quarta-feira, 30 de julho de 2014

O pecado de Davi


Até mesmo Davi, com todo seu amor e intimidade com o Senhor, cometeu pecado

“O pecado é ofensa a Deus: ‘Pequei contra ti, contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus olhos’ (Sl 51,6). ‘O pecado ergue-se contra o amor de Deus por nós e desvia dele os nossos corações’.” (Catecismo da Igreja Católica §1850).
 
O pecado de Davi
 
O maior mal que o pecado pode nos trazer é nos afastar de Deus. Muitas vezes, caímos, mas enquanto estivermos vivos, estaremos nessa luta que travamos diariamente. O pecado também causa em nós o medo de voltar para Deus, de não sermos aceitos por Ele. O inimigo nos enche de acusações e mentiras; com isso, permanecemos no pecado, na lama.
 
Não importa o tamanho do nosso pecado nem como caímos, o importante, agora, é retornarmos ao local onde nos sentiremos novamente acolhidos e limpos, o coração de Deus.
 
Podemos ver, na vida de Davi, uma busca constante em servir o Senhor, a ponto de ser conhecido como um homem segundo o coração de Deus. No entanto, até mesmo o rei, com todo o seu amor e intimidade com o Senhor, teve momentos de queda ao seguir seus desejos. “Numa tarde, levantando-se da cama, Davi foi passear no terraço do palácio real. Lá, ele viu uma mulher tomando banho. Ela era muito bonita. Davi mandou colher informações sobre ela. Disseram-lhe: ‘Ela é Betsabéia, filha de Eliam e esposa de Urias, o heteu!’. Então, Davi mandou emissários para que a trouxessem. Betsabéia foi e Davi teve relações com ela, que tinha acabado de se purificar de suas regras. Depois ela voltou para casa”. (II Samuel 11, 2-4)
 
 
 
 
Davi era e é conhecido por sua coragem, força, justiça e seu amor a Deus. Mas sua vida também foi marcada por uma má escolha que o levou a cair em pecado. É importante entendermos que ele estava no auge de seu reinado. Já havia conquistado várias vitórias e era respeitado pelo seu povo e pelos reinos vizinhos. Naquele tempo, o rei tinha como papel principal comandar o exercito em batalha. “Na mudança do ano, quando os reis costumavam sair para a guerra, Davi ficou em Jerusalém” (cf. 2 Sl 11,1).
 
Ele não foi para a batalha com sua tropa, pois sabia da força de seus homens; com isso, não viu necessidade de acompanhá-los. Davi não cumpriu o papel que Deus lhe confiou, pois já começava a se esquecer de Quem o chamou. Ele está em pé, no auge, é um conquistador e tem muitos a seu comando, mas se esquece do seu Deus e “o pecado ficou a sua frente” (cf. Sl 51, 5).
 
Davi vê Betsabéia e se encanta por ela. Percebemos a consciência de Davi na decisão tomada. Ele procurou saber quem era aquela mulher, e, mesmo sendo casada, deitou-se com ela. Essa atitude desencadearia várias outras. Davi não cai somente em um pecado, mas em muitos por consequência de sua escolha. Ele peca por ser presunçoso, pois já se sente bom o bastante para nem mesmo ir às batalhas, por seus olhares maliciosos e seus desejos consentidos, por adulterar, por pecar e mentir para Urias, por tentar enganá-lo, mandá-lo para a morte e ainda agir como se nada tivesse acontecido.
 
O rei perdeu o temor e se deixou levar por seus desejos. Esse homem, que tinha o Senhor como seu amigo e n’Ele confiava plenamente, deixa-O de lado e toma decisões pautadas em suas paixões. Vemos que em todos os momentos da vida de Davi ele traz o nome do Senhor consigo. Porém, há um detalhe interessante: os dois livros de Samuel tem, juntos, 55 capítulos, e em apenas quatro Deus não é citado de forma alguma. Isso acontece quando o rei ou algum dos seus se esquecem do Senhor e falham. No capítulo que narra o “pecado de Davi”, vemos que Deus não é citado nem lembrado. Quando O deixamos de lado, somos arrastados por nossas inclinações ao mal.
 
