que importa é a vontade do Pai. Sabem que a cumprindo estarão imitando Nosso Senhor, manifestando a caridade e sendo fiéis ao que há de melhor em si mesmos.

Tudo isso pode ser um grande estímulo para nós, pois mostra que o nosso serviço a Deus não depende de como nos sentimos, mas de como o Senhor olha para o que fazemos. Não depende de que os nossos atos pareçam heroicos, mas da nossa disposição em deixar que Ele tire heroísmo de nós; não depende de que conquistemos, à nossa maneira, uma meta que nos faça merecedores do título de “santo”, mas de que sigamos, com total confiança, o rumo marcado pela vontade do Senhor.


Assista também o documentário: "Um santo entre nós"


A santidade – como tudo na vida – deve ser encarada do ponto de vista de Deus; não do ponto de vista do homem. Viemos do Senhor, existimos por Ele. A nossa santidade também deve vir d'Ele e existir para Ele. Cremos que a finalidade do homem, da vida, da criação é a glória do Senhor. Mas o que isso significa para nós? O que é “glória” afinal?

Santo Agostinho diz que a glória é um “claro conhecimento unido ao louvor”. Mais do que, simplesmente, explicar o que ela é, essa expressão nos diz o que temos de fazer em relação a ela, ou seja, a maneira que devemos glorificar a Deus. Louvar o Senhor na oração é glorificá-Lo; servir ao próximo na caridade, também o é. Querer seguir a Cristo e cumprir Sua vontade é dar-Lhe glória.

Cristo Nosso Senhor, que é a Santidade em Pessoa, mostrou-nos como deu glória ao Pai durante a Sua vida terrena: "Eu glorifiquei-Te na Terra, consumando a obra que me deste a fazer (Jo 17,4). Que obra era essa? Muito simples: a vontade do Pai. É claro que isso implicou fazer muitas coisas específicas – como pregar, fazer milagres, fundar a Igreja, sofrer a Paixão –, mas todas se resumem no cumprimento fiel da vontade do Pai.

Quando, próximo do fim, Jesus disse na cruz: "Tudo está consumado" (Jo 19,30), não estava querendo dizer que Sua vida chegava ao fim, mas que a obra encomendada pelo Pai, a tarefa de cumprir em tudo a divina vontade, estava, agora, perfeitamente concluída e já não restava mais nada a fazer.



Hubert von Zeller
http://www.quadrante.com.br/

Avós desempenham papel fundamental na transmissão da fé

Luciane Marins
Da Redação, com colaboração de Nicole Melhado


Agência de Publicidade CN
"Os avós podem ser e muitas vezes são garantia do
afeto e da ternura que todo o ser humano necessita"
 
 
Nesta quinta-feira, 26, dia em que a Igreja celebra a festa de Santa Ana e São Joaquim, os avós do mundo inteiro são recordados. A importância deles nas famílias é tão grande que valeu uma referência do Papa Bento XVI no V Encontro Mundial das Famílias na Espanha. “Eles podem ser e muitas vezes são garantia do afeto e da ternura que todo o ser humano necessita dar e receber”. O Santo Padre disse ainda que eles são memória e riqueza das famílias.

Na sociedade moderna, em que cada vez mais os pais têm menos tempo para os filhos, a presença dos avós se torna ainda mais relevante.

