sábado, 30 de novembro de 2013

Liturgia e Homilia ( 1º Domingo do Advento ) 01-12-2013


Primeira Leitura (Is 2,1-5)
 Domingo, 01 de Dezembro de 2013
 1º Domingo do Advento.

A-A+

Leitura do Livro do profeta Isaías:

1Visão de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém.
2Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, 3para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate.
5Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
 
 
 
 
Salmo Responsorial (Sl 121)
 Domingo, 01 de Dezembro de 2013
 1º Domingo do Advento.

A-A+


— Que alegria, quando me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”
— Que alegria, quando me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”

— Que alegria, quando ouvi que me disseram:/ “Vamos à casa do Senhor!”/ E agora nossos pés já se detêm,/ Jerusalém, em tuas portas.
— Para lá sobem as tribos de Israel,/ as tribos do Senhor./ Para louvar, segundo a lei de Israel,/ o nome do Senhor./ A sede da justiça lá está/ e o trono de Davi.
— Rogai que viva em paz Jerusalém,/ e em segurança os que te amam!/ Que a paz habite dentro de teus muros,/ tranquilidade em teus palácios!
— Por amor a meus irmãos e meus amigos,/ peço: “A paz esteja em ti!”/ Pelo amor que tenho à casa do Senhor,/ eu te desejo todo bem!

:: Letra e cifra do Salmo 121
:: Vídeos com cifras dos Salmos




Segunda Leitura (Rm 13,11-14a)
 Domingo, 01 de Dezembro de 2013
 1º Domingo do Advento.

A-A+


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos:

Irmãos: 11Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé.
12A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.
13Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. 14Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.


- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
 
 
 
 
Evangelho (Mt 24,37-44)
 Domingo, 01 de Dezembro de 2013
 1º Domingo do Advento.

A-A+


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.
40Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.
42Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
43Compreendei bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.
44Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.

 
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
 
 
 
 
Homilia (1º Domingo do Advento)
 Domingo, 01 de Dezembro de 2013
 1º Domingo do Advento.

A-A+


 
Ouça a Homilia deste 1º Domingo do Advento - Ano A:
 


Santo do dia! - Santo Elígio - (01 de Dezembro)

Santo Elígio
01 de Dezembro



Santo Elígio nasceu em Limoges no ano de 588, de nobre família galo-romana, exerceu várias profissões e chegou a Bispo.

Elígio (também conhecido pelo nome de Elói) que em Paris tinha trabalhado como aprendiz junto com o superintendente de confecções de moedas reais, empenhou-se tanto e com tamanha honestidade que, com o precioso metal (ouro) que lhe foi fornecido para fazer um trono para o rei Clotário II, ele fez dois tronos, isso valeu-lhe a promoção de diretor da casa da moeda e ourives do rei. Ainda existem muitas moedas assinadas por Elígio e sabe-se que, em determinada altura, também cunhou moedas em Marselha.

No tempo de Dagoberto II, filho e sucessor de Clotário II, Elígio foi um dos conselheiros mais influentes do rei. Diz-se que os enviados dos príncipes estrangeiros se avistavam previamente com ele, antes de serem recebidos oficialmente pelo soberano. Era diplomata hábil e por mais de uma vez conseguiu evitar a guerra. Gozava de tanta confiança junto do rei, que não só se permitia fazer-lhe reparos sobre a indumentária descuidada, mas também sobre a sua vida privada que, como se sabe, deixava ainda mais a desejar.

O tempo que sobrava a este homem da corte, dos seus negócios e orações, de acudir aos pobres, remir cativos ou libertar escravos, empregava-o em honrar com a sua arte as relíquias dos santos. Atribuem-se-lhe os relicários feitos para S. Germano de Paris, S. Piat, S. Severino, S. Martinho, Santa Comba e Santa Genoveva. Diz-se que decorou também com trabalhos de ourivesaria o túmulo de S. Dinis. Além disso, fundou mosteiros, entre os quais um perto de Solignac em Limousin, outro dedicado a S. Martinho de Noyon e ainda outro a seis milhas de Arrás, numa colina que depois se chamou Monte de Santo Elói (Santo Elígio).

Em 639, morto o rei, demitiu-se de todos os cargos, para entrar na vida eclesiástica, tendo sido ordenado sacerdote por Deodato, Bispo de Mans. Foi sagrado Bispo em Ruão, no dia 14 de maio de 641, e ocupou desde então a Sé Episcopal de Noyon. Foi grande organizador, apóstolo cheio de zelo, sabedoria e bondade. A sua atividade irradiou para Flandres, Holanda e até, segundo se conta, para a Suécia e Dinamarca.

Faleceu no ano de 659 com 71 anos de idade.


Santo Elígio, rogai por nós!



 
 

Santo do dia! - Santo André Apóstolo - (30 de Novembro)

Santo André Apóstolo
30 de Novembro

    

Hoje a Igreja está em festa, pois celebramos a vida de um escolhido do Senhor para pertencer ao número dos Apóstolos.

Santo André nasceu em Betsaida, no tempo de Jesus, e de início foi discípulo de João Batista até que aproximou-se do Cordeiro de Deus e com São João, começou a segui-lo, por isso André é reconhecido pela Liturgia como o “protocleto”, ou seja, o primeiro chamado: “Primeiro a escutar o apelo, ao Mestre, Pedro conduzes; possamos ao céu chegar, guiados por tuas luzes!”

Santo André se expressa no Evangelho como “ponte do Salvador”, porque é ele que se colocou entre seu irmão Simão Pedro e Jesus; entre o menino do milagre da multiplicação dos pães e Cristo; e, por fim, entre os gentios (gregos) e Jesus Cristo. Conta-nos a Tradição que depois do Batismo no Espírito Santo em Pentecostes, Santo André teria ido pregar o Evangelho na região dos mares Cáspio e Negro.

Apóstolo da coragem e alegria, Santo André foi fundador das igrejas na Acaia, onde testemunhou Jesus com o seu próprio sangue, já que foi martirizado numa cruz em forma de X, a qual recebeu do santo este elogio: “Salve Santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou!”


Santo André Apóstolo, rogai por nós!



 
 

Mensagem do dia

 
Sábado,  30 de novembro 2013
Perdão e providência estão intimamente ligados
 
  
Perdão e providência estão intimamente ligados. Urge fazer essa experiência e dar a Deus a chance de abrir as válvulas do nosso coração para "derramar" o perdão. Todos nós passamos por situações dolorosas, que nos marcaram muito, por isso, ficamos magoados. São situações que envolvem pessoas, instituições, acontecimentos... Pode ser que até estejamos magoados com Deus.