Davi ignora tudo o que o Senhor fez em sua vida até aquele momento, esquece-se de que foi Ele quem o elevou ao lugar em que estava. O Senhor encontrou Davi ainda em sua juventude, e ele era um simples pastor que cuidava das ovelhas do pai.
 
No meu caso, Deus me encontrou de uma maneira parecida. Eu ainda era jovem e não tinha muito sentido na vida, estava trilhando, a passos largos, uma existência sem sentido e cheia de vazios, mas o Senhor me encontrou e me deu sentido para viver. Pense: onde Jesus o encontrou? Onde Ele fez uma curva com sua história e lhe deu sonhos, o fez crescer e o tirou da lama? Como anda sua relação com Deus?
 
Nosso personagem bíblico pecou gravemente,  e já dava sinais – podemos detectar na leitura – de que, muito mais que pecar contra Deus, ele já havia se distanciado d’Ele. O profeta Natã o questiona sobre a má conduta da parte de um “certo homem”, Davi nem mesmo consegue identificar-se, pois seu coração já não estava mais no Senhor. Um coração longe de Deus não enxerga a verdade, pois só no Pai podemos nos ver como somos.
 
Um dia, fomos resgatados por Deus; hoje, talvez, já nos vejamos capazes de caminhar sem Ele. Não lutamos mais, pois já somos fortes o bastante para estar em alerta. O pecado de Davi teve início quando ele não mais se sentiu dependente do Senhor. O coração do rei, que sempre teve no Senhor o seu norte, resolveu confiar em suas próprias forças e se perdeu no trajeto. Porém, existe uma certeza: o Pai sempre nos espera, assim como esperou Davi.
 
Sempre precisaremos retomar a amizade com Aquele que nos deu vida em abundância. Seja qual for o ponto onde chegamos, Deus sempre tem misericórdia e amor para nos trazer de volta e nos devolver ao que realmente somos: filhos amados d’Ele!
 
 

Paulo Pereira

José Paulo Neves Pereira nasceu em Nossa Senhora do Livramento (BA). É missionário da Comunidade Canção Nova e atua no setor de Novas Tecnologias da TVCN. Twitter: @paulopereiraCN
 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

De onde vieram os quatro símbolos dos Evangelhos?





Como foram atribuídos os símbolos dos quatro Evangelhos? A arte cristã sempre representou cada evangelista por um ser vivente: São Mateus é simbolizado por um homem; São Marcos, por um leão; São Lucas, por um touro; e São João, por uma águia.
O fundamento desses ícones é bíblico. O livro do Apocalipse de São João, por exemplo, traz a visão de quatro seres viventes que rendiam glória a Deus:
“O primeiro animal vivo assemelhava-se a um leão; o segundo, a um touro; o terceiro tinha um rosto como o de um homem; e o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo. (...) Não cessavam de clamar dia e noite: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar.” [1]
Os mesmos quatro animais estão em outra visão do profeta Ezequiel:
“Distinguia-se no centro a imagem de quatro seres que aparentavam possuir forma humana. (...) Quanto ao aspecto de seus rostos tinham todos eles figura humana, todos os quatro uma face de leão pela direita, todos os quatro uma face de touro pela esquerda, e todos os quatro uma face de águia.” [2]

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Vem aí, o 6º Forró das Pastorais em Itambé PE!


Acontecerá no próximo dia 02 de Agosto de 2014 a 6ª edição do Forró das Pastorais da paróquia de Nossa Senhora do Desterro na cidade de Itambé PE.

Esse evento é sempre um momento de confraternização e de muita alegria entre as pastorais e movimentos da paróquia.