Em entrevista ao Programa Octave Dies, produzido pelo Centro Televisivo Vaticano e reproduzido pela TV Canção Nova, a fundadora da Associação dos Avós Católicos (Catholic Grandparents Association), Catherine Wiley, destaca essa realidade. Ela acredita que, muitas vezes, os avós conseguem plantar a semente da fé nos netos mais que os próprios pais. “Os pais trabalham e estão sob uma grande pressão. Os avós entendem que precisam fazer alguma coisa, agora estão em casa, fazem aquilo que podem para transmitir a fé aos netos”.
A Associação criada por Catherine na Irlanda, presente também na Inglaterra, Escócia, Estados Unidos, Tanzânia e Camboja, é composta por milhares de pessoas que enfrentam as dificuldades comuns da vida sem perder a esperança. A própria fundadora, avó de dez netos, fala de seus desafios. "Alguns dos meus filhos se afastaram da fé, alguns dos meus netos não são batizados, houve um divórcio na nossa família, assim eu e meu marido entendemos as dificuldades, os desafios e as dores da vida de uma família católica nos tempos modernos, mas temos que ter esperança".
Os avós podem pensar que precisam saber sobre teologia para ensinar alguma coisa aos netos, mas, para Catherine eles já sabem tudo. Ela defende que tudo já está dentro deles, no modo como vivem, na fidelidade à Igreja, aos sacramentos e à Missa cotidiana. “Eles são modelos de comportamento e podem transmitir isso,” destaca.
Nos próximos meses, a Associação dos Avós Católicos realizará uma série de eventos em vários santuários na Europa e, em 2013, realizará uma peregrinação internacional a Roma.
Na mensagem que o Papa direcionou aos avós, no V Encontro Mundial das Famílias, Bento XVI pediu que os avós não sejam excluídos. “Deus queira que, por nenhuma razão, sejam excluídos do círculo familiar. São um tesouro que não podemos arrebatar às novas gerações, sobretudo quando dão testemunho da fé diante da proximidade da morte", destacou.

Leia mais
.: Papa saúda os avós de todo o mundo
.: "Avós" é tema de Assembléia no Vaticano
Mensagem do dia
Quinta-Feira, 26 de julho 2012
Chegou a hora de afirmarmos nossa fé em Jesus
 
 
Querem nos impor um outro 'cristo' que não é Jesus. Com muito jeito e com muita persuasão, querem nos fazer esperar outro 'cristo'. Dizem mesmo que a humanidade inteira sempre esperou por um messias, mas não percebeu que não existiu apenas um, mas vários, dentre eles Jesus. Dizem até que Ele permaneceu por trinta anos no Oriente para adquirir conhecimentos. Tudo para confundir os próprios cristãos.

Pura invenção! Os Evangelhos falam claramente da origem de Jesus Cristo: “Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não estão todas conosco?” (Mt 13,55-56a).

Essa é a hora de afirmarmos nossa fé em Jesus, o Filho Único de Deus. Por amor a nós, Ele despojou-se de Sua divindade. Nunca deixou de ser Deus, mas se despojou de Sua natureza divina. Veio ao mundo, fez-se homem como nós: assumiu a nossa humanidade em tudo, menos no pecado (cf. Hb 4,15b).

Tomou nossas dores, nossos trabalhos, nossas dificuldades, nossa pobreza. Passou a vida pregando o Reino de Seu Pai, trazendo-nos a verdade. Foi vítima de Seus inimigos. Tramaram contra Ele, quiseram prendê-Lo, condená-Lo, mas Ele se entregou livremente. Morreu na cruz para comprar vida por vida. Para comprar a nossa vida, Jesus deu a própria vida. Não fomos comprados por ouro ou prata, mas pelo Sangue de Jesus Cristo. É nesse Jesus que nós cristãos acreditamos!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "O Espírito sopra onde quer" de monsenhor Jonas Abib)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

FORMAÇÕES

Descubra o valor dos homens
Todos devem ser tratados como pedras preciosas
A+A-



"Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á" (Lc 6,36-38).

Com uma frase muito breve, São Josemaria Escrivá explica estas palavras de Cristo: "Mais do que em 'dar' - diz -, a caridade está em 'compreender'" (Caminho, n.463). É impossível existir caridade sem compreensão; e é impossível existir verdadeira compreensão sem a disposição para desculpar e também, sempre que possível, para ajudar.

Todas as vezes que julgamos uma pessoa e concluímos, como quem dita uma sentença, “é assim”, “é insuportável”, “é maçante”, “é preguiçosa”, “é arrogante”, estamos condenando-a. Ao fazer tais juízos, colocamos nos outros uma etiqueta, como se faz num frasco ou num inseto colecionado, e os fechamos nessa definição.