Quantas vezes perguntamos: "Por que Deus fez isso comigo? Por que Ele me colocou nesta família? Por que levou meu filho? Por que não me deu a graça de ser mãe, de gerar um filho? Por que permitiu essa situação no meu casamento? Por que deixou que meu filho se viciasse em drogas; que minha filha se perdesse? Por que me tirou um ente querido? Por que levou para longe de mim alguém a quem eu tanto amava?” Tantos "por quês"...

São situações que não aceitamos. Não conseguimos entender e, por isso, ficamos magoados com Deus. Talvez até pensemos que o nosso motivo é justo. Mas veja bem: esse "ficar sentido com Deus" é como um coágulo dentro das veias do nosso coração: ele impede a graça de Deus.

Para muitos de nós é difícil perdoar, porque isso implica tocar nas feridas e mexer em situações dolorosas, implica abrir o coração e remexer no "lixão" de nossa vida. Seria mais fácil não tocar em nada disso! Mas, imagine conservar uma lata cheia de lixo um mês dentro da sua casa! Ninguém iria agüentar o mau cheiro.

Jogar fora o lixo significa colocá-lo aos pés da Cruz de Jesus, para que possa ser queimado. O lugar desse lixo não é o seu coração, é o pé da Cruz de Jesus. Não é o seu coração, é o Coração de Jesus.

Esse convite ao perdão não é uma imposição. Você poderia dizer: "Além de tudo que eu já passei, ainda sou obrigado a perdoar?" Não! Deus quer lhe dar a graça de retirar de seu coração tudo que está estragado. Lembre-se: Deus é amor! Somos Sua imagem e semelhança. Por isso, dentro de nós só podem ficar o amor e o que ajuda a amar. Aquilo que é contrário ao amor é tóxico e venenoso.

Somos feitos para o amor!

Por isso, é preciso viver o amor em plenitude. E, para viver bem essa proposta é preciso ter fé e confiança em Deus.

Seu irmão,


Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Doutor em Teologia destaca pontos-chave do novo documento do Papa


Padre Joãozinho scj

Arquivo Pessoal
Padre Joãozinho destaca principais pontos da
Exotação Apostólica Evangelii gaudium


No dia 24 de novembro, o Papa Francisco promulgou sua primeira Exortação Apostólica: Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho) na qual recolhe o fruto das reflexões que marcaram o “Sínodo da Nova Evangelização para a transmissão da fé”, que aconteceu de 7 a 28 de outubro de 2012. Podemos considerar este o primeiro documento oficial do seu Pontificado, já que a Encíclica Lumen Fidei foi escrita em conjunto com Bento XVI. De fato, nesta Exortação Apostólica podemos sentir em cada capítulo as ênfases e o jeito de Francisco.

O texto chama a atenção já a partir do título que anuncia uma evangelização alegre. O Papa tem insistido que se enclausurar no individualismo leva à tristeza. Já o diálogo e a doação de si geram profunda alegria. É claro que não se trata de mera euforia sentimental.

O anúncio do Evangelho, acompanhado do testemunho de pobreza e solidariedade com os pobres, produz no coração do evangelizador uma "alegria teologal", ou seja, fruto do Espírito que habita dentro de cada um de nós.

Evangelizar é mais do que anunciar e convencer; é dialogar e se converter para a fraternidade e a comunhão. Francisco insiste que para isso é necessária uma conversão pastoral e missionária de toda a Igreja, deixando de lado estruturas que já não correspondem à finalidade inicial. Fala atrevidamente até mesmo em "conversão do papado" para aquela finalidade original que Jesus quis lhe dar. Fala de uma "saudável descentralização" valorizando as conferências episcopais de cada país.

Um dos sinais deste Evangelho da alegria é ter "igrejas de portas abertas". O Papa insiste que os que buscam a Deus não podem encontrar igrejas de portas fechadas. De modo quase atrevido Francisco afirma que é preciso ter portas abertas aos sacramentos, que são "remédios para os fracos e não prêmio para os perfeitos".

As consequências de afirmações como esta devem ser encaradas com “prudência e audácia”. A Exortação afirma ainda que as portas abertas da igreja servem para que os cristãos saiam para as ruas e praças para dialogar com quem se afastou.

Francisco aponta algumas tentações dos agentes de pastoral: individualismo, crise de identidade, perda do fervor, pragmatismo administrativo, pessimismo estéril. Critica quem mantém um certo ar de superioridade por “ser fiel a um estilo católico do passado” ou que cultiva de maneira ostentosa a liturgia ou a doutrina se preocupando mais com o prestígio da Igreja do que com as pessoas. Chama isso de igreja corrupta e mundana disfarçada com roupas espirituais ou pastorais. Como vemos, não se trata de apenas mais um documento oficial da Igreja. É o coração e a mente de Francisco que migraram de suas homilias e discursos para um texto do Magistério.

Há muitos outros temas que são afrontados corajosamente na Evangelii Gaudium. Pede que se ultrapasse a “teologia de escritório” para uma teologia inculturada e comprometida com o povo. Diz que a homilia não é uma palestra nem deve ser moralista ou doutrinadora; deve fazer arder os corações. O Papa adverte para a “cultura do descartável” do nosso mundo atual. Recorda que não é possível separar evangelização de promoção humana: “Quero uma Igreja pobre para os pobres”, repete citando diversas categorias de excluídos que merecem especial atenção. O Papa fala ainda da busca insistente pela paz pelo diálogo e superação de todo fundamentalismo.

O último capítulo fala dos “evangelizadores com o Espírito”. Esta força interior nos permite anunciar o Evangelho com audácia em todo tempo e lugar e até mesmo "contra a corrente". No final, invocando Maria como a "Mãe do Evangelho", Francisco afirma que a evangelização da Igreja tem um estilo marcadamente mariano porque cada vez que a contemplamos voltamos a acreditar no potencial "revolucionário da ternura e do carinho".


Padre João Carlos Almeida, mais conhecido como Padre Joãozinho, scj, é sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, os Dehonianos. Doutor em Teologia e em Educação, já escreveu 35 livros com temas que vão de espiritualidade à teologia e formação de lideranças. Compositor inspirado, padre Joãozinho já produziu mais de 30 CDs. Atualmente, reside em Taubaté-SP e é professor na Faculdade Dehoniana.