O Forró das Pastorais sempre foi marcado pela alegria contando sempre com a participação de toda a comunidade que comparece em massa. São inúmeras famílias que vem prestigiar o evento o qual fortalece a cultura e tradição local de uma forma sadia, valorizando a pessoa humana na família, usando a cultura do encontro como tanto nos pede o Santo Padre o Papa Francisco.

Nesta 6ª edição o evento contará com animação da Banda "Bruno & Junior e Forró Universitário" que promete trazer bastante Forró.

Você não pode perder, venha participar conosco desta festa.

É sábado dia 02 de Agosto a partir das 20 horas ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro em Itambé PE.


Deus abençoe a todos e até lá!





Jorge Barbosa.

A proibição à ordenação de mulheres é definitiva?

 
Nota da Igreja sobre a ordenação de mulheres
 
Algumas pessoas me perguntam se a decisão da Igreja de não ordenar mulheres, confirmada pelo Papa João Paulo II na Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis (22 maio 1994), se é definitiva e válida para sempre.
 
A Congregação da Doutrina da Fé do Vaticano foi consultada sobre esta questão, e respondeu que SIM. Portanto, a discussão desse assunto deve ser encerrada na Igreja, e os católicos e católicas devem aceitar na “obediência da fé” (Rom 1,5) esse ponto de doutrina que o Papa e o magistério da Igreja definiram como verdade de fé. Sugiro que os fiéis leiam a importante Carta Apostólica do Papa João Paulo II sobre a dignidade e a vocação da mulher: “Mulieris Dignitatem”, para melhor entender o assunto.
 
Em 28/10/95 esta Congregação emitiu uma Nota que confirma o caráter definitório e irrevogável do pronunciamento do S. Padre João Paulo II. O Papa afirmou que segundo a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja, em relação ao sacramento da Ordem,  nem Jesus Cristo nem algum sucessor de Apóstolo conferiu a ordenação sacerdotal a mulheres, tanto entre os cristãos ocidentais como entre os orientais. O Papa se baseou no procedimento do próprio Cristo, que não chamou mulheres para a Última Ceia (na qual instituiu e conferiu o sacramento da Ordem). Segundo ele a Igreja não tem autorização para mudar este ponto. Eis o que disse o Papa João Paulo II: “Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição da Igreja divina, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
 
A decisão do Papa, por mais precisa que fosse, deixou margem a dúvidas sobre o caráter revogável ou não de tal sentença. As dúvidas foram levadas à Congregação para a Doutrina da Fé, que em Nota datada de 28/10/95, respondeu em favor da irrevogabilidade da sentença.
 
Em seguida publicamos o texto em que a autoridade competente explicita o sentido da Declaração do Papa.
 
Dúvida: “Se a doutrina segundo a qual a Igreja não tem faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, proposta como definitiva na Carta Apostólica “Ordinatio sacerdotalis”, deve ser considerada pertencente ao depósito da fé.”
 
Resposta: Afirmativa.“Esta doutrina exige um assentimento definitivo, já que, fundada na Palavra de Deus escrita e constantemente conservada e aplicada na Tradição da Igreja desde o início, é proposta infalivelmente pelo magistério ordinário e universal (cf. Conc. Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, 25, 2). Portanto, nas presentes circunstâncias, o Sumo Pontífice, no exercício de seu ministério próprio de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), propôs a mesma doutrina, com uma declaração formal, afirmando explicitamente o que deve ser mantido sempre, em todas as partes e por todos os fiéis, enquanto pertencente ao depósito da fé.”
 
O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao abaixo-assinado Cardeal Prefeito, aprovou a presente Resposta, decidida na reunião ordinária desta Congregação, e ordenou sua publicação.Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 28 de outubro de 1995.+ JOSEPH Cardeal RATZINGER – Prefeito/+ TARCÍSIO BERTONE – Secretário
 
Fonte: Revista “Pergunte e Responderemos”: N. 407/1996, pp. 153-155; e N. 492/2003, p. 266.
 