Dizer de uma pessoa: "Ela é assim" equivale a perder a esperança de que ela venha mudar. Como se partíssemos da base de que vai ser sempre assim, e de que o máximo de caridade que lhe podemos dedicar é apenas sermos pacientes, suportando-a tal como é. Mas essa apreciação é falsa, está viciada pela raiz, porque todo ser humano tem, na alma, “sementes de bondade”, latentes, mas reais, que podem ser desenvolvidas.

Nenhuma pessoa consiste apenas nos defeitos que manifesta exteriormente. Todas têm infinitas possibilidades de fazer o bem e - com a graça de Deus, seu esforço e a nossa ajuda -, um dia, podem vir a ser belas realidades. Por isso, Cristo nos manda não condenar ninguém como se já estivesse “acabado”. O contrário de condenar é desculpar e esperar. O coração bom está sempre inclinado a desculpar. Ao julgar os outros, evita usar o verbo “ser” e prefere empregar o verbo “ter”. Essa pessoa, que - como todos os filhos de Deus - é potencialmente santa, agora, por uma série de circunstâncias, tem tal ou qual defeito; mas isso não quer dizer que sempre deva tê-lo. 



É muito provável que uma série de dificuldades as levem a comportarem-se assim. É justo tê-las em conta. Talvez seja grosseira, porque não recebeu uma educação esmerada; ou arrogante, porque foi humilhada e sente necessidade de se afirmar; impaciente, porque lhe dói o fígado.Sempre há uma desculpa, afetuosa, que os “bons olhos” do cristão detectam como uma desculpa com fundamento objetivo, real, que nos impede de julgar esta ou aquela pessoa com dureza e, ainda mais, desclassificá-la.

Certamente, os outros têm defeitos como nós os temos, mas, felizmente, não estão acorrentados por eles como um sentenciado à prisão perpétua. Está nas nossas mãos - nas mãos da nossa caridade - desamarrar-lhes esses grilhões. Esta é uma das mais delicadas tarefas do amor benigno (cf. 1 Cor 13,4): não deixar ninguém de lado, mas, antes, dar-lhe a mão, ajudá-lo incansavelmente - com infinita compreensão e paciência - a soltar um a um os elos dos defeitos que compõem essas suas correntes.

Naturalmente, isto pressupõe que saibamos confiar - como víamos - na capacidade de bondade das pessoas; portanto, na sua possibilidade de mudar. Já foi dito alguma vez que perder a confiança em alguém é matá-lo. Também é verdadeira a afirmação contrária: confiar em alguém é dar-lhe a vida. É claro que essa confiança não se confunde com a credulidade ingênua, que fecha os olhos e julga que, afinal, todo o mundo é bom. A verdadeira confiança é outra coisa. O homem bom não é cego nem insensível aos valores. Não deixa de ver o mal em toda a sua dimensão perniciosa.

Mas, ao mesmo tempo, acredita, com todas as suas forças, que aquelas “sementes de bondade”, as quais dormem em cada coração humano, podem ser ativadas, podem ser cultivadas. Por isso, arregaça as mangas e, sem reclamar dos espinhos dos outros, trabalha para que neles desabrochem as rosas. São Josemaria, um sacerdote que irradiou compreensão e confiança, despertando milhares de corações para o bem, costumava dizer que cada pessoa deve ser tratada como uma pedra preciosa.

Não há duas pedras preciosas idênticas que possam ser lapidadas da mesma maneira. O bom lapidador estuda-as uma a uma e, daí, tira conclusões sobre o modo de extrair o máximo de perfeição e beleza de cada uma delas. Assim deve ser com as almas. O estudo atento do lapidador é, neste caso, a afetuosa atenção que prestamos a cada pessoa, esforçando-nos por compreender o seu modo de ser, o porquê das suas arestas e pontos frágeis, as linhas em que melhor podem ser “trabalhadas”. Dessa prévia compreensão, decorrerá o modo de tratá-la, de ajudá-la.

Para tanto, não é necessário possuir conhecimentos muito especializados de psicologia. Basta a psicologia do afeto, a qual proporciona uma profunda percepção aos olhos. O amor de uma mãe não precisa de manuais de psicologia para intuir, de modo certeiro, o que está acontecendo com o filho. Basta o carinho, o interesse e a vontade de se dar.