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A verdadeira reforma de Francisco


O Papa Francisco é um servidor da Palavra e, como tal, preservará a doutrina de dois mil anos da Igreja
 

Encerrou-se, no último domingo, o Ano da Fé, convocado pelo Papa Bento XVI como "convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo"01. A solene celebração que teve lugar na Praça de São Pedro, em Roma, festejava Cristo, Rei do Universo. Mas, podia-se dizer que comemorava, ao mesmo tempo, a fidelidade de toda a Igreja ao ministério petrino – cuja força e autoridade derivam, por óbvio, do reinado supremo de nosso Senhor Jesus Cristo. Foi este sentimento que tomou conta dos fiéis do mundo inteiro diante da exposição das relíquias de São Pedro à veneração pública.

Uma escavação ordenada pelo Papa Pio XII identificou, no ano de 1939, uma parede funerária com a inscrição grega "Petrus eni – Pedro está aqui". Embora nenhum Pontífice tenha declarado de modo definitivo que se tratasse dos ossos do bem-aventurado apóstolo Pedro, o Papa Paulo VI afirmou que os fragmentos encontrados sob a Basílica de São Pedro foram "identificados de uma maneira que consideramos convincente"02. Agora, pela primeira vez em séculos, o Papa Francisco trouxe à vista este precioso tesouro dos tempos apostólicos: as relíquias do primeiro Papa.

Trata-se de uma ocasião extraordinária para clamar, com o hino oficial do Ano da Fé: "Credo, Domine, audage nobis fidem – Creio, Senhor, aumentai a minha fé". Os ossos de São Pedro não são meras quinquilharias, nem sequer "ídolos" para desviar a adoração devida somente a Deus; ao contrário, renovam a certeza da fé católica e transmitem o fulgor entusiasmante deste edifício que é a Igreja, convidando as pessoas a voltarem-se à beleza "tão antiga e tão nova" exaltada por Santo Agostinho.

Às vésperas do Concílio Vaticano II, o beato João XXIII falava justamente do frescor de uma Igreja "sempre viva", que "sente o ritmo do tempo e que, em cada século, se orna de um novo esplendor, irradia novas luzes, realiza novas conquistas, permanecendo, contudo, sempre idêntica a si mesma, fiel à imagem divina impressa em sua face pelo esposo que a ama e protege, Jesus Cristo"03.

Ao fim do Ano da Fé, parece ser esta a mesma mensagem que o Papa Francisco quer passar a toda a Igreja. Na exortação apostólica Evangelii Gaudium, publicada no último domingo, Sua Santidade pede "exprimir as verdades de sempre numa linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade", afinal, "uma coisa é a substância [do ‘depósito da fé’] (...) e outra é a formulação que a reveste"04.

O Papa fala da "permanente novidade" das "verdades de sempre", isto é, a verdade do Evangelho que traz, em si mesma, um impulso de atualidade. Não é preciso, para tornar a mensagem de Cristo mais atrativa, fazer modificações e adaptações tais que acabem por desfigurar a beleza da boa notícia.

Durante uma de suas homilias matutinas, recentemente, Sua Santidade advertiu para isto: o perigo do que chamou "espírito do progressismo adolescente", que "crê que andar adiante em qualquer escolha é melhor que permanecer nos hábitos da fidelidade". "Essas pessoas negociam a fidelidade ao seu Senhor", disse. "Essa gente, movida pelo espírito do mundo, negociou a própria identidade, negociou a pertença a um povo, um povo que Deus ama tanto, que Deus quer como seu povo"05.

A este "progressismo" mundano o Papa contrapõe a fidelidade às "verdades de sempre". Um olhar honesto ao novo documento pontifício permite identificar a autêntica personalidade do Santo Padre. Ao contrário do "sequestro" que os meios de comunicação fazem com as palavras de Francisco, usando-as para sustentar posicionamentos midiáticos claramente políticos e ideológicos, o Papa deve ser analisado pelas fontes que usa e por aquilo que verdadeiramente fala.

A exortação Evangelii Gaudium traz consigo inúmeras referências aos magistérios de Bento XVI, João Paulo II, Paulo VI, João XXIII; reafirma a oposição da Igreja ao aborto - "um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento" (n. 213); recorda que "o sacerdócio reservado aos varões, como sinal de Cristo Esposo que Se entrega na Eucaristia, é uma questão que não se põe em discussão" (n. 104); e traz muitos outros ensinamentos, que mostram que este pontificado é mais um signo de continuidade.

Ao texto papal segue-se o desespero dos anticlericais: eles esperavam de Francisco uma "reforma" como a de Lutero, que acabou mais por desfigurar a Cristandade que por configurá-la a Cristo de fato. Os jornalistas e informantes da grande mídia ainda não aprenderam que as verdadeiras reformas - que renovam mesmo a Igreja - partem de dentro, da ação do Espírito Santo que anima e vivifica todo o Corpo Místico de Cristo; e não do espírito mundano, de cuja adesão só pode vir a desordem e a anarquia. Ainda assim, ao invés de rasgar as vestes, muitos no mass media preferirão explorar covardemente a figura do Papa a transmitir a seus leitores e espectadores a verdade de que o Papa é um servidor da Palavra e, como tal, preservará a doutrina de dois mil anos da Igreja.

A apresentação pública das relíquias de São Pedro é um fato emblemático: aponta ao que Francisco, assim como seus predecessores, está a fazer com o Papado e com a Igreja: conduzi-los constantemente ao "fundamento dos apóstolos" (Ef 2, 20), fora do qual não há, e nem pode haver, autêntico cristianismo.



Por Equipe Christo Nihil Praeponere

 

Referências

 
  1. Carta Apostólica Porta Fidei, 11 de outubro de 2011, Papa Bento XVI
  2. Udienza Generale, 26 giugno 1968, Papa Paolo VI
  3. Constituição Apostólica Humanae Salutis, 25 de dezembro de 1961, Papa João XXIII
  4. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, 24 de novembro de 2013, Papa Francisco
  5. Il Papa: Dio ci salvi dallo spirito mondano che negozia tutto e dal pensiero único


Formações - A reforma da Igreja

 

Imagem de Destaque

A reforma da Igreja

Algo que vai muito além da mera atualização de suas estruturas
A+A-
 
"Diante das últimas declarações de Papa Francisco, que deixaram alarmados os católicos de sólida formação, não cínicos antipapas de ontem nem fanáticos papistas de hoje, pensamos ser útil dar umas poucas ideias. É muito difícil emitir um juízo sobre as intenções do Papa. Pelo tamanho das 'derrapadas doutrinais', parece-nos que se trata mais de pouca inteligência misturada com a típica loquacidade 'achista' episcopal latino-americana, potencializada pelo próprio idealismo pauperista e espiritualista tão agradável à opinião pública, e certo surto de populismo ansioso, desejoso de aparecer e ganhar espaço nas manchetes".