A Nota da Congregação para a Doutrina da Fé  transcrita cita a Constituição Lumen Gentium nº 25, que reza o seguinte:
 
“A infalibilidade da qual quis o Divino Redentor estivesse sua Igreja dotada ao definir doutrina de fé e Moral, tem a mesma extensão do depósito da Revelação Divina, que deve ser santamente guardado e fielmente exposto. Esta é a infalibilidade de que goza o Romano Pontífice, o Chefe do Colégio dos Bispos, em virtude de seu cargo, quando, com ato definitivo, como Pastor e Mestre Supremo de todos os fiéis que confirma seus irmãos na fé (cf. Lc 22, 32), proclama uma doutrina sobre a fé e os costumes. Esta é a razão por que se diz que suas definições são irreformáveis por si mesmas e não em virtude do consentimento da Igreja, pois são proferidas com a assistência do Espírito Santo a ele prometida na pessoa do Bem-aventurado Pedro. E por isto não precisam da aprovação de ninguém nem admitem apelação a outro tribunal. Pois neste caso o Romano Pontífice não se pronuncia como pessoa particular, mas expõe ou defende a doutrina da fé católica como Mestre supremo da Igreja universal, no qual, de modo especial, reside o carisma da infalibilidade da própria Igreja”.
 
“São estes conceitos que fundamentam o caráter definitório e irrevogável da Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis. Deve-se ainda enfatizar que a posição assumida pela Igreja Católica não implica depreciação da mulher, pois, na verdade, o sacerdócio é uma função de serviço muito mais do que uma honra ou promoção. O único carisma que realmente se deve almejar, é o agape ou o amor cristão (cf. 1Cor 13, 1-13). Na sua Carta Apostólica sobre a Dignidade da Mulher (15/08/1988) o S. Padre lembra que o homem e a mulher são diferentes e complementares entre si, de modo que têm suas funções específicas tanto na sociedade civil como na Igreja; os maiores no Reino dos Céus não são os ministros, mas são os Santos. De resto, observa S. Santidade que à mulher foca um papel de preeminência sobre o homem, que é o de educar o futuro cidadão, talvez chefe e dirigente de projeção na sociedade. Nunca o homem poderá retribuir à mulher que ela assim lhe presta; cf. nº 18.” (D. Estevão Bettencourt)
 
 
Prof. Felipe Aquinowww.cleofas.com.br
 

terça-feira, 8 de julho de 2014

Descaso: Bispo alerta para a banalização da vida humana


Descaso atual com a vida humana é um escândalo, afirma Dom Antônio. “E há cidadãos brasileiros que insistem em dizer que o Brasil melhorou”…
 
Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro

dom antonio
 
 
Descaso!
 
 
O curto e sintético título desse artigo nada tem a ver com a economia de espaço, nem tampouco com a pouca inspiração do autor na hora de escolher um cabeçalho.

O descaso tem a ver com a realidade mais preciosa e mais divina, que está presente no universo: a vida humana. Em todas as suas épocas e em todos os seus sentidos a vida está sendo banalizada e o que é mais terrível, desprezada e descuidada por motivos torpes e inaceitáveis.
 
O descaso com a vida humana atingiu um nível tão alto que, quantificá-lo com porcentagens comparativas para fazer uma avaliação com anos ou décadas anteriores, é barateá-la ainda mais.
 
A desvalorização dada à maternidade, o desprezo pela infância e pela juventude, a ignorância prática sobre a real formação ética, o descuido com a saúde e com o saneamento básico das cidades brasileiras, o grave e crônico problema de moradia para os pobres e desempregados, a violência e o vandalismo urbano, o trânsito insuportável e estressante das metrópoles, a situação dos presídios com superlotação e com uma ociosidade maligna, as condições dos hospitais públicos e dos postos de saúde, restaurantes e bares sem condições de preservação de alimentos e sem fiscalização séria e honesta, a corrupção, os roubos de dinheiro público, acobertados por pessoas e por órgãos fiscalizadores, etc…
 
O descaso atual com a vida humana é verificável, é noticiado, é um escândalo que clama aos céus, e há cidadãos brasileiros que insistem em dizer que o Brasil melhorou, e que nunca antes na sua história se fez tanto pelo povo brasileiro desde que se iniciou no século XXI.
 