Não esqueçamos, por outro lado, que todo bom lapidador é paciente. Isso significa ter a consciência de que, para transformar um diamante bruto num esplêndido brilhante, vai precisar de tempo, de trabalho minucioso, pois só pouco a pouco irá progredindo no seu lavor. Este é o modo de agir da verdadeira caridade. Assim como o carinho superficial, mole, contenta-se com dar umas pinceladas superficiais de amabilidade, a verdadeira caridade traduz-se numa dedicação infatigável. Dá-se sem pausa, espera sem cansaço e não desiste jamais.

Persiste incansavelmente, sem abrandar a generosidade da entrega, até ver despontar, finalmente, os frutos; e aguarda confiante - permita-se-nos repeti-lo - que as “sementes de bondade” dos outros acabem por germinar. A doação de um cristão que ama assim, com coração generoso e bom (cf. Lc 8,15), nunca será estéril.



Padre Francisco Faus
http://www.padrefaus.org/
Mensagem do dia

Quarta-Feira, 25 de julho 2012
Piedade X Impiedade


A palavra "piedade" vem de pio e significa "aquele que tem amor filial para com seu pai"; já impiedoso, o ímpio, é aquele que não possui esse amor filial.

O que o inimigo de Deus quer atingir é justamente o nosso amor pelo Pai. Ele golpeia, de modo certeiro, o nosso coração para arrancar dele a piedade, esse amor de filhos.
A piedade é um dom do Espírito Santo, o qual nos faz amar a Deus, reconhecendo-O como Pai. É o Espírito Santo que nos dá a certeza de que Deus é nosso Pai. É o próprio Espírito que clama dentro de nós "Abbá, Pai".

A impiedade é como um câncer que vai se ramificando e tomando conta, sem que a pessoa perceba. Mas Nosso Senhor Jesus Cristo vem em nosso auxílio, como veio em auxílio aos discípulos de Emaús. Ele caminha conosco porque vê nossa situação e cuida de nós. Ele mesmo disse: “Eu sou o Bom Pastor. O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11). Jesus, como um Pastor, cuida de cada ovelha pessoalmente, pois Ele é o maior interessado na nossa recuperação.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eucaristia, nosso tesouro" de monsenhor Jonas Abib)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Formações

Quem quer ir para o céu?
Ele é o fim último e a realização de nossas aspirações
A+A-



O título faz parte de uma história que se conta por aí. Durante um encontro de ensino religioso, a catequista pergunta aos pequerruchos que estão em sua frente: “Quem quer ir para o céu?” Todas as crianças levantam a mão e respondem em coro: “Eu vou!”. Umas delas, porém, fica em silêncio. “Você não quer?”, indaga curiosa a mestra. E ela: “Não, porque mamãe me disse para voltar logo para casa após a catequese!”.

Passando da brincadeira para a realidade, se conhecêssemos, verdadeiramente, quem é Deus e o que significa “Paraíso”, seríamos atraídos, irresistivelmente para eles, infinitamente mais do que acontece com a lei da gravidade. Infelizmente, ao longo da vida, tantos e tão fortes "falsos brilhos" aparecem, que, lentamente, dia após dia, nos tornamos cada vez mais cegos às “coisas do céu” e atraídos pelas “coisas da terra”.

Mas, o que é o céu? Para começo de conversa, poderíamos lembrar que sua existência era aceita até mesmo fora do judaísmo, famoso é o exemplo apresentado por Platão. Para ele, o mundo se assemelha a uma caverna escura, habitada por pessoas acorrentadas, de costas para a entrada. Do lado de fora – ou seja, envolvidas pela luz e pela beleza do sol – caminham e trabalham outras pessoas, cheias de vida. É a sombra delas que se reflete no fundo da caverna – sombra que, para os aprisionados, é a única realidade percebida e, portanto, existente.