O desairoso comentário não foi emitido por ateus anticlericais, mas por dois padres católicos, que não hesitaram em publicar seu artigo e assinar seus nomes num site religioso. É provável que o tenham feito por não concordarem com os propósitos renovadores do Papa Francisco, expressos em inúmeros gestos considerados contestatórios, de acordo, aliás, com sua convicção mais vezes repetida: «Estou decidido a cumprir com o mandato que me foi confiado. Tenho a humildade e a ambição de querer fazê-lo».

As críticas dos padres demonstram que, para acolher a novidade trazida pelo Evangelho, não apenas os leigos, mas também suas lideranças precisam da sabedoria do coração, que só vinga em pessoas que colocam o bem da Igreja e da humanidade acima de seus interesses e traumas. Foi o que advertiu o próprio Jesus: «É inútil colocar vinho novo em barris velhos: os barris se arrebentam, o vinho se derrama e os vasilhames se perdem. Vinho novo se põe em barris novos, pois ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo. Para ele, o velho é melhor» (Lc 5,37-39). A grande tentação do cristão é tentar conciliar o “novo” do Evangelho com esquemas mentais mundanos. Quando isso acontece, ele prefere ficar com o vinho velho, pois o novo exige um desapego heroico das falsas seguranças construídas ao longo dos anos e uma fé inquebrantável no projeto de Deus.

O que o Papa Francisco entende por reforma da Igreja pode ser avaliado a partir da homilia que proferiu na Casa Santa Marta, no dia 7 de outubro: «O Evangelho nos fala de um homem semimorto, estendido na estrada. Um sacerdote percorre o mesmo caminho – um sacerdote digno, com barrete e tudo! Olha e pensa: “Não posso parar. Vou chegar tarde à Missa”. E foi embora. Não ouviu a voz de Deus. Em seguida, passa um levita, que, talvez, raciocina consigo mesmo: “Se eu toco neste homem, que pode estar morto, amanhã serei chamado pelo juiz para testemunhar”. E foi embora. Ele também fugiu da voz de Deus. Somente um pecador, um samaritano, alguém distante de Deus, foi capaz de cuidar daquele homem e levá-lo a um albergue. Perdeu a noite toda atrás do ferido. O sacerdote chegou a tempo para a Missa, e todos os fiéis ficaram contentes. O levita teve um dia tranquilo, de acordo com o que tinha pensado, sem aquela maçada de se envolver com a justiça».

A reforma da Igreja vai muito além da mera atualização de suas estruturas. Ela se concretiza numa fé e numa espiritualidade que demonstram o amor de Deus pela humanidade. Por isso, uma Igreja que atrai, motiva e converte pela compreensão e benevolência de seus pastores, jamais pela imposição e prepotência. É o que lembrou o Cardeal João Braz de Aviz, em entrevista a uma revista brasileira, no mês de setembro: «Precisamos de uma Igreja próxima do povo, formada não de classes, mas de irmãos. Os conceitos de autoridade e de obediência devem mudar e se adaptar: não o valor da obediência e da autoridade em si, mas a maneira de entendê-las e exercê-las. Há muito autoritarismo na Igreja, que é pura dominação. Autoridade não é colocar uma pessoa acima da outra. Autoridade é de irmãos que têm missões diferentes: quem manda e quem obedece estão no mesmo nível».

Por fim, para ser duradoura e eficaz, a reforma da Igreja exige que seus filhos saibam viver a espiritualidade na normalidade da vida. «A graça supõe a natureza», diziam os antigos escolásticos. É a conclusão a que chega também Dom João: «Não podemos passar um verniz de misticismo e de espiritualidade sobre a imaturidade humana. Se não conseguirmos desenvolver os valores humanos, será muito difícil integrar e vivenciar a fé».




Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)
E-mail para contato: redovinorizzardo@gmail.com

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Quais músicas devem ser cantadas no Advento


Liturgia

"Advento é um tempo muito especial, aliás um tempo querido pelo monsenhor Jonas, porque fala da vinda de Jesus," afirma diácono Nelsinho Corrêa.

Nele omite-se o Glória (hino de louvor), que volta a ser cantado na noite de Natal. Nesse período, usa-se paramentos na cor roxa (estola, casula, toalhas do altar), de forma a criar a expectativa da vinda do Senhor.

:: Repertório de músicas para o Advento



A palavra "Advento" quer dizer "preparação". Razão pela qual todas as músicas desse tempo devem ter essa dinâmica, para o Deus que vem a nós por intermédio dos sacramentos e dos irmãos. O Senhor vem até nós na pessoa necessitada de auxílio, de um abraço, de atenção, de um prato de comida, de emprego, de ajuda financeira, espiritual, emocional... Orantes e vigilantes, devemos estar atentos a tudo isso para acolhermos Cristo no próximo.

Em entrevista ao cancaonova.com o missionário e músico Nelsinho Corrêa aconselha os músicos a cantarem "Vigia Esperando a Aurora" nesse tempo litúrgico. "É uma música que pode ser cantada em todas as Santas Missas dessa ocasião. Músicas nessa linha vão 'cair muito bem' nesse tempo de vigilância. Tempo de estarmos preparados para o Senhor que vem. E vem, muitas vezes, de maneira inesperada. Por isso devemos estar atentos, senão Ele passa e nós não percebemos, pois nem sempre é fácil conhecer Jesus em uma pessoa deformada pelo pecado, pelo temperamento difícil e pelo erro”, ensina o consagrado.



Cifra e Partitura da música "Senhor, que viestes ao mundo"


Leia mais:
:: Como viver o Tempo do Advento?
:: Advento, tempo de espera

Adorar a Deus até o fim, apesar das perseguições, pede Papa


Missa na Casa Santa Marta

Da Redação, com Rádio Vaticano
Adorar a Deus até o fim, apesar das perseguições, pede Papa
 
 
Há “poderes mundanos” que gostariam que a religião fosse “uma coisa privada”. Mas Deus, que venceu o mundo, é adorado até o fim com confiança e fidelidade.  Este é o pensamento oferecido pelo Papa Francisco durante homilia da Missa celebrada na Casa Santa Marta nesta quinta-feira, 28. Segundo ele, os cristãos que hoje são perseguidos são o sinal da prova da vitória final de Cristo.
 