A vida humana é um “paciente grave”, com septicemia generalizada, portadora de uma “bactéria resistente” à medicação política e ideológica utilizada até agora.
 
Esse “paciente grave e septicêmico” está sendo vítima do descaso dos poderes públicos e está precisando urgentemente de um remédio barato, acessível, não importado.
 
Essa medicação, preventiva e curativa ao mesmo tempo, é o respeito pela dignidade humana, valor inviolável e o sobrenatural, que é o fundamento jurídico da Constituição Brasileira e de qualquer outra lei existente no país.
 
A vida humana é dom do Deus-Criador, e vale tanto e é tão original, tão rica para a humanidade, que o próprio Deus quis ser humano, quis viver o que Ele criou, quis ter essa vida digna e respeitável.
 
O descaso com a vida humana é fruto de um laicismo doentio, que infeccionou a mente e o coração dos dirigentes do Brasil.
 
Por outro lado, os brasileiros, que têm orgulho do seu país, sabem que ser brasileiro, com tanto orgulho, é ter uma vida digna, saudável, justa, igualitária e solitária, e que usar o argumento de Estado laico para impedir assim o respeito sagrado e religioso pela vida humana em todos os seus momentos, é um enorme desrespeito pelo bom senso e pela fé cristã do povo.
 
Começa-se, após o período da Copa do Mundo de Futebol, a época pré-eleitoral no Brasil. Cargos executivos e legislativos estarão sendo disputados como se fossem partidas de 90 minutos, sem prorrogação, e cada vitória de quem deseja tais responsabilidades políticas espera-se que será considerada um resultado favorável ao povo.
 
O importante não são os milhares ou milhões de votos!
 
O importante é que os vencedores para a Presidência, para o Senado e para a Câmara dos Deputados, para os Governos estaduais, para as Assembléias Legislativas, sejam pessoas éticas, que saibam respeitar, sem demagogia, a vida humana em todas suas idades e situações sociais.
 
O importante é que o futuro Chefe da Nação, do Estado, os futuros senadores e deputados, saibam que o povo brasileiro quer simplesmente ter uma vida com saúde, com educação, também ética e religiosa, e não mais macro-projetos, com macro-orçamentos, com macrogastos, enquanto, crianças, jovens, idosos, famílias inteiras vivem com microcondições humanas.
 
 
O povo brasileiro quer RESPEITO. SÓ ISSO!!
 
 

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Como Maria pode ouvir nossas orações?


Algumas pessoas se perguntam como a Virgem Maria, e também os santos, podem ouvir as nossas orações e a de tantas pessoas, ao mesmo tempo, no mundo todo, e atender a todos simultaneamente. Será que ela é como Deus, onipotente ou onisciente?
 
Não. Nada disso! Nossa Senhora não tem esses atributos divinos, mas ela e os santos estão em comunhão com Deus; então, participam desses dons divinos, mesmo sem tê-los naturalmente. Participam deles pela graça. Como assim? É por meio de Jesus, com quem estão em comunhão plena, que eles ficam sabendo de nossos pedidos, pois para o Senhor nada é impossível.
 
Outra coisa importante é saber que, na eternidade, não há mais o tempo como na vida terrena. Na eternidade, ele não existe. É por isso que o teólogo Karl Ranner disse: “Deus é um instante que não passa”. Para Ele não há passado, presente nem futuro como para nós; para Ele tudo é só presente. O tempo faz existir o passado e o futuro, mas quando ele não existe, há só presente.
 