Assista também: "O cristão precisa sonhar com o céu", com padre Roger Luís


Para Platão, o frenético corre-corre que atordoa e inferniza os habitantes deste mundo é uma aparência enganosa. A realidade que sustenta e dá sentido a tudo é Deus. Com o filósofo concorda um salmista judeu, que escrevia, mais ou menos, na mesma época: "Setenta anos é a duração de nossa vida. Oitenta, para os mais robustos. A maior parte deles é sofrimento e vaidade. Passam depressa e nós voamos. Ensina-nos, Senhor, a contar os nossos dias, para que tenhamos a sabedoria do coração!" (Sl 90,10.12).

Na “Escola de Atenas”, uma obra estupenda do pintor renascentista italiano Rafael Sanzio, Platão aparece com o dedo apontado para o alto, e Aristóteles, para o chão. É a síntese perfeita da missão do cristão. Quanto mais ele olha para o céu, mais aprende a olhar para a terra. Quanto mais Deus estiver presente em sua vida, mais perfeito e concreto será seu amor pelos irmãos que caminham ao seu lado. Foi provavelmente isso que os anjos quiseram ensinar aos apóstolos no dia da Ascensão de Jesus: "Homens da Galileia, por que ficais aí, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que foi elevado ao céu, virá novamente para vós!" (At 1,11).

Se Jesus “virá novamente no meio de nós”, o céu deixa de ser uma casa que se constrói na terra e se ocupa somente após a morte. Pelo contrário, se alguém, já aqui na terra, conseguir transformar a sua vida numa morte ininterrupta ao egoísmo, cada ato seu corresponderá uma nova experiência de paraíso, até a última, quando ele mesmo se identificará com o céu: "Desde agora já somos filhos de Deus, embora ainda não se tenha tornado claro o que vamos ser. Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos como ele é" (1Jo 3,2).

Ao tentar descrever o céu, o Catecismo da Igreja Católica faz esta reflexão: "O céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva. Viver no céu é viver com Cristo. Os eleitos vivem nele, mas lá conservam, ou melhor, lá encontram sua verdadeira identidade, seu próprio nome". Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A Escritura nos fala dele em imagens: "O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração humano não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2,9)».

Por tudo isso – e por mil outras razões –, Santa Teresa de Ávila repetia para si mesma: "Espera, ó minha alma, espera! Ignoras o dia e a hora. Vigia cuidadosamente, tudo passa com rapidez, ainda que tua impaciência torne duvidoso o que é certo e longo um tempo que é curto. Considera que, quanto mais lutares, mais provarás o amor que tens a teu Deus e mais te alegrarás um dia com Teu Bem-Amado numa felicidade e num êxtase que não poderão jamais terminar".



Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)
Mensagem do dia
Terça-Feira, 24 de julho 2012
Precisamos de restauração
 
 
Naquele tempo, a Igreja estava apenas começando. Foi preciso realmente todo o poder do Espírito Santo para que ela fosse iniciada. Agora está na hora de o Esposo vir buscar Sua Esposa, Sua escolhida: a Igreja. Por isso é que Ele está concedendo toda essa graça, para estarmos preparados para Sua segunda vinda. Precisamos do derramamento do Espírito Santo. Precisamos ser e permanecer cheios d'Ele. Necessitamos dos Seus dons para nos curar, libertar, restaurar, transformar.

Infelizmente, fomos marcados, feridos, somos doentes, e só pelo poder do Espírito seremos transformados e estaremos preparados para o Senhor, que vem nos buscar. Somos, ao mesmo tempo, a noiva e o amigo do Esposo que vem alertar a noiva. O tempo urge. Precisamos de restauração, de santificação! Nossa vida ainda está enferma; precisamos ser curados, transformados! Isso só acontece pelo poder do Espírito Santo de Deus.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

(Trecho do livro "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" de monsenhor Jonas Abib)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Bento XVI nomeia novo Vice-Camerlengo


Agência Ecclesia



O Papa Bento XVI nomeou o arcebispo italiano D. Pierluigi Celata, de 75 anos, como vice-camerlengo da Igreja, informou hoje a sala de imprensa da Santa Sé.

 
O novo responsável substitui no cargo o cardeal espanhol Santos Abril y Castelló, arcipreste da Basílica Papal de Santa Maria Maior de Roma, de 76 anos, criado cardeal por Bento XVI no consistório realizado a 28 de fevereiro último.