Papa Francisco alertou para o perigo da “tentação universal”, presente na luta final entre Deus e o Mal, proposta na liturgia deste fim de ano. Trata-se de ceder às ilusões de quem gostaria de vencer Deus, levando a melhor sobre quem crê Nele.
 
No entanto, o Pontífice explicou que quem crê tem a história de Jesus como uma referência clara para a qual olhar. Jesus suportou insultos e calúnias em sua vida pública até o martírio na Cruz, mas no fim a Ressurreição do Príncipe da paz venceu o príncipe do mundo.
 
 
Leia também
: Papa fala dos caminhos de preparação para o fim dos tempos


O Santo Padre indica estas passagens da vida de Cristo porque na reviravolta final do mundo, descrita no Evangelho, o que se coloca em jogo é maior que o drama representado pelas calamidades naturais.
 
“Quando Jesus fala desta calamidade em um outro trecho, nos diz que será uma profanação do templo, uma profanação da fé, do povo: será a abominação, a desolação da abominação. O que aquilo significa? Será como o triunfo do príncipe deste mundo: a derrota de Deus. Parece que naquele momento final de calamidade, que se imporá neste mundo, ele será o patrão do mundo”.
 
A prova final, então, é a profanação da fé, o que se nota na Primeira Leitura, quando o profeta Daniel é jogado aos leões por ter adorado Deus e não o rei. “Os símbolos religiosos são removidos. Deve-se obedecer às ordens que vêm dos poderes mundanos. Pode-se fazer tantas coisas, coisas bonitas, mas não adorar Deus”.
 
Segundo o Papa, este é o centro do fim. E quando se chega à plenitude desta atitude pagã, aí sim será visto o Filho do Homem com grande poder e glória. “Os cristãos que sofrem tempos de perseguição, tempos de proibição de adoração são uma profecia daquilo que vai acontecer a todos”.
 
Concluindo a homilia, Francisco lembrou que quando o tempo dos pagãos for cumprido, este será o momento de levantar a cabeça, porque estará próxima a vitória de Jesus Cristo. No entanto, não é preciso ter medo, porque Deus só pede fidelidade e paciência.
 
“Esta semana nos fará bem pensar nesta apostasia geral, que se chama proibição de adoração e perguntar-nos: ‘eu adoro o Senhor? Eu adoro Jesus Cristo, o Senhor? Ou, um pouco meio a meio, faço o jogo do príncipe deste mundo?’. Adorar até o fim, com confiança e fidelidade: esta é a graça que devemos pedir esta semana”.
 

Santo do dia! - São Tiago da Marca - (28 de Novembro)

São Tiago da Marca
28 de Novembro



    O santo de hoje morreu dizendo “Jesus, Maria, bendita Paixão de Jesus”, isto porque sua vida toda foi dedicada para a causa do Evangelho. Tiago da Marca nasceu no ano 1391 numa aldeia da Marca de Ancona, Itália. Recebeu no Batismo o nome de Domingos. Tendo morrido seu pai e sua mãe, ficou aos cuidados de um homem rico que o encaminhou para trabalhos administrativos. Desta forma, São Tiago conheceu a iniquidade do mundo, tomando a decisão de se retirar para um convento.

Quando despertou para a vocação à vida Consagrada, São Tiago pensou em entrar para os Cartuxos, mas ao viajar para Babiena, na Toscana, ficou tão edificado com os diálogos que travou com os franciscanos, que resolveu entrar para a Família de São Francisco de Assis. Recebeu o hábito, tomando o nome de Tiago, no Convento de Nossa Senhora dos Anjos, perto de Assis, onde, pouco tempo depois, fez profissão.

Dormia apenas três horas por noite; e passava o restante da noite na meditação das coisas celestes. Nunca comia carne, jejuava inviolavelmente as sete quaresmas de S. Francisco. Todos os dias se disciplinava com rigor. A única pena que sentia era não poder dedicar-se à pregação, único emprego que desejava na sua Ordem. Para conseguir o que tanto desejava, foi a Nossa Senhora do Loreto, celebrou a Santa Missa e, depois da consagração, a Santíssima Virgem apareceu-lhe a dizer que a sua oração tinha sido ouvida.

Começou a pregar com tanto fervor que nunca subia ao púlpito sem tocar os corações mais endurecidos, fazendo muitas conversões miraculosas. Foi associado a São João Capistrano para pregar a Cruzada contra os turcos que, tendo-se apoderado de Constantinopla, enchiam de terror toda a cristandade. Foi tal o seu zelo por esta ocasião que se lhe pode atribuir em grande parte o sucesso desta gloriosa empreitada.

Como sacerdote dedicou-se nas pregações populares onde, de modo simples, vivo e eficaz, evangelizava e espalhava a Sã Doutrina Católica em diversas regiões da Europa. São Tiago anunciava, mas também denunciava toda opressão social, pois os negociantes e mercadores tiranizavam o povo com empréstimos de juros sem fim, por causa disso o santo fundou os bancos populares que emprestavam com juros mínimos. Por fim, São Tiago se instalou em Nápoles onde teve a revelação que aí terminaria seus dias, como de fato aconteceu a 28 de novembro de 1476, isto depois de ser atingido por uma doença mortal. Foi canonizado em 1726 pelo Papa Bento XIII.


São Tiago da Marca, rogai por nós!



 
 

Mensagem do dia

 
Quinta-Feira, 28 de novembro 2013
Ser amigo é o segredo da vida
 
  
"Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel; o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade da sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor achará esse amigo. Quem teme ao Senhor terá uma excelente amizade, pois seu amigo lhe será semelhante" (Eclesiástico 6, 14-17).

Amigo não é apenas um conhecido, um colega, um companheiro... Não. Amigo é amigo. Se eu quisesse definir amizade teria de encontrar as palavras certas e o conceito exato, porque amigo não é uma coisa qualquer. É por isso que a Palavra de Deus nos diz que quem encontrou um amigo encontrou um tesouro.