Como-Maria-pode-ouvir-todas-as-orações
 
Isso significa que, em Deus, Nossa Senhora e os santos não precisam de tempo para atender muitas pessoas que lhes pedem ajuda. Na Terra, se você quiser atender, por exemplo, dez pessoas, com dez minutos para cada uma, vai precisar de cem minutos, mas, na eternidade, isso não é necessário, porque não existe o tempo. Todos são atendidos no mesmo instante, algo que equivale a gastar, na Terra, os cem minutos.
 
Mesmo na Terra o tempo é relativo. Albert Einstein, Prêmio Nobel de Física, mostrou, com a “Teoria da Relatividade”, que o tempo de duração de um fenômeno e também o espaço que ele ocupa dependem da velocidade do objeto observado. Por exemplo: uma régua de 20 cm, parada, se for medida com uma velocidade próxima a da luz (0,99 da velocidade da luz) terá seu tamanho apenas de 18,9 cm, ou seja, ocupará menos espaço. Einstein mostrou também, no “paradoxo dos gêmeos”, que se dois irmão gêmeos partirem para uma viagem ao redor da Terra, um com velocidade normal, e outro com velocidade próxima a da luz (0.99 c), quando ambos voltarem, o gêmeo que viajou com velocidade próxima a da luz, chegará com menos idade que seu irmão; isto é, mais novo.
 
Ora, se o tempo é algo relativo, já nesta vida, na outra será completamente diferente da nossa realidade. Isso explica um pouco como os santos e a Virgem Maria podem atender os pedidos de todos, sem a dificuldade do tempo e do espaço, e sem precisar ter os atributos de Deus. Quem lá chegar verá.
 
 

Felipe Aquino


Prof. Felipe Aquino @pfelipeaquino, é casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Pergunte e Responderemos". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br
 

terça-feira, 1 de julho de 2014

O verdadeiro ecumenismo está em Maria


O melhor caminho para se alcançar a unidade dos cristãos é a devoção à Virgem Maria
 

A separação dos cristãos constitui uma grave ofensa à vontade de Jesus Cristo, pois atenta contra a sua exortação para que todos sejam um e, assim, “o mundo creia” [1]. Ainda mais: trata-se de um verdadeiro escândalo; uma pedra de tropeço que “prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda criatura” [2]. Neste sentido, o chamado “movimento ecumênico”, que visa à união de todos os fiéis no mesmo aprisco de Cristo, presta um grande serviço à difusão da fé. A pertença à Igreja Católica – o Sacramento Universal da Salvação – é o único meio seguro de que se tem notícia para alcançar a graça da paternidade divina, já que, como atestam os santos, não pode ter a Deus por pai quem não tem a Igreja por mãe.

O ecumenismo, por outro lado, pode assumir características bem distintas de seus propósitos genuínos, quando imbuído de um espírito pouco católico. Diga-se com todas as letras: “Não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela” [3].

Contudo, um grande número de ecumenistas tende a pensar de maneira oposta, chegando às raias do absurdo de relativizar os dogmas de nossa fé, mormente quando se referem à Santíssima Virgem Maria. Ora, não há nada mais deplorável do que um filho que esconde a mãe, por medo do que podem pensar os outros. Quanto mais deplorável, portanto, é o católico que, achando fazer grande serviço aos irmãos separados, priva-os da maternidade de Maria, escondendo-a de seus olhos, como se se tratasse de uma mulher mundana. Quão entristecido deve ficar o coração de Jesus diante de almas tão pouco caridosas! Separam a mãe dos filhos, deixando-os à orfandade – ou acaso não foi desejo de Nosso Senhor que, desde o momento da crucificação, o apóstolo tomasse Maria por mãe? [4] Ora, se, à hora da Cruz, em São João estava representada toda a humanidade, Maria é mãe também dos protestantes.