 
D. Pierluigi Celata, diplomata de carreira, é o secretário do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso e assume agora a tarefa de coadjuvar o camerlengo da Santa Igreja Romana que é, desde 2007, o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.

 
Este cargo implica que, após a morte de um Papa, seja o cardeal camerlengo a gerir o património da Santa Sé, o que também acontece quando o bispo de Roma se encontra em viagem.

 
Formações

Depressão, e agora?
Não se desespere. Tem jeito!
A+A-



Hoje em dia, já não é tão difícil falar sobre depressão; afinal, ela já foi classificada como “o mal do século”. Ainda há muito preconceito quando se fala nela.

Muitas pessoas acham que depressão é doença “de quem não tem o que fazer”, de pessoas fracas, que não rezam nem lutam, mas isso não é verdade. Depressão é uma doença e, com certeza, todos os que sofrem desse mal não gostariam de estar nesta situação.
Assumir a depressão chega a ser humilhante, pois, além de tudo, é preciso consultar um psiquiatra; daí, outro preconceito: psiquiatra é “médico de louco”. Eu costumo dizer que, na verdade, é para não ficar louco!

O maior risco da depressão é camuflá-la. Quanto mais tempo demoramos para buscar ajuda, mais sofrimento enfrentamos. Partilho aqui, com vocês, a minha experiência:

Há vários anos, quando partilhava minha vida com Irmã Lucimar, em Londrina (PR), percebi que seu semblante mudou, e ela me disse: "Carla, eu tenho a impressão de que você está depressiva, mas não posso afirmar, porque somente um psiquiatra pode dar o diagnóstico correto". Pronto. Meu mundo caiu! Como assim? Logo eu? Uma missionária da Comunidade Canção Nova, há tantos anos, poderia estar com depressão?


Assista também: "Depressão, doença moderna?", com o Canal Destrave


Assim que o choque passou, comecei a me analisar. Tenho pai e mãe depressivos, então, seria difícil fugir desta realidade. Chegando a Cachoeira Paulista (SP), procurei um psiquiatra que, a princípio, diagnosticou uma bipolaridade. Iniciei o tratamento com medicação, mas logo ele foi interrompido, pois engravidei da Sofia. Mais uma vez, meu mundo caiu! Como conduzir uma gravidez, aos 38 anos, depressiva e sem medicação?

Foi aí que Deus me mostrou Sua grandiosidade. Foi à melhor gravidez que vivi, sem nenhum problema! A Sofia nasceu, no final das 40 semanas de gestação, de parto normal.

Passado um tempo, resolvi retomar o tratamento, mas quis trocar de médico, uma vez que não me via bipolar, pois não sentia os picos de euforia. Busquei outro profissional e ele me diagnosticou com “distimia” (depressão crônica, de intensidade moderada); ela não tem cura, mas é controlável.

Hoje, esta é a minha realidade. Sei da enfermidade e faço tratamento com medicação e psicoterapia; além de me esforçar para fazer uma atividade física, o que acho muito difícil. É preciso um esforço sobrenatural, mas consigo conviver bem, no dia a dia, e ter mais qualidade de vida: pessoal, familiar, comunitária e profissional.

Há dias em que dá aquela tristeza da alma, vontade de não fazer nada, mas sei o quanto ists não me fará bem e dou uma resposta diferente. Há dias também que necessitamos fazer algo diferente, algo só nosso, sair sozinha, comer algo que tem vontade, etc. Não é feio ter desejos e necessidades, muito menos pensar em nós de vez em quando. Pelo contrário, nos faz bem.

Não posso deixar de relatar aqui a colaboração da família e dos amigos mais próximos. O que mais nos faz bem é sermos acolhidos naquilo que estamos vivendo, sabermos que não somos peso, e que todos, a seu modo, preocupam-se e querem nos ajudar.

Por isso, se você, hoje, descobriu ou foi diagnosticada (o) com depressão, não se desespere! É possível conviver com ela, basta buscar ajuda profissional apropriada.


Tem jeito! Mas do jeito de Deus; não do meu!