Um amigo pode nos transformar. E por que nos transforma? Porque antes de tudo o amigo nos ama como somos. O amigo consegue nos corrigir e, muitas vezes, só ele é capaz de alcançar esse feito. O que o pai e a mãe, muitas vezes, não conseguem, um amigo pode conseguir. Ele atinge o coração. Ele e, muitas vezes, só ele tem linha direta com o nosso coração. Ele chega lá, naquele lugar aonde ninguém consegue chegar. E por que ele consegue chegar lá? Repito: porque o amigo nos ama do jeito que somos. É por isso que ele consegue nos transformar.

O amigo é capaz de dizer as coisas como elas são, ele consegue nos dizer as verdades que não quereríamos ouvir, mas como o amigo é amigo, acabamos ouvindo. Muitas vezes nós nos chateamos com ele por essa razão, nos afastamos dele e ficamos sem nos comunicar com ele... Mas passam as horas, os dias e a gente volta atrás e entende, acolhe, se dobra... e tudo muda.

Às vezes a gente briga, se revolta... mas porque amigo é amigo, a gente não consegue ficar longe. A amizade é mais forte que a briga e a revolta. E que bom que é assim! Muitas vezes só a amizade é capaz de nos dobrar. Por isso, ter amigos é essencial.

Ser amigo é o segredo da vida e da vitória. E por que tudo isso? Porque na amizade há amor. Amor puro. Amor desinteressado. Por isso "quem o achou descobriu um tesouro".


Seu irmão,
 
 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ainda vale a pena ler "A Imitação de Cristo"?





O livro "A Imitação de Cristo" foi um dos mais traduzidos no mundo. Alguns dizem que entre os livros religiosos, depois da Bíblia, ele foi o mais traduzido. Escrito antes da invenção da imprensa, é de surpreender que milhares de cópias estavam espalhadas pelas bibliotecas da Europa.

Papa explica a perspectiva cristã da morte


Catequese

Jéssica Marçal
Da Redação
Papa explica a perspectiva cristã da morte
Em manhã fria no Vaticano, Papa falou aos fiéis sobre ressurreição da carne, explicando a perspectiva cristã da morte / Foto: reprodução CTV
 
 
A ressurreição da carne foi o tema da catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 27. O Santo Padre desmistificou a visão que se tem da morte, que muitas vezes causa medo, para falar da perspectiva cristã dessa passagem e da preparação para morrer em Cristo.
 
Em breve, íntegra da catequese
 
Sobre a temática, o Papa elencou dois aspectos: morrer e ressurgir em Cristo. Concentrando-se no primeiro, ele explicou que há um modo enganado de ver a morte, especialmente quando ela atinge as pessoas próximas ao homem. Trata-se, neste caso, de encarar a morte como o fim de tudo, de forma que ela se torna uma ameaça.
 
Esta concepção de morte, segundo explicou, é típica do pensamento ateu, que interpreta a existência como um encontrar-se casualmente no mundo, caminhando para o nada. O Papa lembrou que há também o ateísmo prático, que vive somente para os próprios interesses e para as coisas terrenas. “Se nos deixamos levar por essa visão enganada da morte, não temos outra escolha que não ocultar a morte, negá-la ou banalizá-la para que não nos cause medo”.
 
Falando da visão cristã da morte, Francisco destacou que, mesmo nos momentos de dor pela perda de alguém, sai do coração a convicção de que não pode estar tudo terminado. “Há um instinto dentro de nós que nos diz que a nossa vida não termina com a morte”.
 
O Santo Padre explicou que esta sede de vida encontra a sua resposta real na ressurreição de Cristo. Dessa forma, uma vida unida a Cristo torna o homem capaz de enfrentar a morte com serenidade e esperança.
 
Outro ponto ressaltado pelo Pontífice foi que a vida neste mundo foi feita como preparação para a outra vida, com o Pai Celeste. O caminho, então, é estar próximo a Jesus, o que é feito com a oração, com os sacramentos e também na prática da caridade.
 
“Quem pratica a misericórdia não teme a morte. (…) Se abrirmos a porta da nossa vida e do nosso coração aos irmãos menores, a nossa morte se tornará uma porta que nos levará ao céu”.
 
Com o tema desta catequese e da próxima, o Santo Padre encerra o ciclo de catequeses sobre o Credo, realizadas ao longo do Ano da Fé, encerrado no último domingo, 24.
 
 
Leia mais
: Papa encontra-se com meninas afetadas pela síndrome de Rett

Sacrifício, o real significado do Matrimônio


Quem se une em matrimônio deve amar o outro “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela”.
 
Sacrifício, o verdadeiro significado do Matrimônio

O motivo de muitos casamentos não "funcionarem", por assim dizer, reside na esperança que os esposos não poucas vezes depositam no lugar errado. Muitas pessoas têm se unido com a finalidade de satisfazer a si mesmas. Assim, quando surgem as primeiras dificuldades, os primeiros desarranjos, o casal entra em crise e quer se separar. Trata-se, sem dúvida, de um problema de fé. A pessoa crê firmemente que se casou para "ser feliz". Assim, se o seu cônjuge não passa de um obstáculo no caminho rumo a esta "felicidade egoísta", nada resta senão descartar de modo definitivo esta pessoa – como se descarta um objeto mesmo.

Neste conflito, sequer os filhos constituem um empecilho para que os pais se divorciem. Afinal, se o que importa é a felicidade deles, o importante são eles, nada mais. Não é que os pais que se divorciam não se preocupem com seus filhos. É que eles estão muito preocupados consigo mesmos para pensar em outra coisa que não seja... eles mesmos.

O verdadeiro amor é totalmente o contrário deste anseio desordenado de autossatisfação. Ensina São Josemaría Escrivá:

"Às vezes, fala-se do amor como se fosse um impulso para a satisfação própria, ou um simples recurso para completarmos em moldes egoístas a nossa personalidade. E não é assim: amor verdadeiro é sair de si mesmo, entregar-se. O amor traz consigo a alegria, mas é uma alegria com as raízes em forma de cruz. Enquanto estivermos na terra e não tivermos chegado à plenitude da vida futura, não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício, da dor. Uma dor que se saboreia, que é amável, que é fonte de íntima alegria, mas que é dor real, porque supõe vencer o egoísmo e tomar o amor como regra de todas e cada uma de nossas ações."01

Uma das passagens divinamente inspiradas mais belas é aquela em que São Paulo compara o vínculo conjugal ao amor de Cristo pela Igreja. "As mulheres sejam submissas a seus maridos, como ao Senhor, pois o marido é o chefe da Igreja, seu corpo, da qual ele é o salvador" (Ef 5, 22-23), diz o Apóstolo. "Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela" (5, 25).