Por isso, no diálogo com os irmãos separados, a maneira mais eficaz de atraí-los à verdadeira Igreja é apresentar-lhes a Mãe do Salvador. Quantas vezes, nos noticiários dos grandes jornais, nos deparamos com histórias comoventes de filhos que, após longos anos de separação, reencontraram suas mães? Essas histórias são verdadeiros testemunhos do quão imprescindível é a presença materna para a reta formação do filho. O próprio Cristo manifestou essa verdade, tendo vivido a maior parte de sua vida terrestre escondido do mundo, a fim de servir à sua Augusta Mãe. A esse respeito, São Luís de Montfort é mais do que taxativo: “Jesus Cristo deu mais glória a Deus submetendo-se a Maria durante trinta anos, do que se tivesse convertido toda a terra pela realização dos mais estupendos milagres” [5]. É que na docilidade da vida escondida, no trabalho do dia a dia, conformando-se à vontade do Pai e servindo à Virgem Santíssima – “era-lhes submisso” –, Jesus já operava a obra de nossa redenção, crescendo em graça e sabedoria [6].

Por isso, Maria não pode constituir um obstáculo à unidade dos cristãos; pelo contrário, a devoção mariana é um verdadeiro remédio, uma vez que “Maria, pela sua participação íntima na história da salvação, reúne e reflete, por assim dizer, os dados máximos da fé” [7]. Ela está intimamente ligada a seu filho, de sorte que os dogmas proclamados pela Igreja a seu respeito nada mais são do que luzes que iluminam ainda mais a beleza de Cristo: as duas naturezas em uma só pessoa. Está certo o Papa Bento XVI quando enfatiza que “é preciso retornar a Maria, se quisermos retornar àquelas verdades sobre Jesus Cristo, sobre a Igreja e sobre o homem” [8].

Ademais, como diz uma fórmula antiga, Maria é a inimiga de todas as heresias. Isso se confirma, sobretudo, por meio do testemunho eloquente do Papa emérito Bento XVI, que, quando cardeal prefeito da Doutrina da Fé, teve de lidar com todo tipo de desvios heréticos. O auxílio da Virgem Santíssima no combate às insídias do demônio tornou-o consciente de que aquela expressão conciliar “não se tratava de exageros de devotos, mas de verdades hoje mais do que nunca válidas” [9].

O Concílio Vaticano II, que foi o que mais deu atenção à questão ecumênica, dedicando um documento inteiro a esse assunto, foi também o Concílio que reafirmou o título de Maria como “advogada, auxiliadora, socorro e medianeira” [10]. Não seria por desejo divino, destarte, que a graça da unidade dos cristãos se operasse por meio da Mãe de Jesus? Essa é a pergunta que o “movimento ecumênico” se deve fazer todas as vezes em que for questionada a oportunidade de se falar de Nossa Senhora no diálogo com os protestantes. Vale a pena repetir: de Maria nunquam satis – de Maria nunca se dirá o suficiente.



Por Equipe Christo Nihil Praeponere



 

Referências

 
  1. Jo 17, 21
  2. Conc. Vat. II, Decreto Unitatis Redintegratio (20 de novembro de 1963), n. 1
  3. Papa Pio XI, Carta encíclica Mortalium Animos, 6 de janeiro de 1928, n. 16
  4. Cf. Jo 19, 27
  5. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. Petrópolis: Vozes, 2012, n. 18
  6. Cf. Lc 2, 51-52
  7. Conc. Vat. II, Declaração Dogm. Lumen Gentium (21 de novembro de 1964), n. 65
  8. RATZINGER; MESSORI, Joseph; Vitorio. A fé em crise? O cardeal Ratzinger se interroga. São Paulo: EPU, 1985, pág. 77
  9. Ibidem
  10. Conc. Vat. II, Declaração Dogm. Lumen Gentium (21 de novembro de 1964), n. 62
  

Em que consiste a devoção dos cinco primeiros sábados do mês em honra à Virgem de Fátima?




Em 1917, Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos de Fátima e, entre promessas e segredos, alguns revelados há pouco tempo, a Virgem prometeu a Lúcia que ela viveria muito tempo, a fim de propagar no mundo a devoção ao Seu Imaculado Coração.