Carla Astuti - Comunidade Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/temjeito/

A preciosa Bênção dos Pais

 
A importância da bênção dos pais na vida dos filhos

Quando eu era criança, estava acostumado a pedir a bênção aos meus pais – a qualquer hora que saísse ou chegasse em casa, – naquele apressado “Bença, pai!”, “Bença, mãe!”, tão apressado que quase não ouvia a resposta. Todos nós, quando crianças, estávamos tão acostumados a pedir a bênção dos pais que, quando saíamos sem ela, parecia-nos que faltava algo à nossa segurança ou ao sucesso de nossos planos… Ao menos quatro vezes por dia eu e meus oito irmãos pedíamos a bênção a nossos pais: ao acordar, ao irmos para a escola, ao voltar da escola, e ao se deitar.

Hoje, passados os anos, tenho profunda consciência da importância da bênção dos pais na vida dos filhos. É a Sagrada Escritura que nos alerta da necessidade dessa bênção. Toda a Bíblia está repleta de passagens indicando a importância que Deus dá aos pais na vida dos filhos. Os pais são os cooperadores de Deus na criação dos filhos e, dessa forma, são também um canal aberto para que a bênção divina chegue aos filhos.

O livro do Deuteronômio registra o quarto mandamento: “Honra teu pai e tua mãe, como te mandou o Senhor, para que se prolonguem teus dias e prosperes na terra que te deu o Senhor teu Deus” (Dt 5,16). Desta forma, Deus promete vida longa e prosperidade àqueles que honram os pais. São Paulo disse que esse é “o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa de Deus” ( Ef 6,2).

Os livros dos Provérbios e do Eclesiástico estão cheios de versículos que trazem a marca da presença dos pais. Eis um deles: “A bênção paterna fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces” (Eclo 3,11). Esse versículo mostra que a bênção dos pais (e também a maldição!) não é simplesmente uma tradição do passado ou mera formalidade social. Muito mais do que isso, a Escritura nos assegura que a bênção dos pais é algo eficaz e real, isto é, um meio que Deus escolheu para agraciar os filhos. Deus quis outorgar aos pais o direito e o poder de fazer a Sua bênção chegar aos filhos. É a forma que Deus usou para deixar clara a importância dos pais. Analisemos estas passagens marcantes:

“Ouvi, meus filhos, os conselhos de vosso pai, segui-os de tal modo que sejais salvos. Pois Deus quis honrar os pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles.

Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro. Quem honra seu pai achará alegria em seus filhos, será ouvido no dia da oração. Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência, a fim de que ele te dê sua bênção, e que esta permaneça em ti até o teu último dia. Pois um homem adquire glória com a honra de seu pai, e um pai sem honra é a vergonha do filho. Como é infame aquele que abandona seu pai, como é amaldiçoado por Deus aquele que irrita sua mãe!” (Eclo 3, 2-3.5-6.9-10.13.18).

Todos esses versículos do capítulo 3 do Eclesiástico mostram claramente a grande importância que Deus dá aos pais na vida dos filhos e, de modo especial, à bênção paterna e materna. Infelizmente, muitos pais parece que já não sentem a prerrogativa que Deus lhes deu para educar formar e abençoar os filhos. Muito já não acreditam no poder da bênção paterna e nem mesmo ensinam os filhos a pedi-la.


Os pais têm uma missão sagrada na terra, pois deles dependem a geração e a educação dos filhos de Deus. Eles são os primeiros mensageiros de Deus na vida dos filhos, sobre os quais têm o poder de atrair as dádivas de Deus. Não importa qual seja a idade do filho, ele sempre deve pedir a bênção de seus pais. E também não importa se o velho pai é um doutor ou um analfabeto, o filho não deve perder a oportunidade de ser abençoado por ele, se possível todos os dias, mesmo já adulto.

Se você ainda tem seus pais (ou apenas um deles) não perca a oportunidade que Deus lhe dá de beijar-lhes as mãos e pedir-lhes a bênção, para que Deus abençoe você, guiando seus passos e protegendo sua vida. Importa jamais nos esquecermos de que enquanto “a bênção paterna fortalece a casa de seus filhos, a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces” (Eclo 3,11).


Prof. Felipe Aquino