"Como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela". E como Cristo amou a Igreja? "Tendo amado os seus que estavam no mundo", diz São João, "amou-os até o fim" (Jo 13, 1): não só até o fim de sua vida, mas "até o cume de toda a possibilidade de amor (...), até à extrema exigência imposta pelo amor"02. No altar do Calvário, consuma-se o sacrifício de uma vida inteira doada por amor: a entrega de Jesus pelos Seus, pela Igreja. É, sem dúvida, um amor alegre, mas revela-se "em forma de cruz".

No altar do leito conjugal e da convivência diária, do mesmo modo, consuma-se outro sacrifício de amor: a entrega matrimonial. Esta também é uma bela oferta, que "traz consigo a alegria", mas, sem dúvida, não é fácil de ser feita. Assim como foi difícil para Jesus encarar o sofrimento da Cruz, nesta vida, os filhos de Deus que se unem em matrimônio também são chamados a entrar no Getsêmani. No horto das Oliveiras, há quase dois mil anos, Jesus "entrou em agonia (...) e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra" (Lc 22, 44). No vale de lágrimas que é o mundo, hoje, os casais são chamados a doar as suas vidas, renunciando a si mesmos em prol do outro e dos seus filhos.

O matrimônio não foi feito para que um indivíduo se faça feliz. Ele foi concebido para que o homem e a mulher, fazendo-se instrumentos do amor divino, daquele amor com que Cristo amou a Sua Igreja, façam-se felizes, um ao outro. O casamento cristão não foi instituído para o egoísmo, mas para a formação da família, pela qual os pais devem se gastar, dia após dia, como Jesus se gastou pelos Seus.

Que os casais não percam de mente estas palavras, que devem moldar a verdadeira paternidade: "Não pode haver amor verdadeiro sem a experiência do sacrifício".


Por Equipe Christo Nihil Praeponere

 

Referências

 
  1. É Cristo que passa, n. 43
  2. Aos Sacerdotes, filhos prediletos de Nossa Senhora. Movimento Sacerdotal Mariano. 25ª ed. brasileira. p. 774.


Santo do dia! - Santa Catarina Labouré - (27 de Novembro)

Santa Catarina Labouré
27 de Novembro



    Celebramos neste dia o testemunho de vida cristã e mariana daquela que foi privilegiada com a aparição de Nossa Senhora, a qual deu origem ao título de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa.

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.

Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.

Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:

“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.

Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.

Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.

Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.

Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.

Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.

Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.

Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.

Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.


Santa Catarina Labouré, rogai por nós!



 
 

Mensagem do dia

 
Quarta-Feira, 27 de novembro 2013
Caridade: a mistura do amor divino com o humano
 
  
Há amor em você! Esse amor se chama caridade. O inimigo estraga tudo e acaba caricaturando o que há de mais lindo. Isso foi uma profanação que ele fez.

Hoje, caridade significa dar esmola, doar algumas coisas, muitas vezes, sem compromisso; tanto assim que se diz por aí: “Eu não quero saber de caridade; se você quiser me dar alguma coisa, me dê, mas não quero saber de caridade”. Muitos pobres dizem isso. Por quê? Porque a palavra “caridade” se tornou uma caricatura. Mas caridade vem de cáritas e esta vem de caris. Caris deu a palavra carisma.

A verdadeira caridade é a união do amor divino com o amor humano. Deus lhe deu amor. No começo da criação, o amor era puro, como a nascente de água que sai da serra. O seu amor era amor de Deus. Depois, veio o pecado original e envenenou a fonte, o amor se misturou com sensualidade, com sexualidade, egoísmo, ganância e cobiça.

Quando veio no poder do Espírito Santo, Jesus deu a esse amor o nome de caridade. É um dom, um presente. É o próprio Espírito Santo amando e misturando em você o amor divino com o amor humano. Isso é caridade!

O Senhor quer nos batizar nesse amor para que, daqui para a frente, a nossa sensibilidade tire de dentro de nós o amor verdadeiro e o coloque para fora, um amor que é doação, serviço e entrega. Amor que, muitas vezes, é sacrifício, doação, é esquecer-se de si, perder por causa dos outros. Amor que, muitas vezes, é perdão, desculpa, suporte, doação.

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova


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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vaticano apresenta primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco


Evangelii gaudium

Jéssica Marçal
Da Redação
Vaticano apresenta primeira Exortação Apóstolica de Francisco
Evangelii gaudium é primeira Exortação Apostólica do Papa Francisco / Foto: Arquivo-Rádio Vaticano
 
 
Evangelii gaudium – a alegria do Evangelho. A primeira Exortação Apostólica do pontificado de Papa Francisco foi apresentada em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 26, no Vaticano. O documento fala sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual.
 
“Com Jesus Cristo, renasce, sem cessar, a alegria. Quero, com esta Exortação, dirigir-me aos fiéis cristãos, a fim de convidá-los para uma nova etapa evangelizadora, marcada por esta alegria, e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos”, escreve o Pontífice logo no início da Exortação.
 
Segundo o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, presente na coletiva, a Exortação pode ser resumida como um documento escrito à luz da alegria para redescobrir a fonte da evangelização no mundo contemporâneo.
 
“Papa Francisco infunde coragem e provoca um olhar adiante, apesar do momento de crise, fazendo, uma vez mais, da cruz e da Ressurreição de Cristo a ‘bandeira da vitória’”, disse Dom Rino.
 
O arcebispo explicou ainda que, prolongando o ensinamento da Evangelii nuntiandi, do Papa Paulo VI, Francisco coloca, no centro, a pessoa de Jesus Cristo, primeiro evangelizador que, hoje, chama cada um a participar da Sua obra de salvação.
 
O novo documento do Papa traz, entre outros, a contribuição dos trabalhos do Sínodo realizado no Vaticano, no ano passado, com o tema “A nova evangelização para a transmissão da fé”.
 
Com 288 páginas, a Exortação Apostólica está dividida em cinco capítulos: a transformação missionária da Igreja, na crise do compromisso comunitário, o anúncio do Evangelho, a dimensão social da evangelização e evangelizadores com espírito.
 
Um dos convites feitos pelo Papa, na Exortação, é para que todo cristão renove o seu encontro pessoal com Cristo ou, então, que se deixe encontrar por Ele, buscando-O sem cessar. “Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada”.
 

Não existe “reencarnação” depois da morte


Ao invés de sair à procura de um consolo aparente, os católicos devem estudar mais a sua fé. Só ela oferece um fundamento sólido de esperança.
 

A celebração dos fiéis defuntos, ao começo deste mês, trouxe aos cristãos uma verdade importante: "memento mori – lembra-te que vais morrer". Quando o homem nasce, ninguém pode dizer com certeza o que ele virá a ser: se será rico ou pobre, se seguirá uma ou outra carreira, sequer a duração de sua vida pode ser determinada. Uma coisa, no entanto, é certa para todas as pessoas: um dia, inevitavelmente, morrerão. Não há homem, por mais rico e poderoso, que possa se livrar de sua morte. "Ninguém se livra de sua morte por dinheiro, nem a Deus pode pagar o seu resgate", canta o salmista. "A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem (...) garantir-lhe uma existência imortal" (Sl 48, 8-10).

Por este motivo, a Igreja não pode permanecer calada diante deste que é, segundo a constituição Gaudium et Spes, do Concílio Vaticano II, o ponto mais alto do enigma da condição humana. "Não é só a dor e a progressiva dissolução do corpo que atormentam o homem, mas também, e ainda mais, o temor de que tudo acabe para sempre"01, escreveram os padres conciliares.

Diante deste temor, os homens podem caminhar para a estrada ilusória do materialismo, chegando à tenacidade de negar não só a existência da alma e das realidades eternas, mas o próprio sentido da vida humana. Afinal, se é só para esta vida repleta de sofrimentos e injustiças que o homem nasceu, então, definitivamente, toda a existência não passa de uma grande piada – e de muito mau gosto.

Outra atitude de fuga diante da morte consiste em lançar mão de supostas "revelações" de espíritos que, no fim das contas, não passam de um embuste para enganar as pessoas e fazê-las recuar ao trabalho difícil de buscar a salvação. Geralmente, é o drama da perda de um ente querido que se transforma em ocasião para o indivíduo se aventurar em um terreno perigoso e contaminador.

Em resposta ao espiritismo e à crença recorrente da reencarnação, a Sagrada Escritura é bem clara: "Está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo" (Hb 9, 27). E o Catecismo da Igreja Católica confirma: "Quando tiver terminado o único curso de nossa vida terrestre, não voltaremos mais a outras vidas terrestres. (...) Não existe 'reencarnação' depois da morte" (§ 1013).

Ao invés de sair à procura de um consolo apenas aparente – esperando que um familiar emita supostas "mensagens do além" ou que "se reencarne" no corpo de outro ser humano –, os católicos devem estudar melhor a sua fé e, alegrando-se por terem recebido a verdade de Jesus e de Sua Igreja, perceber que ela oferece um fundamento sólido de esperança. Ao fim desta existência terrena, espera pelo cristão uma outra muito mais elevada e nobre do que esta. Com a morte, ele se reunirá diante "da montanha de Sião, da cidade do Deus vivo, da Jerusalém celestial, das miríades de anjos, da assembleia festiva dos primeiros inscritos no livro dos céus, e de Deus, juiz universal, e das almas dos justos que chegaram à perfeição, enfim, de Jesus, o mediador da Nova Aliança, e do sangue da aspersão, que fala com mais eloquência que o sangue de Abel" (Hb 12, 22-24).

Como deveria exultar a alma cristã ao ler estas palavras da Carta aos Hebreus! Ao fim de uma vida servindo quotidiana e persistentemente a Deus, espera-a uma eternidade não só ao lado daqueles familiares e amigos que morreram na fé, mas ao lado do próprio Senhor, de Sua Mãe Santíssima e de todos os santos e anjos do Céu! Quanta confiança não deveria brotar no coração humano, ao ler São Paulo dizer que "o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu" (1 Cor 2, 9)!

À luz do mistério da Ressurreição, o cristão crê firmemente que a morte não tem a última palavra. Olhando para Cristo, ele sabe que todas as pelejas e batalhas desta vida, embora passem pela morte, não culminam nela. Afinal, Jesus subiu o monte Calvário, mas, três dias depois, voltou à vida – àquela vida que todos os bem-aventurados um dia gozarão, ao Seu lado, no Céu.


 
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
 
 
 

Referências

 
  1. Constituição pastoral Gaudium et Spes, n. 18
   

Santo do dia! - São Leonardo de Porto Maurício - (26 de Novembro)

São Leonardo de Porto Maurício
26 de Novembro

Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas.

Lembramos hoje a santidade do sacerdote que, pela sua vida e missão, mereceu ser constituído pelo Papa Pio XI, como Patrono dos sacerdotes que, em qualquer parte da terra, se consagram às missões populares católicas. São Leonardo, o grande missionário do século XVIII, como lhe chamou Santo Afonso Maria de Ligório, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, a 20 de dezembro de 1676. Aconteceu que Leonardo perdeu muito cedo sua mãe, tendo sido criado e educado pelo seu tio. Encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio, por isso, ao renunciar a si mesmo, foi para Roma formar-se no Colégio da Companhia de Jesus. Por causa da sua inocência e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que nele viam outro angélico Luís Gonzaga. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura, e com 26 anos já era Padre. Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos.

 Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus na forma da adoração ao Jesus Eucarístico.

Foi, no século XVIII, o grande apóstolo do santo exercício da Via-Sacra. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que o célebre orador Bapherini, encanecido já no exercício da palavra, sendo enviado por Clemente XII a ouvir os sermões de Leonardo para depois o informar a este respeito, desempenhou-se da sua missão dizendo “que nunca ouvira pregador mais arrebatador, que o efeito de seus discursos era irresistível, que ele próprio não pudera reter as lágrimas”. São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Lisboa, de São Bernardino de Sena e de São João Capistrano.

O próprio Pontífice Bento XIV quis ouvir o famoso missionário, e para isso chamou-o a Roma, em 1749, a fim de preparar os fiéis para o Ano Santo. Depois de derramar-se por Deus e pelos outros, São Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tão desejava, mas deu toda sua vida no dia-a-dia até adoecer e entrar no Céu a 26 de novembro de 1751, no Convento de São Boaventura, em Roma, onde, 54 anos antes, se consagrara ao Senhor sob o burel de São Francisco. Não se limitou apenas à pregação o ilustre missionário de Porto Maurício; deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. Estes escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.


São Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós!